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"O governo quer celeridade no processo", diz Jaques Wagner sobre impeachment

O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, durante pronunciamento após ataque de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados - Blog do Planalto/Reprodução
O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, durante pronunciamento após ataque de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados Imagem: Blog do Planalto/Reprodução

Do UOL, em São Paulo

03/12/2015 19h16

O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, disse, após a reunião extraordinária entre presidente Dilma Rousseff e 12 ministros nesta quinta-feira (3), de que o governo deseja “celeridade” para a decisão sobre o pedido de abertura de impeachment na comissão de Ética e negou que as ações encaminhadas para o STF (Supremo Tribunal  Federal) têm o objetivo de protelar o processo.

Para o ministro, “o pedido do impedimento não tem nenhum lastro” e, por isso, o questionamento de legalidade, mas que acredita que deve haver celeridade. “É o nosso interesse”.
Wagner acredita, no entanto, que “o embate final será o embate político na Câmara dos Deputados”.

Na reunião, ficou decidido que um grupo do executivo, liderado por ele, irá acompanhar o trâmite do processo e que a presidente Dilma Rousseff irá se reunir na semana que vem com os governadores alinhados com o governo e deve convocar em seguida outra reunião com os governadores da oposição para tratar do impeachment.

O ministro disse ainda que haverá um “chamamento” da sociedade civil para defesa da democracia, com a mobilização das centrais sindicais e movimentos sociais.

Sobre o humor da presidente, Dilma teria reagido "extremamente bem" à situação. “Ela está com muita disposição, energia e está com pressa”.

O ministro afirmou ainda que conversou com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que “ele está entrando de corpo e alma”, apesar de uma viagem marcada para exterior na semana que vem.

Sobre a possibilidade de adiar o recesso parlamentar, ele acha que é uma decisão que cabe ao Congresso Nacional, mas que é preciso pensar na votação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) antes do final do ano.

O ministro voltou a afirmar que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, mentiu ao dizer que Wagner teria  levado o deputado André Moura (PSC-SE), aliado do deputado, a uma audiência com Dilma na qual foi proposta a troca do apoio pela aprovação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras) pelos três votos de deputados do PT no Conselho de Ética. Ele disse que não iria alimentar essa discussão.

Wagner classificou a decisão da bancada do PT de votar pela abertura de processo de cassação de Cunha como uma "conspiração do bem".