Argentinos comparecem às urnas para eleições legislativas


BUENOS AIRES, 27 Out 2013 (AFP) - Mais de 30 milhões de argentinos estão convocados a votar neste domingo em eleições legislativas que renovam metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado.

Esta é uma eleição vital na metade do mandato da presidente Cristina Kirchner, que se recupera de uma cirurgia para a extração de um hematoma no crânio realizada em 8 de outubro.

No pleito, os argentinos devem eleger 127 deputados nacionais com mandato até 2017 e 24 senadores com mandato até 2019.

Na Câmara, a governista Frente para a Vitória tem maioria absoluta atualmente, o que permite iniciar sessões. No Senado, acontece o mesmo, mas com o apoio dos aliados.

Pela primeira vez, os jovens de entre 16 e 18 anos têm o direito ao voto, graças a uma lei aprovada recentemente.

Antes apenas os maiores de 18 anos tinham o direito ao voto.

Eleita em 2007 e reeleita em 2011, Cristina Kirchner, de 60 anos, acompanhará as eleições da residência presidencial de Olivos, onde se recupera da cirurgia.

O problema de saúde deixou a presidente afastada da última parte da campanha e ela deve permanecer em repouso nas próximas semanas.

As eleições são uma prova de fogo para a situação, que põe em jogo sua maioria nas duas câmaras e servirão para delinear o caminho para a sucessão da presidente em 2015, quando termina seu segundo mandato, sem possibilidade de reeleição de acordo com o que estabelece a Constituição.

Pesquisas de opinião apontam uma derrota do governo nos principais distritos do país, embora estimem que seu partido, a Frente para a Vitória, permanecerá como a força mais votada em nível nacional, como aconteceu nas primárias de 11 de agosto, quando foram eleitos candidatos para as legislativas.

Se isto se repetir, a situação vai manter a maioria parlamentar que recuperou em 2011, quando obteve 54,11% nas eleições gerais, quando Kirchner foi reeleita e parte do Congresso foi renovada.

No entanto, a derrota nos distritos chave marcará o último período do governo Kirchner, que a oposição define como um "fim de ciclo" kirchnerista, iniciado pelo falecido ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007).

Na estratégica província de Buenos Aires, principal cenário político da disputa eleitoral - 40% do colégio nacional -, o afilhado político governista Martín Insaurralde está cinco pontos atrás do peronista opositor Sergio Massa, ex-chefe de gabinete de Kirchner, segundo as pesquisas.

Massa, prefeito de Tigre de 41 anos, aspira a uma vitória contundente que o situe em bom caminho para as presidenciais de 2015, enquanto a situação carece até agora de uma figura que o aglutine e conte com o beneplácito da presidente.

O governador de Buenos Aires, Daniel Scioli, aspira a ser o homem da presidente para 2015, embora sua figura sempre tenha sido vista com receio no governo. Uma ampla vitória de Massa em seu distrito o deixará debilitado.

As pesquisas antecipam uma segunda vitória de Massa, o opositor mais votado em Buenos Aires (35%) nas primárias.

Embora a Frente para a Vitória tenha resultado na força mais votada nas primárias, o partido perdeu nos principais distritos, entre eles nas províncias de Santa Fé e Córdoba, terceiro e quarto distritos em número de eleitores.

Também perdeu na capital federal (quarto distrito), reduto do prefeito Mauricio Macri (direita), outro dos aspirantes para 2015 e cujo partido PRO busca se projetar em nível nacional com pesquisas favoráveis em Santa Fé e Entre Rios, embora de escassa penetração na província de Buenos Aires, chave para qualquer tentativa para as presidenciais.

Em Santa Fé, reduto socialista desde 1989, o líder desta força e ex-governador Hermes Binner é outro dos presidenciáveis para 2015.

O partido que integra, a Frente Cívica e Social, obteve 41% nas primárias do distrito e espera-se que repita os bons resultados este domingo.

As eleições começaram às 8H00 locais (9H00 de Brasília) e terminarão às 18H00 (19H00) nos 24 distritos do país.

Desde a manhã de sexta-feira e até as 21H00 de domingo vigora a lei eleitoral que proíbe atos de campanha e a difusão de pesquisas de intenção de voto, embora um vazio legal exclua a proibição às redes sociais Twitter e Facebook.

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