EUA recordam assassinato de John Kennedy
DALLAS, Estados Unidos, 22 Nov 2013 (AFP) - Todas as bandeiras dos Estados Unidos foram colocadas nesta sexta-feira a meio-pau para recordar o presidente John F. Kennedy, assassinado há 50 anos.
"Para chorar a perda de um extraordinário servidor do Estado, visionário e sábio idealista", as bandeiras dos prédios oficiais devem estar a meio-mastro, anunciou na quinta-feira o presidente Barack Obama, que decretou o dia 22 de novembro como "Jornada de recordação do presidente John F. Kennedy".
O presidente pediu aos cidadãos - muitos deles com bandeiras diante de suas casas ou empresas - que fizessem o mesmo. "Façamos frutificar sua herança, hoje e nas décadas por vir", escreveu Obama.
"Enfrentemos os desafios atuais com o espírito que ele encarnava: o caráter corajoso, tão tipicamente americano, que sempre levou nosso país a superar a adversidade, a escrever nosso próprio destino e a construir um mundo novo", completou.
Passadas cinco décadas, a ferida segue aberta, com muitos ainda obcecados com teorias conspiratórias sobre sua morte, e outros dominados pelo lamento daquilo que imaginam que a América poderia ter sido. Por todo o país, em cerimônias pequenas e grandes, os americanos se confortaram nesta sexta com as palavras de um carismático homem que continua a servir de inspiração.
"Hoje, honramos sua memória e celebramos sua marca duradoura na História americana", declarou Obama nesta sexta, lembrando da liderança de Kennedy na Crise dos Mísseis, de seu discurso em Berlim e de sua vontade de promover os direitos de afro-americanos.
No túmulo de JFK no Cemitério de Arlington, próximo a Washington, dois músicos de gaita de foles do Black Watch do Exército britânico repetiram essa mesma homenagem feita por seu regimento 50 anos atrás.
Um fluxo constante de pessoas passou pelo mais tradicional cemitério militar do país, incluindo a última irmã viva de JFK, Jean Kennedy Smith.
"Foi um grande choque para o mundo", disse o funcionário público aposentado Tom Brown, de 71 anos. "Aqui estamos, 50 anos depois, e ainda lembramos. Ainda queremos agradecer a ele e a sua presidência", completou.
A estudante Caitlin Coffey, de 22, contou que viajou de Toronto especificamente para a ocasião. "É simplesmente impressionante pensar que uma pessoa, uma família, foi capaz de fazer tamanha diferença no mundo", disse ela à AFP.
Com missas, minutos de silêncio e leituras, o país inteiro recordou o 35º presidente dos EUA.
Às 12h30 (16h30 de Brasília), um minuto de silêncio acompanhado do som dos sinos das igrejas de Dallas, no Texas, marcou o instante exato em que John F. Kennedy foi baleado, em 22 de novembro de 1963, por Lee Harvey Oswald, segundo a investigação oficial da Comissão Warren.
Do outro lado do Atlântico, o assassinato de Kennedy também foi recordado, sobretudo em Berlim, com uma cerimônia perto do local em que o presidente americano pronunciou a histórica frase "Ich bin ein Berliner".
Em Londres, o museu de arte moderna Tate Modern expõe a única pintura conhecida do assassinato de JFK em Dallas.
O "mito Kennedy" - eternamente jovem, bonito e vanguardista - continua intacto no coração dos norte-americanos mesmo após um século. Quase 75% da população do país situa JFK no topo da lista dos líderes americanos modernos que entrarão para a História como "notáveis" - antes de Ronald Reagan e Bill Clinton - segundo pesquisa realizada pelo instituto Gallup, feita na semana passada.
"Ich bin ein Berliner" John F. Kennedy, filho de uma família rica e influente de Boston, foi o mais jovem presidente eleito e o primeiro católico, encarnando uma era cheia de esperanças para a geração do Pós-Guerra, os "baby-boomers".
Do seu mandato tragicamente interrompido, a História se recorda de sua queda de braço com a União Soviética durante a "Crise dos Mísseis", o vexame da Baía dos Porcos - o desembarque fracassado de anticastristas em Cuba - e o lançamento do programa Apollo, que levou um americano à Lua.
