"Não fiz manobra", diz Cunha sobre tramitação de pedidos de impeachment
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negou nesta quarta-feira (5) estar negociando sobre o andamento de processos de impeachment contra a presidente da República, Dilma Rousseff (PT), com setores da oposição e da base governista. Em entrevista coletiva, ele negou que tenha feito manobras para acelerar a tramitação de pedidos de impeachment. “Não fiz manobra, não combinei procedimento nenhum com quem quer que seja”, disse.
Na última segunda-feira (3), Cunha teria conversado com parlamentares da base do governo e com integrantes da oposição sobre as opções disponíveis para que pedidos de impeachment contra Dilma possa avançar na Câmara. São 17 os pedidos que chegaram à Câmara desde o início do segundo mandato. Desses, quatro já foram arquivados e 13 estão em fase de processamento, aguardando uma posição do presidente da Câmara.
Pela lei, cabe ao presidente da Câmara definir quais pedidos têm fundamento para tramitar e quais devem ser arquivados. Entre as alternativas que teriam sido discutidas por Cunha estaria a indicação de arquivamento de um determinado pedido para que um deputado aliado pedisse que ele fosse posto em votação, o que, em tese, constrangeria a base governista a se posicionar publicamente sobre o tema.
“O fato (discussões sobre impeachment) não é verdadeiro. Eu quero desmentir com veemência que a gente tenha feito reunião e tenha feito qualquer tipo de manobra para discutir impeachment”, afirmou Cunha.
Segundo o presidente disse, porém, que o tema pode ter sido alvo de comentários por parte de parlamentares que participaram de reuniões com ele. “A forma de tratar esse assunto tem que ser séria, dentro da Constituição. E não houve qualquer alteração no meu comportamento ou na minha forma de ver esse processo”, disse Cunha.
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