'Freiras no ônibus': o giro rebeldes de religiosas americanas
Harrisburg, EUA, 29 Jun 2012 (AFP) -Elas são alegres, apaixonadas, e pouco se importam com o que dizem sobre elas no Vaticano: um grupo de freiras católicas percorre desde meados de junho os Estados Unidos de ônibus, para defender os pobres e denunciar a redução da ajuda social votada no Congresso.
As religiosas do grupo "Network", entidade católica nacional que defende a justiça social, partiram de Des Moines (Iowa, centro) em 17 de junho, e, desde então, viajaram pelo norte do país, atravessando os estados de Wisconsin, Illinois, Indiana, Michigan e Ohio.
Ontem, fizeram-se ouvir nas escadas do Capitólio, em Harrisburg, Pensilvânia, exultantes, após a decisão da Suprema Corte, que avalizou a reforma da saúde do presidente Barack Obama. À noite, em Hershey, cidade famosa por seus chocolates, as irmãs lotaram salas contando sua viagem e explicando sua filosofia.
Nesta sexta-feira, elas já haviam seguido para a Filadélfia, e deverão chegar na segunda-feira a Washington. Seu ônibus se parece com o de estrelas do rock ou políticos em campanha: é grande e exibe o nome do grupo, Freiras no nibus, além de exibir imagens do que as irmãs defendem: "fé, família e igualdade".
As religiosas, que vestem roupas comuns, viajam em grupos de quatro a sete pessoas, e se revezam a cada etapa, exceto as irmãs Simone Campbell, 67, e Diane Donoghue, 81.
Desde a sua partida, as freiras visitaram restaurantes populares e organizações beneficentes, mas também gabinetes de membros do Congresso.
A irmã Simone, uma advogada que defende os pobres há 40 anos, envia "tweets" de dentro do ônibus. Em Harrisburg, onde foi aplaudida calorosamente, assinou autógrafos com a Bíblia nas mãos.
Sobre o grupo Network, com sede em Washington, que ela dirige desde 2004, diz claramente que é "político". "Sou uma lobista declarada e trabalho duro para que as políticas federais reflitam nossos princípios morais", disse à AFP.
A ideia do ônibus nasceu em maio, depois que o Vaticano ordenou, numa avaliação doutrinal em meados de abril, a reforma da associação de líderes de congregações de religiosas católicas nos Estados Unidos, conhecida como Leadership Conference of Women religious (LCWR), que representa a maioria das irmãs americanas, denunciando seu "feminismo radical".
O Vaticano também questionou a LCWR por seu envolvimento excessivo em temas ligados à justiça social, e sua falta de convicção contra o casamento gay ou o aborto.
O Network, que se opunha aos bispos ao defender a lei sobre o seguro-saúde do governo Obama, chamou a atenção em Roma por sua ligação com a LCWR. "Foi como um soco no estômago", disse a irmã Simone, surpresa com o fato de o Vaticano conhecer o grupo, que possui apenas nove integrantes.
Soltando uma gargalhada, a freira negou ser uma feminista radical. "Sou uma mulher forte, sou advogada, faço perguntas. Isso não me parece radical, sou apenas uma mulher que defende os pobres com paixão", disse.
Por isso, a irmã decidiu atrair o interesse da imprensa, depois da queixa do Vaticano. Assim surgiu a ideia do ônibus, e o apoio foi imediato. Em 10 dias, as irmãs arrecadaram 150 mil dólares.
Em reuniões públicas, a irmã Simone denuncia o orçamento aprovado pela Câmara dos Representantes. Assinala que, com esta iniciativa, milhões de pessoas ficarão sem o Medicaid, seguro-saúde para os pobres.
"Nosso ônibus iniciou um debate político, para dizer: 'Nós, o povo americano, podemos fazer melhor.'"
A hierarquia católica não se pronunciou sobre o giro.
As religiosas do grupo "Network", entidade católica nacional que defende a justiça social, partiram de Des Moines (Iowa, centro) em 17 de junho, e, desde então, viajaram pelo norte do país, atravessando os estados de Wisconsin, Illinois, Indiana, Michigan e Ohio.
Ontem, fizeram-se ouvir nas escadas do Capitólio, em Harrisburg, Pensilvânia, exultantes, após a decisão da Suprema Corte, que avalizou a reforma da saúde do presidente Barack Obama. À noite, em Hershey, cidade famosa por seus chocolates, as irmãs lotaram salas contando sua viagem e explicando sua filosofia.
Nesta sexta-feira, elas já haviam seguido para a Filadélfia, e deverão chegar na segunda-feira a Washington. Seu ônibus se parece com o de estrelas do rock ou políticos em campanha: é grande e exibe o nome do grupo, Freiras no nibus, além de exibir imagens do que as irmãs defendem: "fé, família e igualdade".
As religiosas, que vestem roupas comuns, viajam em grupos de quatro a sete pessoas, e se revezam a cada etapa, exceto as irmãs Simone Campbell, 67, e Diane Donoghue, 81.
Desde a sua partida, as freiras visitaram restaurantes populares e organizações beneficentes, mas também gabinetes de membros do Congresso.
A irmã Simone, uma advogada que defende os pobres há 40 anos, envia "tweets" de dentro do ônibus. Em Harrisburg, onde foi aplaudida calorosamente, assinou autógrafos com a Bíblia nas mãos.
Sobre o grupo Network, com sede em Washington, que ela dirige desde 2004, diz claramente que é "político". "Sou uma lobista declarada e trabalho duro para que as políticas federais reflitam nossos princípios morais", disse à AFP.
A ideia do ônibus nasceu em maio, depois que o Vaticano ordenou, numa avaliação doutrinal em meados de abril, a reforma da associação de líderes de congregações de religiosas católicas nos Estados Unidos, conhecida como Leadership Conference of Women religious (LCWR), que representa a maioria das irmãs americanas, denunciando seu "feminismo radical".
O Vaticano também questionou a LCWR por seu envolvimento excessivo em temas ligados à justiça social, e sua falta de convicção contra o casamento gay ou o aborto.
O Network, que se opunha aos bispos ao defender a lei sobre o seguro-saúde do governo Obama, chamou a atenção em Roma por sua ligação com a LCWR. "Foi como um soco no estômago", disse a irmã Simone, surpresa com o fato de o Vaticano conhecer o grupo, que possui apenas nove integrantes.
Soltando uma gargalhada, a freira negou ser uma feminista radical. "Sou uma mulher forte, sou advogada, faço perguntas. Isso não me parece radical, sou apenas uma mulher que defende os pobres com paixão", disse.
Por isso, a irmã decidiu atrair o interesse da imprensa, depois da queixa do Vaticano. Assim surgiu a ideia do ônibus, e o apoio foi imediato. Em 10 dias, as irmãs arrecadaram 150 mil dólares.
Em reuniões públicas, a irmã Simone denuncia o orçamento aprovado pela Câmara dos Representantes. Assinala que, com esta iniciativa, milhões de pessoas ficarão sem o Medicaid, seguro-saúde para os pobres.
"Nosso ônibus iniciou um debate político, para dizer: 'Nós, o povo americano, podemos fazer melhor.'"
A hierarquia católica não se pronunciou sobre o giro.