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Deputado grita "vergonha" e provoca confusão na posse de Lula

Cerimônia de posse de Lula tem vaias e gritos de 'não vai ter golpe'

UOL Notícias

Do UOL, em São Paulo

17/03/2016 11h12

A cerimônia de posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil, no Palácio do Planalto, em Brasília, teve uma confusão logo no início. Depois da assinatura do termo de posse e de a presidente Dilma Rousseff (PT) iniciar seu discurso dizendo “bom dia”, o deputado federal Major Olimpio (SD-SP), da oposição, gritou "vergonha".

Deputado Major Olimpio (SD-SP) - Leandro Prazeres/UOL - Leandro Prazeres/UOL
Deputado Major Olimpio (SD-SP)
Imagem: Leandro Prazeres/UOL

Políticos presentes se revoltaram e responderam com o grito de "não vai ter golpe". Olimpio foi retirado do local por seguranças. "Fui empurrado e agredido por pessoas que estavam participando da cerimônia. É uma vergonha usar o ministério para salvo conduto e para se safar da justiça. É uma vergonha. A presidente não manda em nada. Não coordena nada. Eu vim à posse para dizer em nome do povo brasileiro que é inadmissível colocar o Lula como ministro por medo de um juiz", afirmou o parlamentar ao deixar o Planalto.

A posse de Lula foi suspensa por uma decisão liminar do juiz federal Itagiba Catta Preta Neto. A decisão acolhe denúncia em ação popular protocolada na Justiça Federal do Distrito Federal, contra o governo, por crime de responsabilidade. O governo vai recorrer.

A nomeação de Lula, investigado na operação Lava Jato, tem sido alvo de protestos no país desde a noite de quarta-feira (16). Como ministro, Lula só pode ser julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), e não pelo juiz Sergio Moro, da Justiça Federal do Paraná.

Dilma foi aplaudida de pé durante o discurso. Lula não discursou. Além de Lula, Dilma deu posse nesta quinta-feira (17) a Eugênio Aragão como ministro da Justiça e a Mauro Lopes como secretário de Aviação Civil. Jaques Wagner, ex-ministro-chefe da Casa Civil, assume a chefia de gabinete pessoal da Presidência da República. Wagner não conseguiu se deslocar da Bahia para Brasília a tempo de participar da cerimônia. (Com Estadão Conteúdo)