Conselho de Segurança apoia intervenção francesa no Mali

  • Suzanne Plunkett/Reuters

    Muçulmanos protestam no sábado (12) na embaixada francesa em Londres, após ação militar no Mali

    Muçulmanos protestam no sábado (12) na embaixada francesa em Londres, após ação militar no Mali

O Conselho de Segurança das Nações Unidas apoiou nesta segunda-feira a intervenção militar francesa no norte do Mali para deter a ofensiva dos grupos islâmicos que controlam o norte do país.

O embaixador francês junto à ONU, Gérard Araud, disse à imprensa que a França tem a "compreensão e o apoio" dos outros 14 membros do Conselho de Segurança, após a reunião a portas fechadas do órgão.

Araud, que informou os membros do Conselho sobre os progressos da operação 'Serval', deflagrada com base no artigo 51 da Carta da ONU sobre o direito à "legítima defesa", destacou que a França deseja entregar a liderança às forças africanas "o mais cedo possível".

República do Mali

  • Capital: Bamaco
    População: 15,5 milhões (2012)
    Língua oficial: francês
    PIB: US$ 17,9 bilhões (2011)
    Tamanho: 7º maior país da África
    Divisão religiosa: 90% muçulmanos, 1% cristãos
    e 9% crenças indígenas

"Fomos obrigados a atuar a pedido das autoridades malinenses (...), mas nosso propósito é aplicar o mais rapidamente possível a resolução 2085, de maneira que as forças africanas, as forças malinenses, resolvam este problema e que haja um acordo político" em Bamako.

A resolução 2085 de 20 de dezembro autoriza a criação da Missão Internacional de Apoio ao Mali (Misma), de 3.300 homens, mas seu envio para reconquistar o norte do país poderá levar meses, segundo os especialistas.

De acordo com Arnaud, nenhum dois demais 14 países membros do Conselho de Segurança questionou os fundamentos jurídicos da intervenção.

"Juridicamente, a França não necessitava de nada além da carta do presidente do Mali solicitando a intervenção com base na legítima defesa", resumiu um alto diplomata da ONU.

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban ki-moon, aplaudiu a intervenção francesa no Mali e defendeu a aceleração do envio de tropas africanas ao país, enquanto se trabalha em um acordo político para superar a crise.

Ban ki-moon "se congratula de que os sócios estejam respondendo ao seu pedido, com o consentimento do governo do Mali, para ajudar na luta contra o problemático avanço para o sul de grupos terroristas armados".

Ban "espera que estas ações ajudem a deter a última ofensiva enquanto os esforços continuam para se implementar por completo a resolução 2085 do Conselho de Segurança".

A ofensiva dos grupos islâmicos e a resposta francesa "destacam a urgência de se aplicar todos os aspectos da resolução" 2085, incluindo os esforços de mediação dos Estados da África Ocidental e o apoio militar proposto pelo Exército do Mali.

Ban conversou no domingo com o chanceler francês, Laurent Fabius, sobre a intervenção militar.

A França anunciou uma "guerra contra o terrorismo" no Mali e desde a sexta-feira sua aviação bombardeia posições dos grupos islâmicos que avançam do norte para o sul do país.

A ofensiva rebelde reúne os grupos "jihadistas" Ansar Dine, Al Qaeda do Magreb Islâmico (AQMI) e Movimento pela Unidade e a Jihad na África Ocidental (Mujao).

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