Ex-premier reivindica vitória em eleições paquistanesas

De Lehore

  • K.M. Chaudary/AP

    Ex-premier do Paquistão Nawaz Sharif reivindicou, neste sábado, a vitória de seu partido nas eleições legislativas, que o habilita a formar o próximo governo como primeiro-ministro

    Ex-premier do Paquistão Nawaz Sharif reivindicou, neste sábado, a vitória de seu partido nas eleições legislativas, que o habilita a formar o próximo governo como primeiro-ministro

O ex-premier do Paquistão Nawaz Sharif reivindicou, neste sábado, a vitória de seu partido nas eleições legislativas, que o habilita a formar o próximo governo como primeiro-ministro, em um terceiro mandato histórico.

Segundo projeções dos canais de TV, a Liga Muçulmana (PML-N), de Sharif, teve uma ampla vantagem sobre os principais rivais: o Movimento pela Justiça (PTI, do ex-astro do críquete Imran Khan) e o Partido do Povo Paquistanês (PPP, da família Bhutto).

O partido de Khan, que prometia acabar com a corrupção, reconheceu a derrota, mas afirmou que, segundo os resultados, irá liderar o próximo governo provincial no noroeste do país.

A ascensão de Sharif pela terceira vez ao cargo de primeiro-ministro representa um fato inédito no Paquistão. Ele ocupou o cargo entre 1990 e 1993, até ser derrubado por corrupção, e entre 1997 e 1999, quando foi deposto por um golpe militar.

Segundo a comissão eleitoral, a participação nas eleições foi "próxima de 60%", a mais alta desde 1977. Nas últimas eleições, em 2008, o índice foi de 44%.

Mais de 86 milhões de pessoas estavam habilitadas a votar para escolher 342 deputados e representantes em quatro assembleias provinciais.

As eleições de hoje foram históricas, já que permitirão que um governo civil passe o poder a outro depois de um mandato de cinco anos, algo inédito no país, criado em 1947 e com uma história marcada por golpes de Estado.

Mais de 130 pessoas morreram durante a campanha eleitoral, considerada por observadores a mais sangrenta da história do país, com episódios violentos reivindicados, em grande parte, pelo Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP), contrário ao processo democrático, que considera "não islâmico".

O TTP havia anunciado ataques para o dia da votação, protegido por mais de 600.000 membros das forças de segurança. No entanto, os ataques tiveram uma dimensão limitada neste sábado, embora tenham deixado 22 mortos.

"Vivemos, durante anos, com medo das ameaças dos terroristas. Hoje, decidimos acabar, de uma vez por todas, com esse clima de medo", disse à AFP Suhail Ahmad, comerciante de Peshawar.

Sharif e Khan apoiaram a ideia de dialogar com o talibã para tentar pôr fim à violência, e criticaram os disparos de drones americanos contra islamitas no noroeste do Paquistão. Mas nenhum deles explicou como faria para obter a paz sem incomodar Washington, principal sócio do país.

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