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Líder de Temer na Câmara diz que não há acordo pra evitar cassação de Cunha

O líder do governo na Câmara, deputado André Moura (PSC-SE) - Luis Macedo/Câmara dos Deputados
O líder do governo na Câmara, deputado André Moura (PSC-SE) Imagem: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília*

07/07/2016 16h04

Considerado aliado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o líder do governo interino na Câmara dos Deputados, André Moura (PSC-SE), afirmou que não houve acordo político para que a renúncia de Cunha leve ao arquivamento do pedido de cassação do peemedebista.

“Que eu saiba, não tem nenhum acordo para salvar o mandato. Se [a renúncia] livra [Cunha da cassação], é da consciência dos deputados”, disse Moura.
O deputado do PSC evitou dizer como votará quando o pedido de cassação de Cunha fora ao plenário da Câmara. “O voto é secreto”, disse, sendo imediatamente corrigido por jornalistas, que o informaram que desde 2013 os pedidos de cassação são decididos por voto aberto. “É aberto? Então vocês vão saber lá [no plenário]”, disse Moura.

O líder do governo afirmou ainda que o presidente interino, Michel Temer, não teve nenhuma participação na decisão de Cunha de renunciar ao cargo de presidente da Câmara, e disse que o Planalto não vai interferir na eleição para o cargo, que deve ocorrer na próxima semana.

“O governo não tem interferência nenhuma [na renúncia] e nem terá no processo sucessório”, disse.

 "Eu fui pego de surpresa, ele [Temer] disse que não sabia, fomos pegos de surpresa", disse o líder, após se reunir com o presidente, na tarde desta quinta-feira, 7, no Planalto.

Moura deve se reunir nesta quinta-feira com os líderes dos partidos da base de Temer na Câmara para tratar da eleição à presidência. O deputado afirmou que vai defender que a eleição ocorra já na próxima segunda-feira (11).

“Nós esperamos, enquanto líder do governo, que esse processo possa se dar da forma mais rápida possível”, afirmou.

Eduardo Cunha renunciou nesta quinta-feira ao cargo de presidente da Câmara. A renúncia não envolve seu mandato de deputado federal, que ele mantém, junto com o direito de ser julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), onde é réu em duas ações que o acusam de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.

O peemedebista também é alvo de um processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara. Na segunda-feira, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) deve votar o recurso de Cunha que pede a anulação do seu pedido de cassação.

Em sua carta de renúncia, o deputado reafirmou que não cometeu irregularidades e disse que vai provar sua inocência na Justiça.

Cunha renuncia à presidência da Câmara; veja íntegra do pronunciamento

UOL Notícias

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(*Com informações do Estadão Conteúdo)