Apoio público à Grécia ainda é limitado à zona do euro


BRUXELAS, 19 Fev 2012 (AFP) -O segundo plano de assistência financeira à Grécia, que chega a 130 bilhões de euros, deverá ser aportado pelos países da zona do euro até 2014. As intenções do Fundo Monetário Internacional e do Banco Central Europeu são, até o momento, uma incógnita.

1. Os 130 bilhões de euros se dividem em duas partes.

- Primeiro, está previsto que "os Estados da zona do euro contribuam com 30 bilhões de euros no máximo ao plano de reestruturação da dívida pública grega em mãos dos credores privados".

Esses 30 bilhões de euros compensarão parte dos 100 bilhões de euros que perderão o setor privado (bancos, fundos de investimento e asseguradoras) como consequência dessa reestruturação.

- Por outro lado, os poderes públicos estão dispostos a "oferecer um programa de ajuda suplementar de até 100 bilhões de euros de financiamento até 2014, incluindo para a recapitalização dos bancos gregos".

2. O Fundo Monetário Internacional deve em teoria contribuir com essa ajuda. O conselho de administração decidirá o total mais adiante. Contudo, a instituição com sede em Washington se nega há meses a dizer claramente se vai acordar um novo empréstimo à Grécia e põe como condição que a dívida de Grécia seja reduzida a um nível "sustentável", concretamente 120% de seu PIB em 2020, frente aos 160% atuais.

3. Assim como os bancos privados e os governos europeus, o Banco Central Europeu poderá aliviar o rombo.

No início do mês, o BCE trocou suas obrigações gregas, obtidas em 2010, por novos títulos para proteger-se de perdas.

A soma total de títulos negociados foi de 50 bilhões de euros, segundo fontes. Além de preservas os interesses do BCE, a operação pode ser um gesto positivo para Atenas.

Como o BCE comprou esses títulos a um preço menor que seu valor nominal - com uma redução de 20 a 30% - a instituição obterá lucros. A ideia é fazer com que esse ganho beneficie de uma maneira ou de outra a Grécia.

Essa foi a sugestão do presidente da instituição, Mario Draghi: a redistribuição destes ganhos aos Estados da zona do euro, em função de sua participação no capital da instituição. De acordo com Draghi, esse seria o único meio de o BCE ajudar Atenas sem descumprir a proibição de financiar diretamente os países.

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