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Globo divulga imagens da cela onde Eike Batista está preso no Rio

Imagem obtida pela "TV Globo" mostra a cama de cima de um beliche de concreto onde Eike está dormindo - Reprodução/TV Globo
Imagem obtida pela "TV Globo" mostra a cama de cima de um beliche de concreto onde Eike está dormindo Imagem: Reprodução/TV Globo

Do UOL, em São Paulo

01/02/2017 10h28

Imagens exclusivas divulgadas pela edição do “Jornal Nacional”, da TV Globo, dessa terça-feira (31) deram detalhes de como é a cela de número 12, com 15 metros quadrados, onde o empresário Eike Batista está preso, na Cadeia Pública Bandeira Stampa (Bangu 9), no Complexo de Gericinó, na zona oeste do Rio de Janeiro.

As fotos mostram a cama de cima de um beliche de concreto onde Eike está dormindo. Nela há um colchão coberto por um lençol azul, uma sacola, uma garrafa de água mineral e um livro, que segundo a "Globo' é uma Bíblia.

Cela 1 - Reprodução/TV Globo - Reprodução/TV Globo
As camas de Álvaro José Galliez Novis e Wagner Jordão Garcia, também acusados de envolvimento com esquema de corrupção que seria liderado por Sérgio Cabral (PMDB)
Imagem: Reprodução/TV Globo

Em outra imagem, aparecem as camas dos presos Álvaro José Galliez Novis e Wagner Jordão Garcia --também presos durante a Operação Eficiência, desdobramento da Lava Jato no Rio--, acusados de envolvimento com esquema de corrupção e lavagem de dinheiro da quadrilha que, segundo investigações, tinha o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) como líder.

Como não tem diploma universitário, o empresário ocupa uma cela comum e a compartilha com outros cinco detentos.

O presídio Bandeira Stampa foge à realidade de superlotação de outras unidades no Estado, por isso, a realidade da cela de Eike é bem diferente da de outras pessoas privadas de liberdade em outros presídios.

Cela 2 - Reprodução/TV Globo - Reprodução/TV Globo
A cela tem um buraco no chão, conhecido como "boi", que serve como vaso sanitário. A foto mostra ainda um ventilador
Imagem: Reprodução/TV Globo

De acordo com a Defensoria Pública, são 419 presos para 547 vagas. São enviados para o Bangu 9 os presos relacionados às milícias e é também onde estão detentos de casos famosos, como os responsáveis pela morte do menino João Hélio e pelo assassinato da juíza Patrícia Acioli. Com 51.113 detentos, o Rio conta com apenas 27.242 vagas.

Outra imagem divulgada pelo "Jornal Nacional" mostra um buraco no chão, conhecido como “boi”, que serve como vaso sanitário. Nela é possível ver um ventilador. Não há chuveiro no local. O banho só é possível com o uso de um cano, de onde sai apenas água fria.

Em outra imagem há uma televisão pregada na parede.

A última mostra até a quentinha que foi servida aos presos, contendo feijão, arroz, farofa e salsicha. Segundo a Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro), para o almoço, os detentos da unidade têm direito a arroz ou macarrão, feijão, uma porção de proteína (carne, frango ou peixe), salada, refresco e fruta ou doce de sobremesa.

Cela 3 - Reprodução/TV Globo - Reprodução/TV Globo
A cela também conta com um aparelho de tevisão
Imagem: Reprodução/TV Globo

De café da manhã é servido café com leite e pão com manteiga. O lanche oferecido tem suco e bolo.

Eike tem direito a duas horas de banho de sol e poderá receber visitas assim que seus familiares fizerem a carteirinha de cadastro, que demora, em média, 15 dias para ficar pronta. As visitas em Bangu 9 são feitas diariamente, exceto às terças-feiras. No entanto, há uma divisão dos dias por ala. Cada preso recebe, em média, duas visitas por semana.

Eike é investigado por corrupção durante a gestão de Cabral e acusado de ter pago ao ex-governador US$ 16,5 milhões em remessas ao exterior.

O empresário já foi um dos homens mais ricos do mundo, mas viu seu império ruir nos últimos anos após fracassos no mercado financeiro.

Cela 4 - Reprodução/TV Globo - Reprodução/TV Globo
A quentinha servida aos presos continha feijão, arroz, farofa e salsicha
Imagem: Reprodução/TV Globo

Filho de um empresário da mineração, Eike começou sua vida profissional vendendo apólices de seguro de porta em porta quando morava com a família na Alemanha em paralelo à faculdade de metalurgia em Aachen (Alemanha).

No começo dos anos 1980, soube da corrida pelo ouro no Brasil e decidiu largar a faculdade. De volta ao país, começou a fazer negócios na área de mineração.