Seu "Ich bin ein Berliner" (do alemão, "Eu sou um berlinense") em uma Berlim então dividida entre Leste e Oeste foi marcante.
A frase "Não pergunte o que seu país pode fazer para você, mas o que você pode fazer pelo seu país", dita durante sua posse, também entrou para a memória mundial, e está imortalizada em uma placa perto de seu túmulo, visitado anualmente por quase três milhões de pessoas, no cemitério de Arlington.
O momento do anúncio da morte do presidente e a imagem de Jackie, vestida em um tailleur Chanel cor-de-rosa, no momento de seu assassinato, fazem parte do imaginário coletivo. Kennedy foi o quarto presidente a ser assassinado, mas o primeiro que teve sua morte eternizada pelas imagens do cinema e da televisão.
Dallas - conhecida como "cidade do ódio" por causa do atentado - fez uma cerimônia sóbria de uma hora em Dealey Plaza, com leitura de trechos de discursos de Kennedy, preces e apresentações musicais da banda da Marinha, o corpo militar do presidente. Aviões militares sobrevoaram a cidade.
Todos os locais que levam a marca Kennedy organizaram algum evento para lembrar a data. Houve minutos de silêncio e música na biblioteca presidencial JFK Library, de Boston; missas e bandeiras pretas no Museu JFK de Hyannis, lugar onde a família presidencial passava suas férias; e preces na universidade JFK, de Pleasant Hill, na Califórnia.
Uma coroa de flores foi colocada perto de seu busto no Kennedy Center, grande sala de espetáculos da capital, antes de um minuto de silêncio.
Muitos se recusam a acreditar que o assassinato de JFK foi obra de um único homem, o perturbado ex-Marine Lee Harvey Oswald, de 26.
Carol Wilson, de 68, fazia parte da multidão que lotou as ruas de Dallas para receber o jovem presidente e sua glamourosa mulher, Jackie. "Nós os amávamos", disse Carol, ao descrever a alegria que sentiu ao ver o casal Kennedy passar.
"Espero que as pessoas se deem conta de que não somos responsáveis (pelo assassinato)", afirmou, enquanto esperava pelo início da cerimônia religiosa.
"Queria poder voltar no tempo e mudar isso", desabafou.
"Para chorar a perda de um extraordinário servidor do Estado, visionário e sábio idealista", as bandeiras dos prédios oficiais devem estar a meio-mastro, anunciou na quinta-feira o presidente Barack Obama, que decretou o dia 22 de novembro como "Jornada de recordação do presidente John F. Kennedy".
O presidente pediu aos cidadãos - muitos deles com bandeiras diante de suas casas ou empresas - que fizessem o mesmo. "Façamos frutificar sua herança, hoje e nas décadas por vir", escreveu Obama.
"Enfrentemos os desafios atuais com o espírito que ele encarnava: o caráter corajoso, tão tipicamente americano, que sempre levou nosso país a superar a adversidade, a escrever nosso próprio destino e a construir um mundo novo", completou.
Passadas cinco décadas, a ferida segue aberta, com muitos ainda obcecados com teorias conspiratórias sobre sua morte, e outros dominados pelo lamento daquilo que imaginam que a América poderia ter sido. Por todo o país, em cerimônias pequenas e grandes, os americanos se confortaram nesta sexta com as palavras de um carismático homem que continua a servir de inspiração.
"Hoje, honramos sua memória e celebramos sua marca duradoura na História americana", declarou Obama nesta sexta, lembrando da liderança de Kennedy na Crise dos Mísseis, de seu discurso em Berlim e de sua vontade de promover os direitos de afro-americanos.
No túmulo de JFK no Cemitério de Arlington, próximo a Washington, dois músicos de gaita de foles do Black Watch do Exército britânico repetiram essa mesma homenagem feita por seu regimento 50 anos atrás.
Um fluxo constante de pessoas passou pelo mais tradicional cemitério militar do país, incluindo a última irmã viva de JFK, Jean Kennedy Smith.
