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Bolsa Família não vai diminuir, afirma Dilma

Prefeito paulista diz que Dilma está "muito bonitona"

UOL Notícias

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

29/10/2015 11h43Atualizada em 29/10/2015 14h52

A presidente Dilma Rousseff (PT) deu nesta quinta-feira (29) mais uma declaração contrária à intenção do relator do Orçamento da União de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), de cortar R$ 10 bilhões do Bolsa Família. Em cerimônia de entrega de residências do Minha Casa, Minha Vida, Dilma afirmou que o Bolsa Família não sofrerá reduções no ano que vem. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também condenou o corte.

Dilma ressaltou a necessidade de o governo reduzir despesas e citou medidas tomadas recentemente como o corte de ministérios e a redução de salários dela própria e dos ministros. Afirmou que se trata de um "grande esforço" com o objetivo de melhorar as finanças e fazer a economia do país voltar a crescer.

Classificou, no entanto, como boato a possibilidade de corte no Bolsa Família e mesmo no Minha Casa, Minha Vida, programas que ela chamou de fundamentais.

"O governo federal não vai parar o Bolsa Família ou diminuir o Bolsa Família ou não pagar em dia o Bolsa Família. Muita conversa que não é séria, que é a conversa do boato, aparece. O Bolsa Família não vai ser interrompido. O Minha Casa, Minha Vida não vai ser interrompido”, afirmou a presidente em discurso feito em Brasília.

Quanto ao programa habitacional, Dilma acrescentou que, além de permitir a realização “do sonho da casa própria”, ele “tem o mérito de garantir emprego na construção civil”. Ela também ratificou o anúncio feito pelo ministro das Cidades, Gilberto Kassab, de contratações para a terceira fase do Minha Casa, Minha Vida.

Na cerimônia de hoje, o governo federal formalizou a entrega de 2.691 moradias em Brasília, Canoas (RS) e em quatro cidades do interior de São Paulo: Bragança Paulista, Sorocaba, Hortolândia e Nova Odessa.

Lula diz que corte do Bolsa Família é "sem razão"

Em reunião do Diretório Nacional do PT em Brasília, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também criticou a proposta de cortar programas sociais como forma de equilibrar as contas do governo.

“É importante lembrar que nós chegamos em dezembro de 2014 com apenas 4,8% de desemprego. E obviamente que isso teve um preço, que foi a necessidade de manter a economia crescendo, porque também a gente não ia diminuir o crescimento da economia com programas importantes, como agora tem gente que quer até resolver o problema do orçamento cortando o Bolsa Família. As pessoas vão perdendo razão e falando qualquer coisa que vem à cabeça”, disse.

Para Lula, os incentivos à economia concedidos em 2014 contribuíram para o deficit no orçamento enfrentado atualmente pelo governo, mas foram uma forma de manter o nível de emprego e a atividade da economia.

“Nós chegamos a uma situação em parte porque crise internacional foi maior do que a gente calculava. Mas em parte, é verdade, é porque nós garantimos em 2014, com muito subsídio para alguns programas importantes, e com desoneração imaginando que ia contribuir para a economia crescer, nós contribuímos para chegar no final do ano arrecadando menos do que a gente gastava”, disse.

O governo enfrenta um deficit bilionário em suas contas, o que tem levado a cortes de despesas já neste ano.