Obama pede unidade e igualdade em seu discurso de posse
WASHINGTON, 22 Jan 2013 (AFP) - O 44º presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez em seu discurso de posse de um apelo à unidade e igualdade nacionais, alertando que o "absolutismo" político não deve frustrar a mudança e a renovação.
Obama prestou juramento público para mais quatro anos à frente da Casa Branca, diante de uma multidão de um milhão de pessoas reunidas na esplanada do Mall (National Mall).
O comparecimento é consideravelmente inferior aos 1,8 milhão de 2009, mas o entusiasmo podia ser sentido da mesma forma.
Obama usou diversas vezes a frase "Nós, o povo", preâmbulo da Constituição americana, para sugerir que é possível conciliar as verdades defendidas pelos fundadores dos Estados Unidos e um atual sistema político marcado pela discórdia e pelo confronto.
"Agora, as decisões dependem de nós e não podemos nos dar ao luxo de adiá-las mais", enfatizou. "Nós devemos agir, sabendo que nosso trabalho será imperfeito", ressaltou ainda.
O discurso de Obama foi notavelmente liberal, e defendeu a proteção aos fracos, aos pobres e aos que não possuem atendimento de saúde, e inclui a defesa dos direitos dos gays e a proteção das crianças contra os crimes com armas de fogo.
"Nossa jornada não estará completa até que nossos irmãos e irmãs gays sejam tratados como qualquer pessoa diante da lei... porque fomos criados iguais, pois que o amor com que nos comprometemos uns com os outros deve ser da mesma forma igual", afirmou.
"Nossa jornada não estará completa até que achemos um modo melhor de dar as boas-vindas aos imigrantes esforçados e esperançosos que ainda veem a América como a terra da oportunidade."
"Nossa jornada não estará completa até que todos os nossos filhos, das ruas de Detroit às colinas de Appalachia até as ruas de Newtown, saibam que eles são cuidados, amados e sempre protegido dos males".
O presidente também afirmou que a segurança americana não requer uma "guerra perpétua" e prometeu basear a liderança americana global no diálogo, em alianças firmes, mas sem ceder à ameaça do uso da força.
"Nós defenderemos nosso povo e apoiaremos nossos valores através da força das armas e do Estado de direito.
"Demonstraremos a coragem de tentar resolver nossas diferenças com outras nações pacificamente".
E Obama também prometeu combater a ameaça do aquecimento global, apesar do ceticismo por parte do Partido Republicano, e das barreiras políticas para que se possa tomar ações concretas.
Mais cedo, Obama prestou juramento com a mão sobre a Bíblia que pertenceu a Abraham Lincoln e outra que foi de Martin Luther King.
"É ainda mais significativo hoje porque é a segunda vez", disse à AFP Audrey, uma enfermeira negra de 53 anos, procedente da Flórida (sudeste) para assistir à cerimônia.
Dana, que viajou da Virgínia (leste) ao lado de seu marido e filhos, acrescentou: "ainda falta muito por fazer: uma lei sobre as armas e também o orçamento".
A oposição republicana, que brindou em homenagem ao presidente ao lado dos democratas em um almoço de gala no Capitólio, mostrou-se desconfiado.
"Excelente discurso", disse à AFP o senador e ex-candidato à Presidência, o republicano John McCain.
"Não ouvi muito de sua agenda para o segundo mandato, para dizer a verdade, mas talvez tenha perdido", ironizou.
Entre os presentes à cerimônia estavam os ex-presidentes Bill Clinton (1993-2001) e Jimmy Carter (1977-1981), ambos democratas. O republicano George Bush (1989-1993), convalescente de uma doença recente, mandou seus cumprimentos.
Celebridades como a atriz Eva Longoria e a cantora Beyoncé, que cantou o hino nacional, abrilhantaram o evento.
Ao cair da tarde, sob um sol resplandecente, o presidente e a primeira-dama desfilaram até o número 1600 da avenida Pensilvânia - o endereço da Casa Branca - , como manda a tradição, e saíram de sua limusine para caminhar várias quadras e saudar a multidão, que os aclamava.
Ao longo de pouco mais de duas horas, Obama e Biden assistiram ao desfile de dezenas de bandas militares e de escolas de todo o país.
Na ocasião, Obama vestiu casaco longo escuro e terno com gravata azul celeste, e a primeira-dama, Michelle, um sobretudo estampado cinza azulado, e as filhas Sasha e Malia, vestidos em tons de violeta.
