Brennan: Especialista em contraterrorismo para liderar a CIA

WASHINGTON, 07 Jan 2013 (AFP) - John Brennan, nomeado pelo presidente Barack Obama líder da CIA depois da queda de David Petraeus, é um veterano da agência de inteligência que assessorou a Casa Branca em estratégias antiterroristas durante os últimos quatro anos.

Veterano da Agência Central de Inteligência (CIA) durante 25 anos, Brennan é um especialista em Oriente Médio fluente em árabe que, consultado certa vez por jornalistas sobre sua ética de trabalho, respondeu: "Eu não perco tempo".

Brennan perdeu sua oportunidade de ocupar um cargo desta magnitude na CIA em 2009, devido ao seu apoio a "técnicas de interrogatório controversas" durante o governo de George W. Bush, assunto que certamente voltará à tona.

Seu posto como assessor de Segurança Nacional e de combate ao terrorismo em 2009 não requereu a confirmação do Senado, e deste modo evitou a votação do Congresso.

Formado e treinado como um espião, Brennan ascendeu rapidamente como analista e chefe de contraterrorismo no escritório regional da CIA no Oriente Médio e no sul da Ásia.

Em 1995, foi assistente executivo de George Tenet, o vice-diretor da agência, que depois de tornou diretor que serviu nesse cargo por mais tempo na CIA.

Brennan seguiu avançando e se tornou responsável pela base da CIA no Oriente Médio em 1996, e voltou a Washington em 1999 para atuar como chefe da equipe de Tenet até 2001, e como diretor executivo assistente da CIA em 2003.

Coroou uma carreira de 25 anos na CIA tornando-se diretor interino do Centro Anti-Terrorismo de 2004 até agosto de 2005.

Durante esses anos, Brennan testemunhou a disputa entre a CIA e a Casa Branca sobre os trabalhos de inteligência antes da guerra do Iraque em torno das armas de destruição em massa e do vínculo do regime de Saddam Hussein com o terrorismo.

Depois, se distanciou do governo por alguns anos, nos quais trabalhou como consultor em temas de defesa e segurança, até aceitar a oferta de Obama para ser seu assessor principal em matéria de contraterrorismo.

Em 2009 foi duramente criticado pelas declarações feitas em entrevistas defendendo o uso de "técnicas de interrogatório controversas".

Disse que o "submarino", uma espécie de simulação de afogamento considerada como tortura, era incoerente com os valores de Estados Unidos e que devia ser proibida.

Mas em novembro de 2007 afirmou em uma entrevista concedida à rede de televisão CBS que essas técnicas de interrogatório tinham dado resultado na obtenção de informações que a CIA usou contra "terroristas realmente duros".

"Salvei vidas. E não esqueceremos que se trata de terroristas reincidentes, que foram os responsáveis pelo 11 de setembro, que demonstraram não ter remorso algum pela morte de 3.000 inocentes", afirmou.

Em outras entrevistas, Brennan defendeu a prática de transferir os detentos para interrogá-los em agências do exterior, rejeitando a acusação de que essa prática busca burlar as leis anti-tortura vigentes nos Estados Unidos.

Como ocorre com as escutas telefônicas, disse que é necessário encontrar o meio termo entre a necessidade de proteger os cidadãos e seu direito à privacidade, acrescentando que deveria ser realizado um debate público sobre onde esse limite deveria ser traçado.

Como assessor de Obama em contraterrorismo, Brennan trabalhou para criar o "baralho de cartas" da Casa Branca, que identifica os "alvos" (os supostos terroristas) que o governo se propõe a eliminar fisicamente, incluindo sua justificativa legal para cada um por ações suspeitas em Iêmen, Paquistão e outros lugares.

"O que tentamos fazer neste momento é fixar um conjunto de padrões, estipular critérios e obter um processo de tomada de decisões que norteie nossas ações antiterroristas", disse Brennan ao Washington Post no ano passado.

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