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Saúde manifesta intenção de comprar mais 30 milhões de doses da CoronaVac

Governo federal já acertou a compra de 100 milhões de doses da CoronaVac e agora manifesta interesse de comprar mais 30 milhões - Divulgação/Instituto Butantan
Governo federal já acertou a compra de 100 milhões de doses da CoronaVac e agora manifesta interesse de comprar mais 30 milhões Imagem: Divulgação/Instituto Butantan

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

19/02/2021 09h26Atualizada em 19/02/2021 10h59

O Ministério da Saúde enviou um ofício Instituto Butantan em que manifesta a intenção de comprar mais 30 milhões de doses da CoronaVac, vacina contra covid-19 desenvolvida em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Elas se somariam aos 100 milhões de doses já contratadas do imunizante.

No documento, o secretário-executivo da pasta, Elcio Franco, pediu um cronograma de entrega dessas doses para o período entre os meses de outubro e dezembro deste ano. A intenção de compra acontece em um momento de tensão entre o ministério e o Butantan em razão da entrega de doses para o mês de fevereiro.

Procurado, o Butantan disse que recebeu o ofício do Ministério da Saúde e que está avaliando a demanda da pasta.

O ministério busca ampliar a quantidade de doses de vacinas no momento em que a pandemia tem ganhado força no país. Ontem, o Brasil passou a marca de 10 milhões de casos. Mais de 243 mil pessoas já perderam a vida por causa da covid-19. Apenas na quinta-feira (18), foram 1.432 mortes.

No total, o ministério já distribuiu 11,8 milhões de doses para o país. A quantidade é insuficiente para atender os grupos prioritários da fase 1 do plano de imunização. Como reflexo, algumas cidades, por falta de planejamento para distribuição, já interromperam a vacinação em razão da falta de doses.

Tensão entre Butantan e Ministério da Saúde

Em reunião na última quarta-feira (17) com governadores, o ministério indicou que iria receber 9,3 milhões do Butantan em fevereiro. No total, porém, o instituto promete entregar cerca de 3,6 milhões este mês.

O atraso na chegada de insumos vindos da China é a causa apontada pelo Butantan para não entregar as doses esperadas pelo ministério. Eles eram previstos para janeiro, mas chegaram apenas em fevereiro. O Butantan culpa problemas diplomáticos entre o governo federal e a China pela demora.

"O Ministério da Saúde omite e ignora fatos", escreveu o instituto em resposta à reclamação do ministério sobre a quantidade de doses a ser entregue. Franco, por sua vez, disse que "fica muito difícil planejar sem nós [ministério] termos confirmação do que vamos receber".

O cronograma do ministério, mostrado na reunião de quarta (17), além de contar com doses da CoronaVac que ainda não existem, também já indicava a intenção da compra de mais 30 milhões para o final do ano. O ofício para o Butantan, porém, só foi feito no dia seguinte.