Vinte pessoas morrem em ritual no Ganges com 30 milhões de hindus
ALLAHABAD, Índia, 10 Fev 2013 (AFP) - Um recorde de 30 milhões de peregrinos hindus mergulharam nas águas sagradas do rio Ganges para celebrar o ritual de Kumbh Mela, a maior festividade religiosa do mundo, que acontece a cada 12 anos em Allahabad, norte da Índia.
No entanto, pelo menos 20 pessoas morreram em um incidente na principal estação ferroviária que dava acesso ao gigante festival, segundo um policial informou à agência de notícias Press Trust of India.
O canal de notícias NDTV mostrou uma cena da estação Allahabad, com numerosos corpos na plataforma após o incidente que aconteceu quando os peregrinos voltavam para casa. O canal informou também que muitas pessoas estão em estado grave.
Autoridades locais disseram que o acidente aconteceu quando as grades de ferro de uma ponte da estação Allahabad cederam devido à pressão causada pela multidão.
"As pessoas estavam descansando sobre essas grades, que não puderam resistir à carga. As juntas quebraram", disse um porta-voz estatal Ashok Sharma à AFP.
Dezenas de pessoas se feriram em meio à confusão, enquanto testemunhas disseram que policiais investiram contra a multidão usando cassetetes.
Parentes da vítimas culparam os policiais por causar pânico que provocou o acidente, enquanto outros disseram que os serviços de emergência demoraram horas para chegar ao local e ajudar os feridos.
"Minha irmã está deitada aqui sem atendimento há duas horas. Por que ninguém está vindo?", disse uma mulher do pobre estado de Bihar ao canal NDTV.
O primeiro-ministro indiano Manmohan Singh disse em comunicado que estava "profundamente abalado ao saber desse incidente infeliz", enquanto o ministro das Ferrovias, Pawan Kumar Bansal, disse que viajaria à Allahabad para investigar.
Os fieis começaram a entrar nas águas antes do amanhecer, conduzidos por gurus com o corpo coberto de cinzas, para tomar um banho que, segundo a crença, purifica seus pecados.
Algumas características astrológicas fazem do ritual este ano especial para os fieis, e isso deve explicar a afluência maior de pessoas.
Só na manhã deste domingo, havia mais de 40 milhões de pessoas em Allahabad, uma cidade em que em tempos normais tem uma população de 1,2 milhões.
Cerca de 30 milhões se concentraram na imensa zona reservada aos peregrinos, às margens do rio sagrado, informou Ashok Sharma, um dos porta-vozes do festival.
Milhares de policiais e de voluntários encarregados de controlar a maré humana pediam aos peregrinos que se banhassem rapidamente na água gelada para dar lugar aos seguintes.
O "Maha Kumbh Mela", que começou em 14 de janeiro e concluirá no início de março, é celebrado a cada 12 anos em Allahabad (Uttar Pradesh, norte) e reúne ao longo de seus 55 dias cem milhões de hindus, o que converte este ritual no maior do mundo.
O ritual deste ano é um evento maior porque os astrólogos afirmam que há um alinhamento de planetas raro de acontecer, e isso torna o banho particularmente auspicioso para alguns peregrinos.
"Essa é uma rara combinação de planetas, que pode trazer boa sorte para alguns signos do zodíaco e efeitos adversos para outros", afirmou Amarpal Sharma, um astrólogo local.
Mahenthanapati Bharadwajgiri, um "sadhu" ou homem santo, afirma que "ninguém aqui hoje vai vier para ver isso de novo e é por isso que há tantas pessoas".
Os banhos acontecem na confluência de três rios sagrados: Ganges, Yammuna e Saraswati. Os peregrinos acreditam que banhar-se nestas água limpa seus pecados e os liberta do ciclo das reencarnações.
A festa tem sua origem na mitologia hindu, que conta que algumas gotas do néctar da imortalidade caíram em quatro cidades que acolhem a celebração: Allahabad, Nasik, Ujjain e Haridwar.
Apesar de ser madrugada e da temperatura glacial da água, muito poluída, os peregrinos dizem se sentir regenerados pela experiência.
"É algo que não é deste mundo", explica Swapna Bhatia, um decorador de interiores procedente de Nova Délhi. "Agora me sinto totalmente leve".
"Entrar no rio pode mudar sua vida para sempre", assegura Malti Devi, de 65 anos, que veio de Londres.
A maioria dos fieis mergulha a cabeça na água. Outros bebem um pouco ou enchem um vidro para levar para casa.
