Chile: protestos contra homenagem a ex-ditador Augusto Pinochet
SANTIAGO, 10 Jun 2012 (AFP) -Centenas de pessoas enfrentaram a polícia chilena neste domingo em protestos contra uma homenagem ao ex-ditador chileno, Augusto Pinochet, que foi realizada por seus partidários em um teatro de Santiago, constatou um jornalista da AFP.
"Assassino, Assassino!", gritavam os cerca de 3.000 manifestantes nas proximidades do teatro Caupolicán, no centro de Santiago, em protesto contra a homenagem, que incluía a exibição do documentário "Pinochet", sobre a obra do ex-ditador (1973-1990).
A polícia, que preparou uma forte operação para evitar distúrbios com mais de 500 homens, reprimiu com gases lacrimogêneos e jatos d'água os manifestantes e evitou o avanço do protesto para as proximidades do teatro, onde estavam mais de 1.000 simpatizantes do ex-ditador, ao que seus detratores responderam com paus e pedras, em confrontos que se estenderam por mais de 3 horas e terminaram com 25 detidos e 16 feridos (14 policiais e dois jornalistas), segundo a Intendência (governo) de Santiago.
"A polícia está limitando nossos passos para que a atividade em homenagem ao ditador possa ser realizada. Aqui está havendo uma homenagem a um criminoso", disse Mireya García, vice-presidenta do Grupo de Familiares de Detidos e Desaparecidos, ao canal de televisão CNN Chile.
A homenagem foi organizado pela Corporação 11 de setembro, cujo nome recorda o dia do golpe de Estado em 1973 contra o governo do presidente socialista Salvador Allende.
"Creio que na democracia temos todo o direito de celebrar", disse o ex-militar Juan González, presidente da Corporação 11 de setembro.
A ditadura deixou um saldo de mais de 3.000 vítimas, entre mortos e desaparecidos.
Nos dias prévios ao ato deste domingo, houve um árduo debate sobre a permissão para se homenagear o ex-ditador.
O governo disse que não compartilha a iniciativa, mas que respeitava o direito de reunião. A Justiça, no entanto, rejeitou um recurso judicial que tentava evitar sua realização, estimando que não possui atribuições para proibir um ato que se realiza em um recinto privado.
Os últimos pinochezistas defendem com paixão a figura do ex-ditador chileno, nostálgicos de uma obra que, ao seu ver, não foi reconhecida.
"Sou grata pelo grande governo que ele fez, que nos deu segurança e tranquilidade e por salvar a pátria do marxismo", disse María González.
Após 40 anos desde o golpe de Estado de Augusto Pinochet, os defensores do ex-ditador estão quase que completamente ausentes do cenário político, sem representação parlamentar nem porta-vozes, mas gostam de lembrar com nostalgia do período entre 1973 e 1990.
Longe dos 44% dos votos que Pinochet obteve no plebiscito que em 1988 selou o destino de sua ditadura, este grupo que se reúne semanalmente para analisar a situação política do país e homenagear o general, crê que o pinochezismo está mais vivo do que nunca.
Os seguidores de Pinochet exigem a libertação dos quase 70 militares presos por violações aos direitos humanos na ditadura.
"Assassino, Assassino!", gritavam os cerca de 3.000 manifestantes nas proximidades do teatro Caupolicán, no centro de Santiago, em protesto contra a homenagem, que incluía a exibição do documentário "Pinochet", sobre a obra do ex-ditador (1973-1990).
A polícia, que preparou uma forte operação para evitar distúrbios com mais de 500 homens, reprimiu com gases lacrimogêneos e jatos d'água os manifestantes e evitou o avanço do protesto para as proximidades do teatro, onde estavam mais de 1.000 simpatizantes do ex-ditador, ao que seus detratores responderam com paus e pedras, em confrontos que se estenderam por mais de 3 horas e terminaram com 25 detidos e 16 feridos (14 policiais e dois jornalistas), segundo a Intendência (governo) de Santiago.
"A polícia está limitando nossos passos para que a atividade em homenagem ao ditador possa ser realizada. Aqui está havendo uma homenagem a um criminoso", disse Mireya García, vice-presidenta do Grupo de Familiares de Detidos e Desaparecidos, ao canal de televisão CNN Chile.
A homenagem foi organizado pela Corporação 11 de setembro, cujo nome recorda o dia do golpe de Estado em 1973 contra o governo do presidente socialista Salvador Allende.
"Creio que na democracia temos todo o direito de celebrar", disse o ex-militar Juan González, presidente da Corporação 11 de setembro.
A ditadura deixou um saldo de mais de 3.000 vítimas, entre mortos e desaparecidos.
Nos dias prévios ao ato deste domingo, houve um árduo debate sobre a permissão para se homenagear o ex-ditador.
O governo disse que não compartilha a iniciativa, mas que respeitava o direito de reunião. A Justiça, no entanto, rejeitou um recurso judicial que tentava evitar sua realização, estimando que não possui atribuições para proibir um ato que se realiza em um recinto privado.
Os últimos pinochezistas defendem com paixão a figura do ex-ditador chileno, nostálgicos de uma obra que, ao seu ver, não foi reconhecida.
"Sou grata pelo grande governo que ele fez, que nos deu segurança e tranquilidade e por salvar a pátria do marxismo", disse María González.
Após 40 anos desde o golpe de Estado de Augusto Pinochet, os defensores do ex-ditador estão quase que completamente ausentes do cenário político, sem representação parlamentar nem porta-vozes, mas gostam de lembrar com nostalgia do período entre 1973 e 1990.
Longe dos 44% dos votos que Pinochet obteve no plebiscito que em 1988 selou o destino de sua ditadura, este grupo que se reúne semanalmente para analisar a situação política do país e homenagear o general, crê que o pinochezismo está mais vivo do que nunca.
Os seguidores de Pinochet exigem a libertação dos quase 70 militares presos por violações aos direitos humanos na ditadura.