Atentado deixa 11 mortos em Damasco, milhares de manifestantes em toda a Síria
DAMASCO, 27 Abr 2012 (AFP) -Um atentado deixou ao menos 11 mortos em Damasco nesta sexta-feira, no momento em que manifestantes se reuníam em todo o país, atendendo à convocação de militantes hostis ao regime de Bashar al-Assad.
Segundo a rede de televisão oficial, o atentado suicida deixou 11 mortos e 28 feridos, entre eles civis e membros das forças de ordem.
Este atentado, efetuado em frente à mesquita Zein al-Abidin, ocorreu "quando os fiéis saíam da mesquita", segundo a televisão.
As imagens transmitidas mostravam o local da explosão, debaixo de uma ponte onde as pessoas corriam gritando e do qual saía fumaça.
A televisão, que divulgou imagens de partes de corpos em meio a poças de sangue, informou que esta explosão terrorista ocorreu diante de uma mesquita, no momento em que os fiéis saíam da oração muçulmana semanal do meio-dia.
Pouco tempo antes, uma explosão sacudiu a zona industrial de Damasco, perto da companhia nacional de transportes, sem deixar vítimas, havia informado a entidade opositora Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Os ataques ocorreram no momento em que uma primeira equipe de observadores da ONU está mobilizada na Síria para supervisionar um cessar-fogo, que entrou em vigor no dia 12 de abril, de acordo com o plano elaborado pelo emissário internacional Kofi Annan, mas que foi constantemente violado desde então.
Outros atentados suicidas já haviam sacudido o centro de Damasco em dezembro de 2011 e janeiro de 2012, praticados nos bairros de Midan e de Kafar Soussé.
As autoridades responsabilizaram por estes ataques, que deixaram dezenas de mortos e feridos, "grupos terroristas armados", enquanto a oposição acusou o regime.
Já o OSDH indicou que dezenas de milhares de pessoas protestavam contra o regime em todo o país.
Dois manifestantes foram mortos em Aleppo (norte) e na região de Damasco, enquanto uma criança foi morta a tiros enquanto policiais tentavam dispersar os manifestantes em Deir Ezzor (leste), indicou. Três membros das forças de segurança e um desertor também morreram nesta sexta-feira em episódios de violência em todo o país, segundo a mesma fonte.
Os militantes pró-democracia convocaram a população a se mobilizar, como em todas as sextas-feiras, e se dirigiram, em particular, aos observadores mobilizados pela ONU para supervisionar o cessar-fogo.
"Observadores, deixem de jogar com o sangue de nosso povo", proclamava um cartaz em Beit Saham, na periferia de Damasco, num momento em que um grupo avançado de cerca de quinze observadores começa a se mobilizar, conforme o plano do emissário internacional Kofi Annan.
"Missão Annan, por favor, não venham nos ver, vocês se converteram em fonte dos massacres", lia-se em uma bandeira em Hass, na província de Idleb (noroeste).
Em várias cidades do país, militantes e ONGs informaram sobre mortos e feridos após a chegada dos observadores da ONU.
Em um comunicado divulgado nesta sexta, a Anistia Internacional denunciou "a tendência recente ao aumento da violência, que explodiu logo após o início da visita dos observadores" e indicou um registro de pelo menos 362 mortos desde o começo de sua missão, no dia 16 de abril.
Quinze observadores da ONU estão mobilizados atualmente na Síria. Segundo o porta-voz da ONU, Neeraj Singh, dois deles estão em Deraa (sul), berço da onda de contestação, dois estão em Homs e outros dois permanecem em Hama, no centro do país.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, nomeou o general Robert Mood para a chefia da missão. Este norueguês de 54 anos, que estava a caminho de Damasco nesta sexta-feira, já negociou a mobilização dos 30 primeiros observadores. Dentro de um mês, ele já deverá liderar outros 100 membros da missão, dos 300 previstos.
Mas a lentidão do processo e as violações constantes do cessar-fogo levaram alguns a questionar o interesse da missão.
Os Estados Unidos acusaram nesta sexta-feira Bashar al-Assad de não respeitar "a sua outra metade do contrato" e alertaram que estão prontos para voltar ao Conselho de Segurança da ONU se Damasco causar o fracasso do plano Annan.
Embora esse plano estipule o retorno dos soldados as suas bases no dia 10 de abril, os observadores indicaram que o Exército permanece mobilizado nas cidades.
Para o opositor Walid al-Bounni, "o regime sírio não pode aplicar o plano Annan", que prevê também a liberdade de se manifestar pacificamente, porque, se o fizer, "milhões de sírios sairão às ruas e o regime cairá".
A Liga Árabe, cuja própria missão de observação fracassou no início do ano, anunciou que vai pedir à ONU garantias de proteção "imediata" aos civis, sem estipular um recurso à força, ameaça já feita por Paris e Washington.
Enquanto isso, o Exército libanês reteve nesta sexta-feira um navio suspeito de transportar armas destinadas aos rebeldes sírios, segundo uma fonte de segurança. À espera de uma intervenção direta, países como Qatar e Arábia Saudita se declararam favoráveis ao envio de armas aos rebeldes.
Segundo uma estimativa da ONU apresentada nesta sexta, a violência e a repressão obrigaram mais de 65.000 sírios a fugirem de seu país, sendo a grande maioria para a Turquia e para o Líbano.