Apesar de sua importância nos ritos do hinduísmo, o Ganges padece de uma poluição endêmica derivada da indústria e da implantação de milhões de pessoas em suas margens, que transformam suas águas claras que nascem no Himalaia numa corrente cheia de detritos.
No entanto, pelo menos 20 pessoas morreram em um incidente na principal estação ferroviária que dava acesso ao gigante festival, segundo um policial informou à agência de notícias Press Trust of India.
O canal de notícias NDTV mostrou uma cena da estação Allahabad, com numerosos corpos na plataforma após o incidente que aconteceu quando os peregrinos voltavam para casa. O canal informou também que muitas pessoas estão em estado grave.
Autoridades locais disseram que o acidente aconteceu quando as grades de ferro de uma ponte da estação Allahabad cederam devido à pressão causada pela multidão.
"As pessoas estavam descansando sobre essas grades, que não puderam resistir à carga. As juntas quebraram", disse um porta-voz estatal Ashok Sharma à AFP.
Dezenas de pessoas se feriram em meio à confusão, enquanto testemunhas disseram que policiais investiram contra a multidão usando cassetetes.
Parentes da vítimas culparam os policiais por causar pânico que provocou o acidente, enquanto outros disseram que os serviços de emergência demoraram horas para chegar ao local e ajudar os feridos.
"Minha irmã está deitada aqui sem atendimento há duas horas. Por que ninguém está vindo?", disse uma mulher do pobre estado de Bihar ao canal NDTV.
O primeiro-ministro indiano Manmohan Singh disse em comunicado que estava "profundamente abalado ao saber desse incidente infeliz", enquanto o ministro das Ferrovias, Pawan Kumar Bansal, disse que viajaria à Allahabad para investigar.
Os fieis começaram a entrar nas águas antes do amanhecer, conduzidos por gurus com o corpo coberto de cinzas, para tomar um banho que, segundo a crença, purifica seus pecados.
Algumas características astrológicas fazem do ritual este ano especial para os fieis, e isso deve explicar a afluência maior de pessoas.
Só na manhã deste domingo, havia mais de 40 milhões de pessoas em Allahabad, uma cidade em que em tempos normais tem uma população de 1,2 milhões.
Cerca de 30 milhões se concentraram na imensa zona reservada aos peregrinos, às margens do rio sagrado, informou Ashok Sharma, um dos porta-vozes do festival.
Milhares de policiais e de voluntários encarregados de controlar a maré humana pediam aos peregrinos que se banhassem rapidamente na água gelada para dar lugar aos seguintes.
O "Maha Kumbh Mela", que começou em 14 de janeiro e concluirá no início de março, é celebrado a cada 12 anos em Allahabad (Uttar Pradesh, norte) e reúne ao longo de seus 55 dias cem milhões de hindus, o que converte este ritual no maior do mundo.
O ritual deste ano é um evento maior porque os astrólogos afirmam que há um alinhamento de planetas raro de acontecer, e isso torna o banho particularmente auspicioso para alguns peregrinos.
"Essa é uma rara combinação de planetas, que pode trazer boa sorte para alguns signos do zodíaco e efeitos adversos para outros", afirmou Amarpal Sharma, um astrólogo local.
Mahenthanapati Bharadwajgiri, um "sadhu" ou homem santo, afirma que "ninguém aqui hoje vai vier para ver isso de novo e é por isso que há tantas pessoas".
Os banhos acontecem na confluência de três rios sagrados: Ganges, Yammuna e Saraswati. Os peregrinos acreditam que banhar-se nestas água limpa seus pecados e os liberta do ciclo das reencarnações.
A festa tem sua origem na mitologia hindu, que conta que algumas gotas do néctar da imortalidade caíram em quatro cidades que acolhem a celebração: Allahabad, Nasik, Ujjain e Haridwar.
Apesar de ser madrugada e da temperatura glacial da água, muito poluída, os peregrinos dizem se sentir regenerados pela experiência.
"É algo que não é deste mundo", explica Swapna Bhatia, um decorador de interiores procedente de Nova Délhi. "Agora me sinto totalmente leve".
"Entrar no rio pode mudar sua vida para sempre", assegura Malti Devi, de 65 anos, que veio de Londres.
A maioria dos fieis mergulha a cabeça na água. Outros bebem um pouco ou enchem um vidro para levar para casa.
Apesar de sua importância nos ritos do hinduísmo, o Ganges padece de uma poluição endêmica derivada da indústria e da implantação de milhões de pessoas em suas margens, que transformam suas águas claras que nascem no Himalaia numa corrente cheia de detritos.
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