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Paes se desculpa por casos de corrupção em seu governo e ataca Crivella

1º.jan.2021 - Eduardo Paes (DEM) toma posse como prefeito do Rio de Janeiro em cerimônia realizada na Câmara Municipal - Vanessa Ataliba/Zimel Press/Estadão Conteúdo
1º.jan.2021 - Eduardo Paes (DEM) toma posse como prefeito do Rio de Janeiro em cerimônia realizada na Câmara Municipal Imagem: Vanessa Ataliba/Zimel Press/Estadão Conteúdo

Igor Mello

Do UOL, no Rio

01/01/2021 18h10

Em um discurso marcado pelos ataques ao antecessor Marcelo Crivella (Republicanos), o prefeito Eduardo Paes (DEM) usou a cerimônia de posse para se desculpar com a população por casos de corrupção em suas duas gestões anteriores. O discurso também destacou em diversos momentos a necessidade de priorizar os mais pobres.

Paes disse considerar a corrupção "abjeta" e prometeu criar mecanismos de prevenção a novos desvios, além de punir os responsáveis. Porém, fez uma crítica velada à Operação Lava Jato, ao citar a existência de "excessos". Em setembro, o prefeito eleito se tornou réu por corrupção após denúncia do Ministério Público estadual, e foi alvo de busca e apreensão.

"Houve, sim, excessos e acusações infundadas. Eu mesmo fui alvo de algumas delas, mas agentes públicos estão sujeitos a essa cobrança. Tem que se provar permanentemente, não podemos negar o que aconteceu. Na administração anterior tivemos problemas, sim", afirmou, antes de completar. "Peço desculpas, houve erros e vamos trabalhar muito para que eles não ocorram mais".

Paes também fez diversas críticas a Crivella durante o discurso, afirmou que a cidade ficou nas mãos de "gestores inaptos" e culpou Crivella pelo número de vítimas da covid na cidade

"A incompetência e falhas graves da gestão municipal agravaram muito esse quadro e nos levaram a esse ponto", disse, citando que a mortalidade pela doença no Rio foi o dobro da registrada em São Paulo.

Para simbolizar sua oposição ao opositor Marcelo Crivella (Republicanos) iniciou sua cerimônia de posse com um ato ecumênico. O cardeal Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro; o bispo Abner Ferreira, presidente da Assembleia de Deus - Ministério de Madureira; o rabino Nilton Bonder, da Congregação Judaica do Brasil; e o Babalorixá Marcio de Jagun, representante do Candomblé, discursaram.

Marcio D'Ogum foi o único a fazer uma referência direta a Crivella, lembrando o fato de o ex-prefeito ter afirmado que Paes usava "chapeuzinho de Zé Pilintra", uma entidade da umbanda.

"Espero que o senhor use o chapéu de Zé Pilintra. Espero também que use as cruzes e os símbolos de todas as matizes", disse.