Obama culpa 'intransigência' republicana por abismo fiscal
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AFP
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ataca republicanos por conta do abismo fiscal
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, culpou neste domingo (30) a intransigência dos republicanos pela fiasco das negociações fiscais nos Estados Unidos.
Em uma entrevista ao programa da NBC, "Meet the Press", Obama disse que os republicanos não aceitam que o imposto aos ricos tem que subir um pouco como parte de um pacote global de redução do deficit.
Desde sua reeleição no mês passado para um segundo mandato, Obama negocia com os republicanos um acordo que impediria a aplicação automática de uma alta generalizada de impostos e fortes cortes de gasto público.
"Eles dizem que sua prioridade é tentar tratar seriamente o deficit, mas a maneira como se comportam parece demonstrar que sua única prioridade é fazer com que as vantagens fiscais dos norte-americanos mais ricos sejam protegidas", afirmou durante a entrevista, que foi gravada no sábado.
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Obama se absteve de emitir prognósticos, ao mesmo tempo que os líderes republicanos e democratas do Senado tentavam neste domingo chegar a um acordo de último minuto que em seguida deverá ser submetido à aprovação da Câmara dos Deputados, com maioria republicana.
"Ontem (sexta-feira), estava modestamente otimista, mas ainda não há acordo", lamentou. "E não é por falta de vontade dos democratas", completou.
As declarações do presidente deram indícios de que um acordo que defina a política fiscal e as medidas de corte do deficit não são iminentes.
Enquanto a entrevista de Obama era transmitida, os principais líderes republicanos e democratas no Senado discutiam seus planos para barrar ao menos a alta de impostos para a classe média na terça-feira, mas deixaram as maiores questões orçamentário sem resposta.
O Senado previa reunir-se no domingo às 18h (16h de Brasília), enquanto que a Câmara dos Deputados começará a sessão uma hora mais tarde. Nenhuma votação é esperada antes das 23h30 (21h30 de Brasília).
Ambas as Câmaras terão pouco tempo para discutir e aprovar uma lei que tem sido debatida na Casa Branca e no Congresso há semanas.
O líder da maioria democrata do Senado, Harry Reid, e seu colega da minoria republicana, Mitch McConnell, deram como prazo as 15h locais de domingo (18h de Brasília), para chegar a um acordo.
Nesse horário, segundo o jornal, seriam realizadas reuniões para informar aos partidos sobre as decisões e determinar se o plano teria apoio suficiente para ser submetido à votação.
Caso seja aprovado pelos partidos, o Senado realizará uma votação na segunda-feira ao meio-dia, dando à Câmara dos Deputados o resto do dia para considerar a medida, segundo o jornal.
Se os legisladores falharem, o salário de todos os americanos ficará muito menor. Segundo Obama, "isso pode ser evitado".
O presidente, reeleito para um mandato de quatro anos no mês passado, quer aumentar os impostos sobre os ricos. Contudo, os republicanos querem eliminar isenções fiscais para aumentar a receita e pedem, em troca, grandes reduções nos gastos públicos, especialmente os programas de ajuda federal, como a Segurança Social.
Contudo, se nada for feito no prazo, todos os contribuintes terão um aumento em suas taxas.
Depois de conversas na Casa Branca, Reid e McConnell estão liderando os esforços para alcançar um acordo.
Qualquer medida decidida pelo Senado também deve ser aprovado pela Câmara dos Deputados, onde não é certo que o projeto de Obama terá o apoio de conservadores pelo lado republicano.
Outra possibilidade, dizem analistas, é deixar acontecer o chamado "abismo fiscal" e, em seguida, corrigir o problema nos primeiros dias de 2013.
Nesse cenário os republicanos, que se opõem a aumento de impostos, poderiam votar uma redução das taxas que seriam elevadas para a maioria dos norte-americanos a partir de 1º de janeiro, sem passar formalmente pelo aumento de impostos.
Citando fontes anônimas próximas às negociações, o "Washington Post" disse que o acordo protegeria cerca de 30 milhões de contribuintes e manteria os auxílios-desemprego para 2 milhões de pessoas, entre outras medidas.