Maduro promete levar dinamismo a um Mercosul que 'precisa mudar'
MONTEVIDEU, 08 Mai 2013 (AFP) - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, prometeu nesta terça-feira trazer "um novo dinamismo" para a consolidação do Mercosul, durante uma visita oficial ao Uruguai como parte de sua turnê pela região.
Maduro viaja em meio a uma crise pós-eleitoral no país, depois de sua vitória em 14 de abril, impugnada pela oposição.
Em Montevidéu, o presidente Maduro defendeu a incorporação de seu país ao Mercosul, em 2012, bloco formado também por Brasil, Argentina e Uruguai, além de um suspenso Paraguai.
"A Venezuela vem com modéstia, com vontade de aprender", disse ele, na entrevista coletiva junto com seu colega uruguaio, José Mujica.
"Também viemos colocar na mesa do Mercosul as experiências bem-sucedidas que abrem o horizonte econômico, social e político (...) São muitas coisas que criam um novo dinamismo no processo de consolidação do Mercosul", acrescentou Maduro, que deve assumir a presidência pró-tempore do bloco no final de junho.
Segundo o presidente, a tendência do Mercosul "é a ampliação", porque o bloco "tem de continuar mudando para se tornar um poderoso espaço, de união econômica da América do Sul e do continente".
O presidente Mujica, chamado de seu "grande conselheiro" por Maduro, também defendeu a importância da incorporação da Venezuela ao Mercosul.
"Consideramos, pelas assimetrias particulares que o Mercosul tem, como uma relação importantíssima a presença da Venezuela para conseguir relações muito mais estáveis e mais simétricas de acordo com as naturais diferenças que existem nessa comunidade de povos", frisou.
Essa é a primeira viagem internacional do presidente venezuelano desde que assumiu em 19 de abril, depois da apertada e contestada vitória nas urnas. O debate pós-eleitoral se transferiu para Montevidéu, onde o opositor venezuelano Leopoldo López deu uma entrevista coletiva. Ele anunciou que apresentaria, junto com outros dois políticos de seu país, uma denúncia contra o governo de Maduro por perseguição política.
"Estamos apresentando às diferentes facções parlamentares e ao Mercosul o que é a situação do país e, em particular, denúncias concretas de violação dos direitos humanos, de perseguição, tortura, presos políticos e uma situação muito grave de pessoas que foram dispensadas de seu trabalho por razões políticas", disse López, do Partido Vontade Popular.
Um panelaço convocado em protesto pela visita de Maduro reuniu apenas cerca de 20 pessoas.
Ao ser consultado pelas críticas da oposição, Maduro defendeu o processo eleitoral que o levou à presidência e garantiu que "todas as correntes políticas do nosso país têm liberdades".
Novos acordos Desde que a esquerda chegou ao poder no Uruguai, com a presidência de Tabaré Vázquez, o governo venezuelano liderado por Hugo Chávez iniciou um processo de aproximação que se consolidou com a ascensão do ex-guerrilheiro Mujica.
Em novembro de 2010, ambos os países instalaram a Comissão Binacional de Planejamento e Acompanhamento Estratégico (COBISEPLAE), para estimular uma ampla agenda de cooperação.
Nesta terça, as delegações dos dois países assinaram uma dezena de acordos de cooperação nas áreas de defesa, saúde, energia e portos.
As exportações uruguaias para a Venezuela aumentaram 64% entre 2010 e 2012, ano em que o país se transformou no quarto destino das vendas uruguaias de bens.
Em contrapartida, o Uruguai compra de Caracas entre 45% e 50% do petróleo que adquire, grande parte a preços subsidiados, em virtude de um acordo de 2005.
Ainda como parte dessa reaproximação, no mês passado, o Uruguai pediu em Caracas seu ingresso no sistema monetário sucre, unidade da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba), para operações comerciais.
O pequeno país sul-americano também recebeu fortes doações de Caracas, entre elas US$ 20 milhões para o Hospital das Clínicas (público).
Maduro viaja em meio a uma crise pós-eleitoral no país, depois de sua vitória em 14 de abril, impugnada pela oposição.
Em Montevidéu, o presidente Maduro defendeu a incorporação de seu país ao Mercosul, em 2012, bloco formado também por Brasil, Argentina e Uruguai, além de um suspenso Paraguai.
"A Venezuela vem com modéstia, com vontade de aprender", disse ele, na entrevista coletiva junto com seu colega uruguaio, José Mujica.
"Também viemos colocar na mesa do Mercosul as experiências bem-sucedidas que abrem o horizonte econômico, social e político (...) São muitas coisas que criam um novo dinamismo no processo de consolidação do Mercosul", acrescentou Maduro, que deve assumir a presidência pró-tempore do bloco no final de junho.
Segundo o presidente, a tendência do Mercosul "é a ampliação", porque o bloco "tem de continuar mudando para se tornar um poderoso espaço, de união econômica da América do Sul e do continente".
O presidente Mujica, chamado de seu "grande conselheiro" por Maduro, também defendeu a importância da incorporação da Venezuela ao Mercosul.
"Consideramos, pelas assimetrias particulares que o Mercosul tem, como uma relação importantíssima a presença da Venezuela para conseguir relações muito mais estáveis e mais simétricas de acordo com as naturais diferenças que existem nessa comunidade de povos", frisou.
Essa é a primeira viagem internacional do presidente venezuelano desde que assumiu em 19 de abril, depois da apertada e contestada vitória nas urnas. O debate pós-eleitoral se transferiu para Montevidéu, onde o opositor venezuelano Leopoldo López deu uma entrevista coletiva. Ele anunciou que apresentaria, junto com outros dois políticos de seu país, uma denúncia contra o governo de Maduro por perseguição política.
"Estamos apresentando às diferentes facções parlamentares e ao Mercosul o que é a situação do país e, em particular, denúncias concretas de violação dos direitos humanos, de perseguição, tortura, presos políticos e uma situação muito grave de pessoas que foram dispensadas de seu trabalho por razões políticas", disse López, do Partido Vontade Popular.
Um panelaço convocado em protesto pela visita de Maduro reuniu apenas cerca de 20 pessoas.
Ao ser consultado pelas críticas da oposição, Maduro defendeu o processo eleitoral que o levou à presidência e garantiu que "todas as correntes políticas do nosso país têm liberdades".
Novos acordos Desde que a esquerda chegou ao poder no Uruguai, com a presidência de Tabaré Vázquez, o governo venezuelano liderado por Hugo Chávez iniciou um processo de aproximação que se consolidou com a ascensão do ex-guerrilheiro Mujica.
Em novembro de 2010, ambos os países instalaram a Comissão Binacional de Planejamento e Acompanhamento Estratégico (COBISEPLAE), para estimular uma ampla agenda de cooperação.
Nesta terça, as delegações dos dois países assinaram uma dezena de acordos de cooperação nas áreas de defesa, saúde, energia e portos.
As exportações uruguaias para a Venezuela aumentaram 64% entre 2010 e 2012, ano em que o país se transformou no quarto destino das vendas uruguaias de bens.
Em contrapartida, o Uruguai compra de Caracas entre 45% e 50% do petróleo que adquire, grande parte a preços subsidiados, em virtude de um acordo de 2005.
Ainda como parte dessa reaproximação, no mês passado, o Uruguai pediu em Caracas seu ingresso no sistema monetário sucre, unidade da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba), para operações comerciais.
O pequeno país sul-americano também recebeu fortes doações de Caracas, entre elas US$ 20 milhões para o Hospital das Clínicas (público).