SP: falta de insumo faz laboratório ter 50% a menos de testes de covid-19
A falta de um material importante para coleta e realização de testes de pacientes com sintomas do novo coronavírus diminuiu em 50% o volume esperado de testes em um laboratório da USP.
Até agora, o laboratório de biologia molecular aplicada e sorologia da Faculdade de Medicina e Zootecnia da USP recebeu 49 amostras de pacientes vindas de hospitais públicos da cidade de São Paulo — desde o dia 23 de abril. A capacidade é de 100 testes moleculares diários.
Segundo o professor Paulo Brandão, que coordena o laboratório, a redução foi causada pela falta de um material sintético que precisa estar na ponta do swab para absorver as secreções. "Eu liguei para uma das fábricas aqui no Brasil e eles disseram que pararam a produção e não sabiam quando voltariam porque faltava a matéria-prima, que vem da China e também da Itália", disse em entrevista ao Jornal da USP.
O laboratório funciona em parceria com o Centro de Controle de Zoonoses da Prefeitura de São Paulo e integra uma rede da universidade voltada ao combate a pandemia.
A técnica em tempo real utilizada pelo laboratório permite analisar a quantidade do vírus na amostra, desde a coleta até a extração do RNA do vírus após a purificação de uma solução salina em que ele foi depositado, em apenas 5 horas — na técnica tradicional, o processo levaria 12 horas.
"O equipamento capta isso com um sensor e indica o número de cópias virais existentes. A cada novo ciclo de análise, ele vai aumentando e vai subindo uma curva. Então ele é muito mais rápido e muito mais automatizado", disse o professor.
Uma possível saída seria substituir o swab com ponta de algodão estéril, mas a decisão teria que ser analisada por essa rede — e investigar se o material não iria interferir no resultado dos testes.
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