Uns 30.000 agentes de segurança entre policiais e militares acompanharam o deslocamento, com veículos militares camuflados e franco-atiradores nos telhados dos edifícios.
O dia terminará com dois bailes de posse, animados, entre outros, pelos astros Katy Perry, Stevie Wonder e o grupo mexicano Maná.
A austeridade deu o tom desta festa de posse, em comparação com os 10 bailes inaugurais de 2009.
-- "Eu, Barack Hussein Obama ..." --
O 44o. presidente dos Estados Unidos jurou "preservar, proteger e defender a Constituição" diante do presidente da Suprema Corte, John Roberts.
O presidente foi anunciado com toques de trombetas à medida que ele subia a escadaria do Capitólio acompanhado pelos gritos de "Obama, Obama, Obama", gritado pela multidão que acompanhava a cerimônia à distância na National Mall (Esplanada Nacional).
Embora não carregue o peso histórico da primeira cerimônia, a nova posse teve toda a pompa e a circunstância, com mandam os mais de 200 anos de tradição.
Obama, sorridente, parecia mais à vontade do que em sua primeira posse, quando assumiu o país completamente sem experiência e enfrentando a ameaça de uma recessão econômica.
Há quatro anos, agradeceu aos americanos que escolheram "a esperança, e não o medo".
Embora o pior da crise econômica tenha sido superado e o presidente democrata tenha encerrado uma guerra, a do Iraque, tudo indica que o tom será mais sóbrio desta vez, já que a ilusão foi substituída pelo realismo e pela pressão constante de um Congresso parcialmente nas mãos da oposição.
Obama já anunciou duas claras prioridades para este novo mandato político: uma complexa reforma migratória integral e uma difícil iniciativa para endurecer a venda de armas.
Mas, antes de conquistar estas mudanças, Obama já tem outra disputa com os republicanos: o fechamento da negociação de um novo teto para a dívida pública.
Obama prestou oficialmente seu juramento de forma privada no dia 20 de janeiro, como exige a Constituição americana.
No entanto, devido ao fato de a data ter caído num domingo, a 57ª cerimônia de posse presidencial nos Estados Unidos acontece nesta segunda-feira, 21 de janeiro, com um novo juramento, desta vez diante do Capitólio.
É a sétima vez que o presidente americano toma posse em um 21 de janeiro.
Obama prestou juramento público para mais quatro anos à frente da Casa Branca, diante de uma multidão de um milhão de pessoas reunidas na esplanada do Mall (National Mall).
O comparecimento é consideravelmente inferior aos 1,8 milhão de 2009, mas o entusiasmo podia ser sentido da mesma forma.
Obama usou diversas vezes a frase "Nós, o povo", preâmbulo da Constituição americana, para sugerir que é possível conciliar as verdades defendidas pelos fundadores dos Estados Unidos e um atual sistema político marcado pela discórdia e pelo confronto.
"Agora, as decisões dependem de nós e não podemos nos dar ao luxo de adiá-las mais", enfatizou. "Nós devemos agir, sabendo que nosso trabalho será imperfeito", ressaltou ainda.
O discurso de Obama foi notavelmente liberal, e defendeu a proteção aos fracos, aos pobres e aos que não possuem atendimento de saúde, e inclui a defesa dos direitos dos gays e a proteção das crianças contra os crimes com armas de fogo.
"Nossa jornada não estará completa até que nossos irmãos e irmãs gays sejam tratados como qualquer pessoa diante da lei... porque fomos criados iguais, pois que o amor com que nos comprometemos uns com os outros deve ser da mesma forma igual", afirmou.
"Nossa jornada não estará completa até que achemos um modo melhor de dar as boas-vindas aos imigrantes esforçados e esperançosos que ainda veem a América como a terra da oportunidade."
"Nossa jornada não estará completa até que todos os nossos filhos, das ruas de Detroit às colinas de Appalachia até as ruas de Newtown, saibam que eles são cuidados, amados e sempre protegido dos males".
O presidente também afirmou que a segurança americana não requer uma "guerra perpétua" e prometeu basear a liderança americana global no diálogo, em alianças firmes, mas sem ceder à ameaça do uso da força.
"Nós defenderemos nosso povo e apoiaremos nossos valores através da força das armas e do Estado de direito.
"Demonstraremos a coragem de tentar resolver nossas diferenças com outras nações pacificamente".
