Ministro diz que pedido de prisão contra caciques do PMDB não constrange governo
O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, disse que os pedidos de prisão feitos pela PGR (Procuradoria-Geral da República) contra integrantes da cúpula do PMDB, partido do presidente interino, Michel Temer, não constrangem o governo. A declaração foi feita nesta terça-feira (7) após uma reunião com lideranças partidárias na Câmara dos Deputados.
“Não tem nenhum problema. Não tenho avaliação sobre isso. (Não causa) nenhum constrangimento”, disse Geddel.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a prisão de quatro dos principais nomes do PMDB: o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o senador e ex-ministro do Planejamento Romero Jucá (RR), o ex-senador e ex-presidente da República José Sarney (AP) e o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ).
Os pedidos feitos contra Jucá, Renan e Sarney têm como base as gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Conversas gravadas por ele mostram Renan defendendo mudanças na lei de delações premiadas, Sarney oferecendo ajuda a Machado para se defender da Lava Jato e Jucá afirmando que era necessário fazer um “pacto” para “estancar a sangria” causada pela força-tarefa.
A declaração de Geddel contrasta com a que foi dada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, na última segunda-feira (6). Questionado sobre um despacho de Janot no qual ele alega que o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, teria recebido dinheiro do petrolão, Padilha afirmou que as citações a ministros na Lava Jato causam constrangimento ao governo.
“Qualquer citação que possa ser negativa, eu não sou ingênuo, nem nossos ouvintes e nem ninguém, claro que constrange”, afirmou Padilha à Rádio Gaúcha de Porto Alegre.
Moura diz garantir apoio da base
O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), disse que os pedidos e prisão contra Renan, Jucá, Sarney e Cunha não deverão enfraquecer a base de apoio do governo na Casa.
Ele afirmou que, há duas semanas, quando foram reveladas as primeiras conversas gravadas por Sérgio Machado, o governo conseguiu aprovar projetos de seu interesse como a alteração da meta fiscal e a DRU (Desvinculação das Receitas da União).
“A base do governo na Casa não deixou que essas coisas contaminassem o nosso trabalho. Tanto que é que votamos a meta, os vetos e a DRU [...] nossa missão é fazer com que as matérias possam avançar”, disse Moura.
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