Autoridade da ONU afirma que Síria está em guerra civil
DAMASCO, 12 Jun 2012 (AFP) -O chefe das operações de manutenção da paz da ONU, Hervé Ladsous, afirmou nesta terça-feira que há uma guerra civil em andamento na Síria, onde os combates entre forças do governo e insurgentes e os bombardeios contra redutos rebeldes são cada vez mais intensos.
Pelo oitavo dia consecutivo, as forças do governo bombardearam a cidade de Al-Hafa (noroeste), onde os observadores da ONU foram impedidos de entrar.
Quando os jornalistas perguntaram se Ladsous considerava que a Síria estava em guerra civil, ele respondeu: "Sim, acho que podemos afirmar isso. Claramente o que está acontecendo é que o governo sírio perdeu grande parte do seu território, diversas cidades, para a oposição e quer recuperar o controle".
Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), centenas de rebeldes do Exército Sírio Livre (ESL, composto em sua maioria por desertores) estão em Al-Hafa, uma localidade considerada estratégica por sua proximidade com Qardaha, cidade natal do presidente Bashar al-Assad.
Em oito dias de bombardeios e de combates entre rebeldes e as forças do governo, 120 pessoas foram mortas, das quais 29 civis, de acordo com o OSDH.
"As forças do regime se preparam para atacar Al-Hafa", considerou o presidente do OSDH, Rami Abdel Rahman. Uma ativista no local contou que havia tanques "às portas da cidade", abandonada pela maioria de seus 30.000 habitantes.
Na segunda-feira, os Estados Unidos manifestaram o seu temor relacionado a possíveis preparativos das forças do governo para um novo massacre em Al-Hafa, e o emissário internacional Kofi Annan e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediram que as Nações Unidas tivessem acesso à cidade.
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Uma multidão enfurecida contra os observadores
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A Missão de Supervisão da ONU na Síria indicou que seus observadores não tinham conseguido entrar em Al-Hafa e foram alvejados por disparos.
Os observadores "tiveram que enfrentar uma multidão enfurecida (...) e precisaram recuar".
"Três veículos da ONU foram alvos de disparos quando se dirigiam em direção à região de Idleb", mais ao norte, acrescentou a missão em um comunicado. "A origem dos tiros ainda não foi esclarecida", afirma.
Pouco antes, o diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman, disse que moradores da aldeia de Chir, que apoiam o regime, haviam impedido os observadores da ONU de chegar a Al-Hafa deitando na estrada.
A agência oficial Sana indicou, por sua vez, que os observadores tinham atropelado moradores de Chir que queriam "contar seus sofrimentos provocados por grupos terroristas armados", registrando três feridos.
Desde o início da revolta contra Bashar al-Assad em março de 2011, o governo se nega a reconhecer a magnitude da onda de contestação e atribui a violência a "terroristas" apoiados por outros países.
Nesse sentido, o Ministério das Relações Exteriores sírio acusou nesta terça-feira Washington de "estimular os grupos armados a cometer mais matanças, (atos de) terrorismo" na Síria.
Enquanto isso, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, considerou "muito difícil" prolongar para depois de julho a missão da ONU na Síria prevista no plano do emissário Kofi Annan-- "devido à ausência de progressos no terreno".
Nesta terça-feira a violência custou a vida de 36 pessoas, incluindo 24 civis.
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Escudos humanos
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Em um relatório, a ONU denunciou ao governo sírio como um dos piores na lista anual "da vergonha".
"Vi poucas vezes tantas brutalidades contra crianças como na Síria, onde as meninas e os meninos são encarcerados, torturados, executados e utilizados como escudos humanos", afirmou Radhika Coomaraswamy, representante da ONU para a infância nos conflitos armados.
Segundo a Human Rights Watch, pelo menos 1.176 crianças morreram desde o começo da revolta. E, segundo o OSDH, mais de 14.100 pessoas perderam a vida desde essa data.
O Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão opositora, convocou manifestações para quarta-feira diante das embaixadas e representações russas no mundo em protesto contra o apoio de Moscou a Damasco. Rússia e China bloquearam duas resoluções na ONU condenando a repressão do governo sírio.
Também na quarta, o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, chegará ao Irã, outro aliado de Damasco acusado de fornecer armas ao governo Assad.
