Imigrantes em situação ilegal terão carteira de identidade em NY
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Alex Wong / Getty Images / AFP
A major Pricilla de Oliveira Azevedo (dir.), a primeira mulher a comandar uma UPP no Rio, foi homenageada pela primeira-dama norte-americana Michelle Obama em março deste ano
De Blasio afirmou que esse documento ajudará os cerca de 500 mil imigrantes clandestinos que devem viver em Nova York a abrir uma conta bancária, alugar um apartamento, ter acesso a escolas, ou a creches, inscrever-se em bibliotecas públicas e até se apresentar para entrevistas de emprego.
"Os que solicitarem essa carteira não terão de responder a nenhuma pergunta referente a seu status migratório", garantiu o prefeito democrata.
A identidade "busca normalizar e melhorar a vida da gente", explicou depois, ao descrever a cidade como um "farol de esperança e inclusão".
A carteira de identidade estará disponível a partir de janeiro de 2015 e será gratuita no primeiro ano. Para obtê-la, os solicitantes terão de apresentar uma prova de sua identidade e de seu local de residência em Nova York.
A cidade tem 8,4 milhões de habitantes, dos quais 36,9% são estrangeiros, segundo o Censo municipal.
Nos Estados Unidos, onde não existe "carteira de identidade", é muito comum usar a carteira de motorista como documento. Em Nova York, porém, uma cidade coberta por uma ampla e eficiente rede metroviária, 46% dos habitantes não têm carteira de motorista.
Nem todos viram a medida com bons olhos.
O braço nova-iorquino da ACLU, a maior organização de direitos civis nos Estados Unidos, advertiu que a nova lei poderá permitir às autoridades de Nova York manter por dois anos os documentos originais apresentados pelos indivíduos e, depois, enviá-los para a polícia.
Segundo a organização, fazer a carteira seria uma "aposta", que pode se traduzir em julgamento, ou em deportação.
A Câmara Municipal aprovou sua criação em 26 de junho.
Esse sistema já existe em outras grandes cidades, como Los Angeles, São Francisco e Washington.
Nos Estados Unidos, vivem cerca de 11 milhões de imigrantes clandestinos. Em nível federal, o projeto de reforma promovido pelo presidente Barack Obama está paralisado no Congresso.