Conselho de Segurança da ONU convoca Síria a aplicar plano de paz


NOVA YORK, 21 Mar 2012 (AFP) -O Conselho de Segurança aprovou nesta quarta-feira uma declaração na qual convoca a Síria a aplicar imediatamente o plano de paz proposto pelas Nações Unidas e pela Liga Árabe, formulando uma advertência velada sobre eventuais medidas internacionais.

Após intensas negociações entre as potências, Rússia e China aprovaram uma proposta redigida pelos países ocidentais que pede ao presidente sírio, Bashar al-Assad, que atue para pôr um fim às hostilidades e por uma transição democrática.

A declaração presidencial, com menos peso do que uma resolução formal, dá um forte apoio a Annan e ao plano de seis pontos que pôs sobre a mesa de negociações em Damasco no início deste mês.

O Conselho "convoca o governo e a oposição da Síria a trabalharem de boa fé com o enviado sobre um acordo de paz na crise síria e a implementar de forma completa e imediata sua proposta inicial de seis pontos".

A declaração pede a Annan que informe "periódica e oportunamente" o Conselho sobre os progressos de sua missão, e, "com base nestes relatórios, o Conselho de Segurança considerará medidas adicionais".

O plano de Annan pede que o governo não utilize "armas pesadas", uma pausa humanitária de duas horas diárias nas hostilidades, um cessar-fogo vigiado pela ONU no qual o governo retire as tropas das cidades onde ocorrem os protestos, e que seja permitido o acesso a todas as regiões afetadas pelos combates.

Em um sinal da nova urgência diplomática sobre a Síria, o Conselho de Segurança somou à declaração um comunicado de imprensa proposto pela Rússia, que "condena nos termos mais enérgicos" os ataques com bomba (na segunda maior cidade síria) no último fim de semana.

"Os membros do Conselho de Segurança condenam nos termos mais enérgicos os ataques terroristas ocorridos em Damasco, Síria, nos dias 17 e 19 de março, e em Aleppo, Síria, no dia 18 de março, deixando muitos mortos e feridos", indicou este segundo comunicado.

Os países que integram o organismo "expressam sua profunda solidariedade e sinceras condolências às vítimas destes atos atrozes e as suas famílias", acrescentou o comunicado, que deliberadamente não estende as condolências ao governo, como se faz normalmente nas mensagens que condenam atos terroristas.

A secretária americana de Estado, Hillary Clinton, elogiou a declaração sobre a Síria e advertiu a Assad que adote e aplique o plano de paz diante da possibilidade de enfrentar um aumento da pressão.

Hillary classificou a declaração como um passo positivo.

"Ao presidente Assad e ao seu regime, podemos dizer a vocês, junto com o resto da comunidade internacional, que tome este caminho, aplique-o, ou enfrentará o aumento da pressão e do isolamento", disse Hillary a jornalistas.

O embaixador britânico na ONU, Mark Lyall Grant, destacou que a declaração desta quarta-feira foi aprovada por unanimidade, apesar das divisões.

"Isto precisamente envia uma forte e unânime mensagem ao governo sírio e a todos os demais atores na Síria de que têm que responder rápida e imediatamente ao plano de seis pontos", disse Lyall Grant, que formalmente leu a declaração em seu caráter de presidente do Conselho durante este mês.

Rússia e China vetaram duas resoluções do Conselho de Segurança sobre a Síria em outubro de 2011 e em fevereiro passado.

Os europeus, no entanto, continuam pressionando por uma resolução vinculante do Conselho de Segurança sobre a crise na Síria, onde, segundo estimativas da ONU, morreram cerca de 8 mil pessoas em um ano, afirmaram diplomatas.

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