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"Não há possibilidade de delação", diz advogado de Eike

30.jan.2017 - Eike Batista teve a cabeça raspada ao ser preso - Reprodução
30.jan.2017 - Eike Batista teve a cabeça raspada ao ser preso Imagem: Reprodução

Paula Bianchi

Do UOL, no Rio

31/01/2017 14h26Atualizada em 31/01/2017 15h55

Fernando Martins, advogado de Eike Batista, disse nesta terça-feira (31), em frente à sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro, onde o empresário é aguardado para depor, que, a princípio, seu cliente não deve optar pela delação premiada.

"Por enquanto não há possibilidade de delação", afirmou, pouco antes de entrar na sede da PF. O empresário chegou à sede da Polícia Federal por volta das 14h45.

Cerca de 20 pessoas fizeram um coro de "ladrão, ladrão" assim que Eike desceu do carro. Quase uma hora antes da chegada, duas pessoas já realizavam um protesto por conta da presença do dono do Grupo EBX.

Um deles, o vendedor de livros Edson Rosa --figura recorrente em manifestações na cidade--, disse ter ido à porta da PF porque a corrupção "é um mal muito grande". "Mas prefiro que meus cartazes falem por mim", disse, mostrando o cartaz e o travesseiro que carregava em referência ao travesseiro levado pelo empresário durante voo de Nova York para o Rio.

Um deles brincou com as iniciais do nome da Secretaria de Administração Penitenciária --Seap--, escrevendo "Safado Eike Agora Preso". Ao seu lado, outro manifestante carregava uma caixa de pizza com os dizeres "agora não".

Havia também manifestantes fantasiados de Thor --em referência ao nome do filho de Eike, Thor Batista-- e The Flash.

O empresário já foi um dos homens mais ricos do mundo, mas viu seu império ruir nos últimos anos após fracassos no mercado financeiro. Ele é investigado por corrupção durante a gestão de Cabral e acusado de ter pago ao ex-governador US$ 16,5 milhões em remessas ao exterior.

Primeira noite na prisão

Como Eike não tem ensino superior, ele ocupa uma cela comum no presídio Bandeira Stampa (Bangu 9), que mede aproximadamente 15 metros quadrados, de acordo com informações da "Rede Globo".

O detento e seus cinco companheiros de cela dormem em beliches de concreto, e há um buraco no chão, chamado de "boi", que serve como vaso sanitário. Não há chuveiro. O banho só é possível com o uso de um cano, de onde sai apenas água fria.

Eike tem direito a duas horas de banho de sol e café com leite e pão com manteiga no café da manhã. Os detentos da unidade, segundo a Seap, têm direito a arroz ou macarrão, feijão, uma porção de proteína (carne, frango ou peixe), salada, refresco e fruta ou doce de sobremesa. O lanche oferecido tem suco e bolo.

O empresário também poderá passar a receber visitas após seus familiares fazerem a carteirinha de cadastro, que demora, em média, 15 dias para ficar pronta. As visitas em Bangu 9 são feitas diariamente, exceto às terças-feiras. No entanto, há uma divisão dos dias por ala. Cada preso recebe, em média, duas visitas por semana.