A paciência dos opositores se esgota nas ruas do Cairo
CAIRO, 07 dez 2012 (AFP) - Milhares de pessoas protestavam pacificamente nesta sexta-feira à tarde no Cairo contra o presidente islamita Mohamed Mursi, mas muitos disseram que a paciência está chegando ao fim com o chefe de Estado, acusado de querer instaurar uma nova ditadura.
Manifestantes anti-Mursi romperam um alambrado que protege o palácio presidencial, mas os soldados impediram que chegassem até a porta principal, indicaram jornalistas da AFP no local.
Mais de 10.000 pessoas continuam na praça em frente ao palácio, onde o Exército mobilizou tanques.
"Utilizaremos todos os meios para fazer com que o regime caia", afirmou Ahmed Dewedar, um jovem manifestante na Praça Tahrir, onde um emaranhado de tendas abriga os opositores mais determinados.
"Não haverá estabilidade enquanto nossas reivindicações não forem atendidas", afirmou ele neste local emblemático de revolta popular que provocou a queda de Hosni Mubarak em fevereiro de 2011.
Perto dali, uma bandeira proclamava: "Abaixo Adolf Mursi, abaixo o novo Hitler".
Os manifestantes rejeitam o decreto adotado em 2 de novembro que ampliou os poderes do presidente, colocando suas decisões fora do alcance de qualquer controle judicial, uma posição próxima dos plenos poderes.
A determinação de Mursi, reiterada na quinta-feira, de submeter no dia 15 de dezembro a um referendo o novo projeto de Constituição, muito criticado pela oposição, apenas aumentou o descontentamento de seus adversários, que denunciam o seu desejo de islamizar as instituições e atingir as liberdades.
"Nós poderíamos ter invadido o palácio presidencial na quarta-feira", afirmou Mahmud Ghazawi, 35 anos, referindo-se ao protesto em frente à Presidência, que terminou em confrontos com os partidários do chefe de Estado, que deixaram mortos.
"Nós não ficaremos pacíficos para sempre", alertou, enquanto milhares de opositores se reuniam novamente na tarde desta sexta-feira em torno do palácio, agora protegido pelo Exército.
A atual crise exacerbou a polarização do país entre os islâmicos, de um lado, e forças liberais, esquerdistas e cristãos, do outro.
"Ao estilo libanês" "Isto pode se tornar um problema ao estilo libanês", disse Mohamed al-Shaikh, 27 anos, referindo-se à guerra civil que devastou o Líbano entre 1975 e 1990.
"O que acontece no Egito já é uma guerra civil", insistiu outro ativista, que pediu anonimato.
"Mursi e a Irmandade Muçulmana dividiram as pessoas, tentando impor a sua Constituição malfeita, desonesta", acrescentou.
"Nós vamos morrer aqui na Praça Tahrir, de fome ou por doenças, em nome de nossos mártires", gritou em um megafone um imã da conhecida instituição sunita de Al-Azhar, que exigiu a suspensão do decreto de Mursi e de seus poderes ampliados para que a calma retorne.
Outros manifestantes pedem o Exército, apenas alguns meses depois de na Praça Tahrir palavras de ordem terem sido bradadas contra os militares da transição, que governaram o Egito por 18 meses, entre a queda de Mubarak e as eleições de Mursi em junho.
"Haverá violência, com certeza, todas as partes querem a escalada. Mas quando o Exército intervir será o fim do presidente e da Irmandade Muçulmana, e então poderemos ter uma nova vida", considerou Magdi Hosein, 50 anos.
"O Exército sempre esteve ao lado do povo", afirmou.
Outros consideram que este assunto reduziu a popularidade da Irmandade Muçulmana. "Hoje, Mursi não representa mais do que cinco milhões de pessoas de um total de 85 milhões de egípcios", afirmou Mahmud Ghazawi.
Manifestantes anti-Mursi romperam um alambrado que protege o palácio presidencial, mas os soldados impediram que chegassem até a porta principal, indicaram jornalistas da AFP no local.
Mais de 10.000 pessoas continuam na praça em frente ao palácio, onde o Exército mobilizou tanques.
"Utilizaremos todos os meios para fazer com que o regime caia", afirmou Ahmed Dewedar, um jovem manifestante na Praça Tahrir, onde um emaranhado de tendas abriga os opositores mais determinados.
"Não haverá estabilidade enquanto nossas reivindicações não forem atendidas", afirmou ele neste local emblemático de revolta popular que provocou a queda de Hosni Mubarak em fevereiro de 2011.
Perto dali, uma bandeira proclamava: "Abaixo Adolf Mursi, abaixo o novo Hitler".
Os manifestantes rejeitam o decreto adotado em 2 de novembro que ampliou os poderes do presidente, colocando suas decisões fora do alcance de qualquer controle judicial, uma posição próxima dos plenos poderes.
A determinação de Mursi, reiterada na quinta-feira, de submeter no dia 15 de dezembro a um referendo o novo projeto de Constituição, muito criticado pela oposição, apenas aumentou o descontentamento de seus adversários, que denunciam o seu desejo de islamizar as instituições e atingir as liberdades.
"Nós poderíamos ter invadido o palácio presidencial na quarta-feira", afirmou Mahmud Ghazawi, 35 anos, referindo-se ao protesto em frente à Presidência, que terminou em confrontos com os partidários do chefe de Estado, que deixaram mortos.
"Nós não ficaremos pacíficos para sempre", alertou, enquanto milhares de opositores se reuniam novamente na tarde desta sexta-feira em torno do palácio, agora protegido pelo Exército.
A atual crise exacerbou a polarização do país entre os islâmicos, de um lado, e forças liberais, esquerdistas e cristãos, do outro.
"Ao estilo libanês" "Isto pode se tornar um problema ao estilo libanês", disse Mohamed al-Shaikh, 27 anos, referindo-se à guerra civil que devastou o Líbano entre 1975 e 1990.
"O que acontece no Egito já é uma guerra civil", insistiu outro ativista, que pediu anonimato.
"Mursi e a Irmandade Muçulmana dividiram as pessoas, tentando impor a sua Constituição malfeita, desonesta", acrescentou.
"Nós vamos morrer aqui na Praça Tahrir, de fome ou por doenças, em nome de nossos mártires", gritou em um megafone um imã da conhecida instituição sunita de Al-Azhar, que exigiu a suspensão do decreto de Mursi e de seus poderes ampliados para que a calma retorne.
Outros manifestantes pedem o Exército, apenas alguns meses depois de na Praça Tahrir palavras de ordem terem sido bradadas contra os militares da transição, que governaram o Egito por 18 meses, entre a queda de Mubarak e as eleições de Mursi em junho.
"Haverá violência, com certeza, todas as partes querem a escalada. Mas quando o Exército intervir será o fim do presidente e da Irmandade Muçulmana, e então poderemos ter uma nova vida", considerou Magdi Hosein, 50 anos.
"O Exército sempre esteve ao lado do povo", afirmou.
Outros consideram que este assunto reduziu a popularidade da Irmandade Muçulmana. "Hoje, Mursi não representa mais do que cinco milhões de pessoas de um total de 85 milhões de egípcios", afirmou Mahmud Ghazawi.