Egito decreta estado de emergência em parte do Sinai depois de ataque contra Exército

CAIRO, 24 Out 2014 (AFP) - O governo egípcio decidiu decretar um estado de emergência em parte do norte e do centro da Península do Sinai depois que um terrorista suicida matou 30 soldados, nesta sexta-feira, ao jogar um carro cheio de explosivos contra um posto de controle do Exército.

A medida terá três meses de duração em uma região considerada reduto de extremistas, anunciou a Presidência em um comunicado.

O estado de emergência começa no sábado pela manhã (01h00 de Brasília) e será acompanhado de um toque de recolher.

O Egito também fechará a partir de sábado, sem prazo determinado, o posto de passagem de Rafah, na fronteira com a Faixa de Gaza, informaram nesta sexta a agência de notícias oficial Mena e as autoridades responsáveis pelo terminal.

De acordo com equipes médicas, além dos 30 mortos, outras trinta pessoas ficaram feridas.

Esse foi o ataque mais violento contra as forças de segurança desde a destituição do presidente islamita Mohamed Mursi, em julho de 2013.

O atentado suicida foi cometido em uma região agrícola a noroeste de Al-Arich, capital da província do Sinai do Norte, de acordo com autoridades das forças de segurança.

Pouco depois do ataque suicida, o presidente Abdel Fattah al-Sissi anunciou três dias de luto nacional e convocou uma reunião do Conselho de Defesa Nacional, "com o objetivo de acompanhar os acontecimentos no Sinai", de acordo com um comunicado da Presidência.

União Europeia e Estados Unidos criticaram duramente o ataque.

"Washington condena fortemente o ataque terrorista contra um posto de controle militar no Sinai", declarou a porta-voz do Departamento de Estado americano, Jen Psaki.

"Um Egito próspero e dinâmico requer um entorno de segurança e de estabilidade", acrescentou.

"Os Estados Unidos continuam apoiando os esforços do governo egípcio de enfrentar a ameaça do terrorismo no Egito, como parte dos nossos compromissos com a sociedade estratégica entre nossos dois países", completou Jen Psaki.

O atentado suicida não foi o único ataque contra as forças de segurança nesta sexta-feira na mesma região. Homens armados mataram um oficial e feriram dois soldados em outro posto de controle ao sul de Al-Arich.

Em julho, 22 soldados morreram em um ataque contra um posto de controle militar no oeste do país, perto da fronteira com a Líbia. Em agosto de 2013, pouco depois da queda de Mursi, 25 policiais foram mortos em um ataque próximo da fronteira com a Faixa de Gaza.

O Egito é cenário de uma onda de atentados contra as forças de segurança desde a deposição e prisão do presidente islamita.

Esses ataques são reivindicados, principalmente, por grupos extremistas que afirmam agir em represália pela brutal repressão das autoridades do novo governo aos seguidores de Mursi desde que deixou o poder.



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