Preso, prefeito "exemplo" ganha licença de vereadores para evitar sua saída
O prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz (PSB), ganhou fôlego para se manter como chefe do Executivo da cidade mineira ao conseguir aprovação de pedido de licença do cargo por 60 dias.
A permissão foi dada nesta terça-feira (10) após votação na Câmara dos Vereadores do município, que fica a 416 quilômetros de Belo Horizonte.
Muniz está preso, desde o dia 18 do mês passado, acusado de prejudicar o funcionamento de hospitais públicos da cidade para supostamente favorecer hospital gerido pela sua família. Ele ganhou notoriedade ao ser citado como exemplo de bom gestor público pela mulher, a deputada federal Raquel Muniz (PSD), durante votação da admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff, no dia 17 do mês passado, na Câmara dos Deputados.
Muniz foi preso no dia seguinte à votação pela Polícia Federal, pela operação intitulada “Máscara da Sanidade II – Sabotadores da Saúde”, em um hotel situado em Brasília.
Por 14 votos favoráveis e oito contrários, os vereadores deram aval hoje à licença de Muniz e ainda rejeitaram pedido de vacância do cargo de prefeito, feito por uma professora da cidade filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT). Pelas leis municipais, a vacância se daria pela ausência de Muniz por mais de 20 dias.
Os parlamentares recusaram também outro pedido da professora, referente à abertura de procedimento para a cassação do atual mandatário.
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Entenda o caso
Ruy Muniz foi transferido para o presídio de Montes Claros, de onde estava despachando. A secretária municipal de saúde da cidade também foi presa.
De acordo com as investigações da PF, o prefeito "direta e indiretamente, valendo-se de meios fraudulentos, tentou destruir e inviabilizar a existência e o funcionamento dos hospitais credenciados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) na cidade, beneficiando hospital controlado pelo prefeito".
Ainda de acordo com a corporação, o prefeito e a secretária de Saúde fizeram a retirada de 26 mil consultas especializadas e 11 mil exames dos hospitais "deixando de prestar os correspondentes serviços pela rede municipal, causando graves problemas à população".
A PF aponta também uma retenção de R$ 16 milhões por parte da prefeitura de recursos destinados a hospitais públicos da cidade. A suspeita seria o favorecimento a hospitais controlados pelo prefeito.
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