A Síria está mergulhado desde março de 2011 em uma revolta popular sem precedente que se militarizou com o passar dos meses frente à brutal repressão efetuada pelo regime. Em 13 meses, a violência deixou mais de 11.100 mortos, segundo o OSDH.
Segundo a rede de televisão oficial, o atentado suicida deixou 11 mortos e 28 feridos, entre eles civis e membros das forças de ordem.
Este atentado, efetuado em frente à mesquita Zein al-Abidin, ocorreu "quando os fiéis saíam da mesquita", segundo a televisão.
As imagens transmitidas mostravam o local da explosão, debaixo de uma ponte onde as pessoas corriam gritando e do qual saía fumaça.
A televisão, que divulgou imagens de partes de corpos em meio a poças de sangue, informou que esta explosão terrorista ocorreu diante de uma mesquita, no momento em que os fiéis saíam da oração muçulmana semanal do meio-dia.
Pouco tempo antes, uma explosão sacudiu a zona industrial de Damasco, perto da companhia nacional de transportes, sem deixar vítimas, havia informado a entidade opositora Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Os ataques ocorreram no momento em que uma primeira equipe de observadores da ONU está mobilizada na Síria para supervisionar um cessar-fogo, que entrou em vigor no dia 12 de abril, de acordo com o plano elaborado pelo emissário internacional Kofi Annan, mas que foi constantemente violado desde então.
Outros atentados suicidas já haviam sacudido o centro de Damasco em dezembro de 2011 e janeiro de 2012, praticados nos bairros de Midan e de Kafar Soussé.
As autoridades responsabilizaram por estes ataques, que deixaram dezenas de mortos e feridos, "grupos terroristas armados", enquanto a oposição acusou o regime.
Já o OSDH indicou que dezenas de milhares de pessoas protestavam contra o regime em todo o país.
Dois manifestantes foram mortos em Aleppo (norte) e na região de Damasco, enquanto uma criança foi morta a tiros enquanto policiais tentavam dispersar os manifestantes em Deir Ezzor (leste), indicou. Três membros das forças de segurança e um desertor também morreram nesta sexta-feira em episódios de violência em todo o país, segundo a mesma fonte.
Os militantes pró-democracia convocaram a população a se mobilizar, como em todas as sextas-feiras, e se dirigiram, em particular, aos observadores mobilizados pela ONU para supervisionar o cessar-fogo.
"Observadores, deixem de jogar com o sangue de nosso povo", proclamava um cartaz em Beit Saham, na periferia de Damasco, num momento em que um grupo avançado de cerca de quinze observadores começa a se mobilizar, conforme o plano do emissário internacional Kofi Annan.
"Missão Annan, por favor, não venham nos ver, vocês se converteram em fonte dos massacres", lia-se em uma bandeira em Hass, na província de Idleb (noroeste).
Em várias cidades do país, militantes e ONGs informaram sobre mortos e feridos após a chegada dos observadores da ONU.
Em um comunicado divulgado nesta sexta, a Anistia Internacional denunciou "a tendência recente ao aumento da violência, que explodiu logo após o início da visita dos observadores" e indicou um registro de pelo menos 362 mortos desde o começo de sua missão, no dia 16 de abril.
Quinze observadores da ONU estão mobilizados atualmente na Síria. Segundo o porta-voz da ONU, Neeraj Singh, dois deles estão em Deraa (sul), berço da onda de contestação, dois estão em Homs e outros dois permanecem em Hama, no centro do país.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, nomeou o general Robert Mood para a chefia da missão. Este norueguês de 54 anos, que estava a caminho de Damasco nesta sexta-feira, já negociou a mobilização dos 30 primeiros observadores. Dentro de um mês, ele já deverá liderar outros 100 membros da missão, dos 300 previstos.
Mas a lentidão do processo e as violações constantes do cessar-fogo levaram alguns a questionar o interesse da missão.
Os Estados Unidos acusaram nesta sexta-feira Bashar al-Assad de não respeitar "a sua outra metade do contrato" e alertaram que estão prontos para voltar ao Conselho de Segurança da ONU se Damasco causar o fracasso do plano Annan.
Embora esse plano estipule o retorno dos soldados as suas bases no dia 10 de abril, os observadores indicaram que o Exército permanece mobilizado nas cidades.
Para o opositor Walid al-Bounni, "o regime sírio não pode aplicar o plano Annan", que prevê também a liberdade de se manifestar pacificamente, porque, se o fizer, "milhões de sírios sairão às ruas e o regime cairá".
A Liga Árabe, cuja própria missão de observação fracassou no início do ano, anunciou que vai pedir à ONU garantias de proteção "imediata" aos civis, sem estipular um recurso à força, ameaça já feita por Paris e Washington.
Enquanto isso, o Exército libanês reteve nesta sexta-feira um navio suspeito de transportar armas destinadas aos rebeldes sírios, segundo uma fonte de segurança. À espera de uma intervenção direta, países como Qatar e Arábia Saudita se declararam favoráveis ao envio de armas aos rebeldes.
Segundo uma estimativa da ONU apresentada nesta sexta, a violência e a repressão obrigaram mais de 65.000 sírios a fugirem de seu país, sendo a grande maioria para a Turquia e para o Líbano.
A Síria está mergulhado desde março de 2011 em uma revolta popular sem precedente que se militarizou com o passar dos meses frente à brutal repressão efetuada pelo regime. Em 13 meses, a violência deixou mais de 11.100 mortos, segundo o OSDH.