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Palocci demite advogados contratados para negociar delação na Lava Jato

Folhapress
Imagem: Folhapress

Bernardo Barbosa

Do UOL, em São Paulo

03/05/2017 19h15Atualizada em 03/05/2017 19h41

O ex-ministro Antonio Palocci (PT) encerrou nesta quarta (3) o vínculo com o escritório Bretas Advogados, contratado pelo político para atuar em um eventual acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato. A informação foi confirmada ao UOL por uma fonte que pediu anonimato.

Palocci ainda não foi condenado na Justiça, mas cumpre prisão preventiva --ou seja, com prazo indeterminado-- desde novembro de 2016 na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. A prisão foi pedida pelo MPF (Ministério Público Federal) e ordenada pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na Justiça Federal do Paraná. 

Em depoimento concedido a Moro no dia 20 de abril, Palocci chegou a dizer que poderia repassar em sigilo informações "que vão ser certamente do interesse da Lava Jato".

"Acredito que posso dar um caminho, que talvez vá dar um ano de trabalho, mas é um trabalho que faz bem ao Brasil", afirmou ao juiz.

Nesta quarta (4), o ministro Edson Fachin, relator dos processos da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), negou um pedido de habeas corpus feito pelo ex-ministro. Palocci é investigado por suspeitas de ter recebido propina da Odebrecht para beneficiar a empresa, de acordo com denúncia apresentada pelo MPF.

Solturas na Lava Jato

Um dia antes, a 2ª turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu revogar, por 3 votos a 2, a prisão preventiva de José Dirceu, que também foi ordenada por Moro. A soltura de Dirceu teria sido a motivação para Palocci decidir, ao menos no momento, não tentar uma delação premiada.

Na semana passada, outros investigados na Lava Jato ou em operações derivadas, que estavam presos preventivamente foram libertados. Na última terça-feira (25), a 2ª Turma do STF determinou a soltura do ex-tesoureiro do PP João Carlos Genu e do pecuarista José Carlos Bumlai.

O relator dos recursos e da Operação Lava Jato no STF, Edson Fachin, votou contra a concessão dos habeas corpus nos três casos.

Na sexta (28), o ministro do STF Gilmar Mendes concedeu um habeas corpus em favor do empresário Eike Batista, preso em janeiro deste ano durante a Operação Eficiência (desdobramento da Lava Jato), no Rio de Janeiro.

Em sua decisão, Mendes argumentou que o fato de Eike ser investigado por crimes graves (corrupção ativa e lavagem de dinheiro), por si só, não poderia servir de “fundamento único” para a manutenção da prisão preventiva do empresário.