E Obama também prometeu combater a ameaça do aquecimento global, apesar do ceticismo por parte do Partido Republicano, e das barreiras políticas para que se possa tomar ações concretas.
Mais cedo, Obama prestou juramento com a mão sobre a Bíblia que pertenceu a Abraham Lincoln e outra que foi de Martin Luther King.
"É ainda mais significativo hoje porque é a segunda vez", disse à AFP Audrey, uma enfermeira negra de 53 anos, procedente da Flórida (sudeste) para assistir à cerimônia.
Dana, que viajou da Virgínia (leste) ao lado de seu marido e filhos, acrescentou: "ainda falta muito por fazer: uma lei sobre as armas e também o orçamento".
A oposição republicana, que brindou em homenagem ao presidente ao lado dos democratas em um almoço de gala no Capitólio, mostrou-se desconfiado.
"Excelente discurso", disse à AFP o senador e ex-candidato à Presidência, o republicano John McCain.
"Não ouvi muito de sua agenda para o segundo mandato, para dizer a verdade, mas talvez tenha perdido", ironizou.
Entre os presentes à cerimônia estavam os ex-presidentes Bill Clinton (1993-2001) e Jimmy Carter (1977-1981), ambos democratas. O republicano George Bush (1989-1993), convalescente de uma doença recente, mandou seus cumprimentos.
Celebridades como a atriz Eva Longoria e a cantora Beyoncé, que cantou o hino nacional, abrilhantaram o evento.
Ao cair da tarde, sob um sol resplandecente, o presidente e a primeira-dama desfilaram até o número 1600 da avenida Pensilvânia - o endereço da Casa Branca - , como manda a tradição, e saíram de sua limusine para caminhar várias quadras e saudar a multidão, que os aclamava.
Ao longo de pouco mais de duas horas, Obama e Biden assistiram ao desfile de dezenas de bandas militares e de escolas de todo o país.
Na ocasião, Obama vestiu casaco longo escuro e terno com gravata azul celeste, e a primeira-dama, Michelle, um sobretudo estampado cinza azulado, e as filhas Sasha e Malia, vestidos em tons de violeta.
Uns 30.000 agentes de segurança entre policiais e militares acompanharam o deslocamento, com veículos militares camuflados e franco-atiradores nos telhados dos edifícios.
O dia terminará com dois bailes de posse, animados, entre outros, pelos astros Katy Perry, Stevie Wonder e o grupo mexicano Maná.
A austeridade deu o tom desta festa de posse, em comparação com os 10 bailes inaugurais de 2009.
-- "Eu, Barack Hussein Obama ..." --
O 44o. presidente dos Estados Unidos jurou "preservar, proteger e defender a Constituição" diante do presidente da Suprema Corte, John Roberts.
O presidente foi anunciado com toques de trombetas à medida que ele subia a escadaria do Capitólio acompanhado pelos gritos de "Obama, Obama, Obama", gritado pela multidão que acompanhava a cerimônia à distância na National Mall (Esplanada Nacional).
Embora não carregue o peso histórico da primeira cerimônia, a nova posse teve toda a pompa e a circunstância, com mandam os mais de 200 anos de tradição.
Obama, sorridente, parecia mais à vontade do que em sua primeira posse, quando assumiu o país completamente sem experiência e enfrentando a ameaça de uma recessão econômica.
Há quatro anos, agradeceu aos americanos que escolheram "a esperança, e não o medo".
Embora o pior da crise econômica tenha sido superado e o presidente democrata tenha encerrado uma guerra, a do Iraque, tudo indica que o tom será mais sóbrio desta vez, já que a ilusão foi substituída pelo realismo e pela pressão constante de um Congresso parcialmente nas mãos da oposição.
Obama já anunciou duas claras prioridades para este novo mandato político: uma complexa reforma migratória integral e uma difícil iniciativa para endurecer a venda de armas.
Mas, antes de conquistar estas mudanças, Obama já tem outra disputa com os republicanos: o fechamento da negociação de um novo teto para a dívida pública.
Obama prestou oficialmente seu juramento de forma privada no dia 20 de janeiro, como exige a Constituição americana.
No entanto, devido ao fato de a data ter caído num domingo, a 57ª cerimônia de posse presidencial nos Estados Unidos acontece nesta segunda-feira, 21 de janeiro, com um novo juramento, desta vez diante do Capitólio.
É a sétima vez que o presidente americano toma posse em um 21 de janeiro.