Hillary Clinton afirmou nesta terça-feira que seu país está preocupado com informações de que a Rússia envia helicópteros de ataque à Síria.
Pelo oitavo dia consecutivo, as forças do governo bombardearam a cidade de Al-Hafa (noroeste), onde os observadores da ONU foram impedidos de entrar.
Quando os jornalistas perguntaram se Ladsous considerava que a Síria estava em guerra civil, ele respondeu: "Sim, acho que podemos afirmar isso. Claramente o que está acontecendo é que o governo sírio perdeu grande parte do seu território, diversas cidades, para a oposição e quer recuperar o controle".
Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), centenas de rebeldes do Exército Sírio Livre (ESL, composto em sua maioria por desertores) estão em Al-Hafa, uma localidade considerada estratégica por sua proximidade com Qardaha, cidade natal do presidente Bashar al-Assad.
Em oito dias de bombardeios e de combates entre rebeldes e as forças do governo, 120 pessoas foram mortas, das quais 29 civis, de acordo com o OSDH.
"As forças do regime se preparam para atacar Al-Hafa", considerou o presidente do OSDH, Rami Abdel Rahman. Uma ativista no local contou que havia tanques "às portas da cidade", abandonada pela maioria de seus 30.000 habitantes.
Na segunda-feira, os Estados Unidos manifestaram o seu temor relacionado a possíveis preparativos das forças do governo para um novo massacre em Al-Hafa, e o emissário internacional Kofi Annan e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediram que as Nações Unidas tivessem acesso à cidade.
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Uma multidão enfurecida contra os observadores
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A Missão de Supervisão da ONU na Síria indicou que seus observadores não tinham conseguido entrar em Al-Hafa e foram alvejados por disparos.
Os observadores "tiveram que enfrentar uma multidão enfurecida (...) e precisaram recuar".
"Três veículos da ONU foram alvos de disparos quando se dirigiam em direção à região de Idleb", mais ao norte, acrescentou a missão em um comunicado. "A origem dos tiros ainda não foi esclarecida", afirma.
Pouco antes, o diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman, disse que moradores da aldeia de Chir, que apoiam o regime, haviam impedido os observadores da ONU de chegar a Al-Hafa deitando na estrada.
A agência oficial Sana indicou, por sua vez, que os observadores tinham atropelado moradores de Chir que queriam "contar seus sofrimentos provocados por grupos terroristas armados", registrando três feridos.
Desde o início da revolta contra Bashar al-Assad em março de 2011, o governo se nega a reconhecer a magnitude da onda de contestação e atribui a violência a "terroristas" apoiados por outros países.
Nesse sentido, o Ministério das Relações Exteriores sírio acusou nesta terça-feira Washington de "estimular os grupos armados a cometer mais matanças, (atos de) terrorismo" na Síria.
Enquanto isso, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, considerou "muito difícil" prolongar para depois de julho a missão da ONU na Síria prevista no plano do emissário Kofi Annan-- "devido à ausência de progressos no terreno".
Nesta terça-feira a violência custou a vida de 36 pessoas, incluindo 24 civis.
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Escudos humanos
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Em um relatório, a ONU denunciou ao governo sírio como um dos piores na lista anual "da vergonha".
"Vi poucas vezes tantas brutalidades contra crianças como na Síria, onde as meninas e os meninos são encarcerados, torturados, executados e utilizados como escudos humanos", afirmou Radhika Coomaraswamy, representante da ONU para a infância nos conflitos armados.
Segundo a Human Rights Watch, pelo menos 1.176 crianças morreram desde o começo da revolta. E, segundo o OSDH, mais de 14.100 pessoas perderam a vida desde essa data.
O Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão opositora, convocou manifestações para quarta-feira diante das embaixadas e representações russas no mundo em protesto contra o apoio de Moscou a Damasco. Rússia e China bloquearam duas resoluções na ONU condenando a repressão do governo sírio.
Também na quarta, o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, chegará ao Irã, outro aliado de Damasco acusado de fornecer armas ao governo Assad.
Hillary Clinton afirmou nesta terça-feira que seu país está preocupado com informações de que a Rússia envia helicópteros de ataque à Síria.