Defesa adia habeas corpus, e Cunha passa fim de semana preso no PR
A defesa do ex-advogado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) decidiu deixar para a próxima segunda-feira (21) a apresentação de um pedido de habeas corpus à Justiça para liberação do peemedebista. Com isso, Cunha passa o final de semana preso na custódia da Polícia Federal em Curitiba, onde está desde a última quarta-feira (19). O pedido será apresentado ao TRF-4 (Tribunal Regional da 4ª Região), em Porto Alegre.
O peemedebista foi preso dentro das investigações da Operação Lava Jato e por determinação do juiz federal Sérgio Moro. O principal argumento da defesa será a competência para julgar o caso não é da Justiça Federal do Paraná.
"Ainda estamos analisando a decisão [da prisão], que é de um processo que já estava em trâmite no STF [Supremo Tribunal Federal]. Já tinha a denúncia recebida, então, é preciso analisar com muita cautela, inclusive, a questão de competência. Essa é a principal linha da defesa ", declarou o advogado Marlus Arns de Oliveira, em entrevista coletiva nessa quinta-feira (20).
Na ocasião, Arns havia dito à imprensa, na sede da Polícia Federa em Curitiba, que apresentaria o pedido no mesmo dia, ou, no máximo, até esta sexta-feira (21). No início da noite, porém, a assessoria dele informou que o pedido só seria apresentado na segunda porque a peça, feita em conjunto com outro escritório, depende de um posicionamento dos outros advogados.
O processo que está com Moro --que apura se o peemedebista recebeu propina relacionada à compra pela Petrobras de um campo de petróleo na costa do Benin, na África, em 2011-- foi aberto inicialmente pelo STF em junho passado.
Cunha é defendido pelos advogados de três escritórios diferentes: em Curitiba, no Rio e em Brasília. O pedido será apresentado pelo escritório de Arns, da capital paranaense, o mesmo que defende a mulher do ex-parlamentar, Claudia Cruz, em parte dos processos em que ela é ré também na operação Lava Jato.
Primeira visita familiar
Nesta sexta, Cláudia Cruz visitou o marido na carceragem da PF em Curitiba pela manhã. A visita durou cerca de duas horas: das 8 às 10 horas.
Cláudia saiu acompanhada de Arns, que, ontem, disse na sede da PF, aos jornalistas, que nenhum parente de Cunha o visitaria em Curitiba a fim de poupá-los --o preso e os familiares --de desgaste com eventuais protestos. Na ocasião, Arns justificou que "os ânimos na sociedade estavam exaltados".
A jornalista saiu sem falar com a imprensa. De roupa preta, óculos escuros e cabelos tingidos em um tom mais escuro, usando um coque, passou incólume pela recepção e pela entrada da PF, sem ser identificada por populares.
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