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PF apreende retrato de Cabral feito por Romero Britto e outras obras

Retratos de Cabral (dir) e sua mulher, Adriana Ancelmo, foram apreendidos pela PF - Divulgação
Retratos de Cabral (dir) e sua mulher, Adriana Ancelmo, foram apreendidos pela PF Imagem: Divulgação

Do UOL, no Rio

25/11/2016 10h07Atualizada em 25/11/2016 12h24

Dois retratos pintados por Romero Britto, esculturas e outros objetos de decoração. Tudo isso foi apreendido pela Polícia Federal durante a Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato que também prendeu preventivamente o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) no último dia 17.

Cabral e sua mulher, Adriana Ancelmo, são os temas dos retratos apreendidos na Calicute. As duas obras são de Romero Britto, artista pernambucano que também já pintou quadros retratando a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB).

Além dos quadros de Britto, a PF recolheu outros quadros na Operação Calicute --ao todo, seriam 28 peças. Apreendeu ainda ao menos duas esculturas de temas sacros e um conjunto que jarra e bule que aparentam ser de prata.

Objetos de decoração apreendidos pela PF na Operação Calicute, que prendeu Sérgio Cabral - Divulgação - Divulgação
Objetos de decoração também foram apreendidos pela PF na Operação Calicute
Imagem: Divulgação

Todos os objetos estão passando por perícia para verificação de sua autenticidade e valor. A PF suspeita que eles podem ter sido adquiridos por Cabral para lavar dinheiro obtido com corrupção.

A PF também apreendeu roupas de grifes famosas que pertenciam ao casal. Cabral tinha ternos caros --um deles, de Ermenegildo Zegna, teve seu valor estimado pelos investigadores em R$ 22 mil.

Adriana Ancelmo, cujo escritório de advocacia mantinha contratos com concessionários do Estado, separava seus vestidos por grife. Os policiais também recolheram joias de ouro e pedras preciosas, que o casal comprava em casas de joalherias como H. Stern e Antonio Bernardo.

Em depoimento, Cabral afirmou não se lembrar de tê-las comprado. Os pagamentos eram feitos em dinheiro vivo por Carlos Miranda, um dos presos na Calicute.

Cabral foi preso em seu apartamento no Leblon, bairro nobre da zona sul do Rio. Ele comandou duas vezes o governo do Estado do Rio, entre 2007 e 2014. Na época, seu vice era o atual governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB).

De acordo com os investigadores, Cabral ganhava uma espécie de mesada das empreiteiras envolvidas no esquema de desvio de dinheiro. Em troca, o governo favorecia as construtoras, facilitando a criação de cartel e fraudando licitações.

Junto com o ex-governador, foram presas outras nove pessoas. Entre elas, estão ex-secretários do governo do Rio e amigos e Cabral. (Com Estadão Conteúdo)

Quadro apreendido pela Polícia Federal na Operação Calicute, que prendeu Sérgio Cabral - Divulgação - Divulgação
Quadro apreendido pela Polícia Federal na Operação Calicute, que prendeu Sérgio Cabral
Imagem: Divulgação