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Janaina Paschoal diz que convite de Bolsonaro a Moro "é natural"

Geraldo Magela/Agência Senado
Imagem: Geraldo Magela/Agência Senado

Colaboração para o UOL, em São Paulo

01/11/2018 09h46

A deputada estadual eleita por São Paulo Janaina Paschoal (PSL), a mais votada da história do Brasil, rebateu as críticas feitas ao juiz federal Sergio Moro por ele se encontrar com o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), para estudar integrar o novo governo. Ela disse ser "natural" que Moro esteja cotado para o cargo no Ministério da Justiça.

Paschoal ficou conhecida após ser autora, com outros juristas, do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT), e recebeu mais de 2 milhões de votos.

“Com todo respeito à divergência, não faz nenhum sentido dizer que o fato de uma autoridade receber um convite torna essa autoridade suspeita. O juiz Sergio Moro é uma pessoa que tem seu trabalho internacionalmente reconhecido. Nesse contexto, o convite é natural!”, escreveu Paschoal no Twitter.

Moro se reúne nesta quinta-feira com Bolsonaro. O encontro de Moro com Bolsonaro já fez com que a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entrasse com pedido de absolvição por considerar que os atos de Moro indicam a impossibilidade de Lula obter "julgamento justo, imparcial e independente" diante da suposta parcialidade do magistrado.

Segundo especialistas ouvidos pelo jornal "Folha de S.Paulo", o encontro já o coloca sob suspeição para continuar julgando processos do ex-presidente Lula. A suspeição ocorre num processo quando um juiz deixa de ser imparcial, ou seja, quando adota uma postura que compromete a sua isenção para ponderar uma decisão.

O juiz afirmou ao jornal que “acho surpreendente falar que não se deve nem conversar com um presidente que acabou de ser eleito por mais de 50 milhões de brasileiros".

“As pessoas podem concordar, ou não, com o convite. As pessoas podem concordar, ou não, com a aceitação do convite. Divergências são inerentes à Democracia! O que não tem nenhum alicerce é retirar conclusões precipitadas da simples ocorrência do convite”, escreveu Paschoal na rede social.

No voo que levou Moro ao Rio, ele falou sobre a chance de aceitar o convite. “Há uma possibilidade [de aceitar o convite]. Mas, como eu disse, é tudo muito prematuro”, afirmou.

“O país precisa de uma agenda anticorrupção e uma agenda anticrime organizado, se houver uma implementação dessa agenda, convergência de ideias, como vai ser feito, então há uma possibilidade, mas como eu disse, é tudo muito prematuro”, completou.

Paschoal comentou também a possível fusão de ministérios e disse que essa união significa "cortar [cargos] comissionados".

"Quanto às anunciadas possíveis fusões de Ministérios, eu também estou gostando. Todo mundo fala em enxugar a máquina, mas, quando alguém decide enxugar, todo mundo reclama! Tenham dó! Unir Ministérios significa usar mais o trabalho dos concursados e cortar comissionados! É bom!", escreveu.