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Cotado para a Saúde foi citado em relatório de CPI de grupos de extermínio

O deputado Manoel Júnior (PMDB-PB)  - Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados
O deputado Manoel Júnior (PMDB-PB) Imagem: Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados

Carlos Eduardo Cherem

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

30/09/2015 12h02

O deputado Manoel Júnior (PMDB-PB), um dos cotados para ocupar a pasta da Saúde na reforma que a presidente Dilma Rousseff pretende fazer para acomodar o PMDB no governo, foi citado no relatório final da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Câmara dos Deputados que investigou grupos de extermínio no Nordeste, em 2005.

À época, Manoel Júnior era deputado estadual pelo PMDB na Paraíba. O relatório da CPI, presidida pelo deputado Bosco Costa (PSDB-SE), foi feito pelo deputado Luiz Couto (PT-PB) e aprovado em novembro de 2005.

Ao UOL, Júnior declarou que a inclusão de seu nome no relatório ocorreu devido a uma disputa política com Couto.

Testemunhas afirmaram à CPI que o parlamentar teria participação no assassinato do vereador José Barros, em 2000, em Pedras de Fogo (PB). Uma das testemunhas denunciou que o deputado teria pagado R$ 40 mil pela morte do vereador.

De acordo com o relatório, testemunhas também afirmaram que os habitantes de Pedras de Fogo, que estaria em terras do parlamentar, “pagam ao deputado para ocuparem suas terras”.

A partir de declarações de uma testemunha, o relatório diz ainda que o deputado tinha uma relação próxima com um ex-delegado de polícia que atuava no município paraibano, que integraria um grande grupo de extermínio da região.

“A permanência do ex-delegado de Pedras de Fogos se dava por influência política do deputado Manoel Júnior, inclusive patrocinando o retorno do policial depois que ele tinha sido temporariamente afastado quando os assassinatos chegaram a um nível insuportável”, afirma o relatório.

Ainda de acordo com o documento, o vereador José Barros foi assassinado três dias após ter “dado um empurrão em uma irmã do deputado”.

“A morte do vereador José Barros, que também era de mandar matar, passava pelo ex-delegado e pelo deputado Manoel Júnior”.