Morales dá por superada divergência entre Bolívia e Brasil por fuga de senador

LA PAZ, 31 Ago 2013 (AFP) - O presidente da Bolívia, Evo Morales, considerou neste sábado "resolvido o problema" entre Bolívia e Brasil, causado pela fuga do senador opositor Roger Pinto do país com apoio diplomático brasileiro.

"Infelizmente, por causa de um boliviano corrupto, tentaram nos dividir e nos colocar em confronto com o Brasil. Ontem (na cúpula da Unasul no Suriname), nós nos reunimos com a companheira presidente (Dilma Rousseff) e resolvemos o problema", disse Morales na inauguração de um centro de esportes em um bairro de La Paz.

"Ninguém vai nos dividir, ninguém vai nos colocar em confronto, nem haverá alguém que virá de fora da Bolívia ou da América do Sul para querer impor critérios", afirmou.

O presidente boliviano não especificou, entretanto, a maneira como foi resolvida a divergência com Brasília, embora a ministra da Comunicação, Amanda Dávila, tenha dito a jornalistas que "o asilo político de Pinto foi retirado".

Nesse sentido, o congressista opositor de direita "tem que iniciar um novo processo de refúgio" no Comitê Nacional para Refugiados do Brasil.

Fernando Tibúrcio, advogado brasileiro do senador Pinto, disse: "Insistiremos que (..) fique em território brasileiro, mas temos que negociar alternativas" em outros países da região, sem mencioná-las.

Morales havia pedido ao Brasil nesta semana a devolução de Pinto à justiça boliviana para que fosse julgado "como qualquer autoridade envolvida casos de corrupção".

O governante boliviano afirmou neste sábado que "em termos de corrupção, não pode haver asilo nem refúgio para corruptos em todo o mundo, é uma obrigação com base em acordos internacionais".

"Com base na convenção das Nações Unidas, todos os governos devem atuar na luta contra a corrupção", insistiu.

Pinto fugiu de seu país há oito dias, chegando ao Brasil por terra em um veículo diplomático protegido por funcionários da embaixada brasileira em La Paz, onde estava refugiado desde maio de 2012.

O Brasil havia concedido a ele asilo político, mas o governo boliviano se negava a dar um salvo-conduto para que deixasse o país, por causa de sua situação judicial.

Antes de se instalar na embaixada do Brasil, Pinto havia entregado ao governo boliviano documentos sobre supostos atos de corrupção e vínculos de autoridades com o narcotráfico.

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