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Mensalão tucano foi inventado para compensar mazelas do PT, diz Azeredo

Eduardo Azeredo, ex-governador de Minas Gerais - Sergio Lima/Folhapress
Eduardo Azeredo, ex-governador de Minas Gerais Imagem: Sergio Lima/Folhapress

Carlos Eduardo Cherem

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

17/12/2015 17h37

O ambiente político conturbado do País contribuiu para a minha condenação. Essa foi a explicação que o ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB) deu para a sentença de 20 anos e dez meses de prisão em regime fechado por crimes cometidos durante sua campanha à reeleição ao governo mineiro, em 1998. Ele já definiu que vai recorrer da decisão - e poderá recorrer em liberdade

Nesta quinta-feira (17), em entrevista à rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, o ex-governador, que também foi deputado federal e senador por Minas Gerais,   afirmou ainda que a condenação foi uma forma de “compensar” as condenações e os processos que correm na Justiça brasileira contra membros da legenda.

“Para compensar as mazelas do PT, inventaram que tinha tido mensalão em Minas Gerais”, afirmou o tucano. “Mensalão não é isso. Mensalão foi pagamento mensal às pessoas. Não houve isso aqui (em Minas Gerais). Nunca houve nem denúncia disso aqui (em Minas Gerais). Nós vivemos um período muito difícil no Brasil. Um período de denúncias a toda hora. De provas a toda hora. Agora, comigo não tem prova”, disse.

Em sua defesa, Azeredo recorreu ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. “Eu defendo. Se não tiver provas contra o Lula (Luís Inácio Lula da Silva, ex-presidente), contra outas pessoas, não pode ser assim”.

O ex-governador disse ainda que não é possível administrar um Estado e ter de tratar de questões como patrocínios de bancos estatais, que não seriam atribuição de um governador, segundo ele - é acusado de ter usado o extinto Bemge (Banco do Estado de Minas Gerais) para patrocínios esportivos e culturais fraudulentos. “O governador de Estado tem de saber o que o Bemge está patrocinando? É claro que não.”

O tucano ainda afirmou que o presidente do Bemge à época, José Afonso Bicalho, atual secretário da Fazenda de Minas Gerais no governo petista de Fernando Pimentel , réu na ação, disse em juízo que não houve determinação do Executivo para fazer os patrocínios. “Não houve aprovação minha. Não houve determinação.” 

O UOL procurou o PT nacional para comentar a questão, a direção nacional não se manifestou, assim como o diretório estadual em Minas Gerais.