Islamitas protestam no Egito antes de julgamento de Mursi


CAIRO, 01 Nov 2013 (AFP) - Militantes islâmicos protestaram nesta sexta-feira no Egito e confrontos com a polícia foram registrados na cidade de Alexandria, com a aproximação do julgamento do presidente deposto Mohamed Mursi.

A coalizão pró-Mursi, que exige o retorno ao poder do primeiro presidente democraticamente eleito do país, convocou manifestações em todo o Egito a partir desta sexta. Ela indicou que outra mobilização foi marcada para segunda-feira em frente ao tribunal onde Mursi será julgado.

Na cidade mediterrânea de Alexandria, foram registrados confrontos entre manifestantes e policiais.

Cerca de 70 manifestantes foram detidos, a grande maioria em Alexandria, anunciou depois o Ministério do Interior em um comunicado.

Os confrontos aconteceram um dia depois de a polícia ter prendido 20 militantes islâmicos em Alexandria durante uma manifestação.

Na cidade de Zagazig, no delta do Nilo, cinco pessoas ficaram feridas nesta sexta em confrontos entre manifestantes pró-Mursi e opositores do presidente deposto, segundo a agência oficial de notícias Mena.

E no Cairo, centenas de islamitas protestaram em frente ao palácio presidencial, protegido por um forte esquema de segurança com soldados e policiais, informou um correspondente da AFP.

Diante da convocação para os protestos, um oficial da polícia garantiu à AFP que foi colocado em prática um plano para garantir a segurança do tribunal e o transporte de Mursi até a sala de audiência, onde ele responderá, junto a outros 14 coacusados, por "incitação ao assassinato" de manifestantes perto do palácio presidencial em 5 de dezembro de 2012.

O Ministério do Interior anunciou que a polícia havia disparado bombas de gás lacrimogêneo em Suez, enquanto confrontos eram registrados em Gizé, subúrbio do Cairo.

Segundo o ministério, militantes da Irmandade Muçulmana que protestavam "passaram dos limites de sua liberdade de expressão".

"Eles bloquearam ruas e atacaram moradores".

As autoridades anunciaram que 20.000 policiais serão mobilizados na segunda-feira para proteger a Academia de Polícia, no sul do Cairo, onde o julgamento de Mursi acontecerá.

"A manifestação em massa na segunda-feira (...) será realizada do lado de fora do edifício (da academia de oficiais da polícia) em Torah", escreveu em um comunicado a Coalizão anti-golpe de Estado, dominada pela Irmandade Muçulmana, à qual pertence Mursi.

Mursi se encontra detido em um local secreto desde que, em 8 de julho, os confrontos entre partidários e soldados deixaram 50 mortos diante do local onde se encontrava preso inicialmente, desencadeado uma escalada da violência nas semanas posteriores.

Este julgamento ameaça agravar as divisões em um país onde milhares de partidários de Mursi morreram na repressão e onde mais de 2.000 islamitas foram presos, entre eles quase toda a direção da Irmandade Muçulmana, a confraria à qual Mursi pertence.

A repressão policial tem limitado a capacidade dos islamitas de se mobilizar massivamente.

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