Movimentos sociais se reúnem e formam a Frente Ampla pelas Diretas Já
Um grupo com cerca de 50 entidades criou nesta segunda-feira (5) em Brasília a Frente Ampla Pelas Diretas Já, um movimento que pretende pressionar parlamentares e organizar atos públicos nas ruas pela saída de Michel Temer e em defesa da realização de eleições diretas para a Presidência da República.
Guilherme Boulos, coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), anunciou a criação do grupo em entrevista exclusiva ao jornalista e blogueiro do UOL Leonardo Sakamoto.
Segundo Boulos, entre as entidades participantes da reunião em que se formou a frente estão diversos movimentos sociais, a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), a Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito e representantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
"Vamos atuar com pressão para buscar uma saída para a crise, a saída de Temer e a realização de eleições diretas", disse Boulos. "Há caminhos para as diretas. Um deles é a PEC (proposta de emenda constitucional) já aprovada em comissão do Senado. Vai haver, seguramente, controvérsia jurídica, mas, além de ser legítimo e legal, isso (a realização de diretas em eventual saída de Temer) é possível", afirmou.
"Há um certo cinismo em alguns setores da sociedade que apoiaram no ano passado um impeachment sem crime de responsabilidade e agora aponta contradições para argumentar contra as eleições diretas", disse.
Para Boulos, a realização de atos para pressionar pelas eleições diretas é a maneira de evitar um "acordão" político e a eventual realização de eleições indiretas. "Vai depender da rua", declarou o líder do MTST.
Pesquisa Datafolha divulgada no último dia 30 de abril apontou que 85% dos brasileiros defendem a aprovação pelo Congresso de uma mudança constitucional para permitir eleições diretas já.
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