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Dilma chama Bial de sexista e diz que governo usa dinheiro contra cineasta

6.set.2018 - A ex-presidente Dilma Rousseff durante campanha para o Senado Federal em 2018 - Geraldo Bubniak/Estadão Conteúdo
6.set.2018 - A ex-presidente Dilma Rousseff durante campanha para o Senado Federal em 2018 Imagem: Geraldo Bubniak/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

04/02/2020 12h13

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) chamou o apresentador Pedro Bial de "sexista e misógino" e acusou o governo Bolsonaro de usar dinheiro público para atacar a cineasta Petra Costa, diretora de Democracia em Vertigem, indicado ao Oscar na categoria melhor documentário.

Em uma série de tuítes publicada hoje, a ex-presidente —que é personagem central do filme, que fala sobre seu processo de impeachment— afirmou que a cineasta está sendo alvo de ataques porque "exerceu o inalienável direito de criticar o governo numa rede de TV".

"Como se não bastasse a grosseria misógina e sexista de Bial contra Petra Costa, ao chamá-la de menina insegura em busca de aprovação dos pais, a candidata brasileira ao Oscar com o filme Democracia em Vertigem foi vítima de intolerável agressão oficial do governo Bolsonaro", escreveu Dilma.

Em outra mensagem, a ex-presidente diz que a Secretaria de Comunicação produziu um vídeo para ofender a cineasta e tentou censurá-la.

"A Secretaria de Comunicação da Presidência exibiu um vídeo, feito com dinheiro público, para ofender uma artista brasileira apenas porque exerceu o inalienável direito de criticar o governo numa rede de TV. Trata-se de censura e de brutal desrespeito à liberdade de expressão", afirmou.

Depois, Dilma segue dizendo que a Secom usa a máquina pública para incitar ódio contra a cineasta ao chamá-la de de militante anti-Brasil.

"Isto é não só mentira, como também uma inversão absoluta da realidade. Não há em nosso país ninguém mais anti-Brasil e mais pernicioso à nossa imagem no exterior do que Bolsonaro", escreveu a ex-presidente.

'Dei muita risada', diz Bial

Ontem, o apresentador Pedro Bial fez duras críticas o documentário Democracia em Vertigem. "Eu dei muita risada. É um 'non sequitur' [expressão em latim caracteriza um discurso cujas conclusões não decorrem das premissas] atrás do outro", disse, ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha.

"É um filme de uma menina dizendo para a mamãe dela que fez tudo direitinho, que ela está ali cumprindo as ordens e a inspiração de mamãe, somos da esquerda, somos bons, não fizemos nada, não temos que fazer autocrítica. Foram os maus do mercado, essa gente feia, homens brancos, que nos machucaram e nos tiraram do poder, porque o PT sempre foi maravilhoso e Lula é incrível", afirmou o apresentador.

Bial se referia à aparição da mãe de Costa, que foi ativista contra a ditadura militar, no filme. "É uma ficção alucinante. É mais que maniqueísmo, é uma mentira", atacou também.

'Ativista anti-Brasil'

Também ontem, a Secom publicou um vídeo no Twitter criticando Petra Costa por "denegrir uma nação" com o seu documentário. A publicação sustenta que a cineasta "assumiu o papel de ativista anti-Brasil" e questiona algumas declarações dela durante entrevista concedida no fim de semana a um canal americano.

Em uma série de tuítes em português e inglês, a secretaria repetiu as críticas e acrescentou: "é incrível que uma cineasta possa criar uma narrativa cheia de mentiras e prognósticos absurdos a fim de denegrir uma nação só porque não aceita o resultado das eleições".

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