"Foi um grande choque para o mundo", disse o funcionário público aposentado Tom Brown, de 71 anos. "Aqui estamos, 50 anos depois, e ainda lembramos. Ainda queremos agradecer a ele e a sua presidência", completou.
A estudante Caitlin Coffey, de 22, contou que viajou de Toronto especificamente para a ocasião. "É simplesmente impressionante pensar que uma pessoa, uma família, foi capaz de fazer tamanha diferença no mundo", disse ela à AFP.
Com missas, minutos de silêncio e leituras, o país inteiro recordou o 35º presidente dos EUA.
Às 12h30 (16h30 de Brasília), um minuto de silêncio acompanhado do som dos sinos das igrejas de Dallas, no Texas, marcou o instante exato em que John F. Kennedy foi baleado, em 22 de novembro de 1963, por Lee Harvey Oswald, segundo a investigação oficial da Comissão Warren.
Do outro lado do Atlântico, o assassinato de Kennedy também foi recordado, sobretudo em Berlim, com uma cerimônia perto do local em que o presidente americano pronunciou a histórica frase "Ich bin ein Berliner".
Em Londres, o museu de arte moderna Tate Modern expõe a única pintura conhecida do assassinato de JFK em Dallas.
O "mito Kennedy" - eternamente jovem, bonito e vanguardista - continua intacto no coração dos norte-americanos mesmo após um século. Quase 75% da população do país situa JFK no topo da lista dos líderes americanos modernos que entrarão para a História como "notáveis" - antes de Ronald Reagan e Bill Clinton - segundo pesquisa realizada pelo instituto Gallup, feita na semana passada.
"Ich bin ein Berliner" John F. Kennedy, filho de uma família rica e influente de Boston, foi o mais jovem presidente eleito e o primeiro católico, encarnando uma era cheia de esperanças para a geração do Pós-Guerra, os "baby-boomers".
Do seu mandato tragicamente interrompido, a História se recorda de sua queda de braço com a União Soviética durante a "Crise dos Mísseis", o vexame da Baía dos Porcos - o desembarque fracassado de anticastristas em Cuba - e o lançamento do programa Apollo, que levou um americano à Lua.
Seu "Ich bin ein Berliner" (do alemão, "Eu sou um berlinense") em uma Berlim então dividida entre Leste e Oeste foi marcante.
A frase "Não pergunte o que seu país pode fazer para você, mas o que você pode fazer pelo seu país", dita durante sua posse, também entrou para a memória mundial, e está imortalizada em uma placa perto de seu túmulo, visitado anualmente por quase três milhões de pessoas, no cemitério de Arlington.
O momento do anúncio da morte do presidente e a imagem de Jackie, vestida em um tailleur Chanel cor-de-rosa, no momento de seu assassinato, fazem parte do imaginário coletivo. Kennedy foi o quarto presidente a ser assassinado, mas o primeiro que teve sua morte eternizada pelas imagens do cinema e da televisão.
Dallas - conhecida como "cidade do ódio" por causa do atentado - fez uma cerimônia sóbria de uma hora em Dealey Plaza, com leitura de trechos de discursos de Kennedy, preces e apresentações musicais da banda da Marinha, o corpo militar do presidente. Aviões militares sobrevoaram a cidade.
Todos os locais que levam a marca Kennedy organizaram algum evento para lembrar a data. Houve minutos de silêncio e música na biblioteca presidencial JFK Library, de Boston; missas e bandeiras pretas no Museu JFK de Hyannis, lugar onde a família presidencial passava suas férias; e preces na universidade JFK, de Pleasant Hill, na Califórnia.
Uma coroa de flores foi colocada perto de seu busto no Kennedy Center, grande sala de espetáculos da capital, antes de um minuto de silêncio.
Muitos se recusam a acreditar que o assassinato de JFK foi obra de um único homem, o perturbado ex-Marine Lee Harvey Oswald, de 26.
Carol Wilson, de 68, fazia parte da multidão que lotou as ruas de Dallas para receber o jovem presidente e sua glamourosa mulher, Jackie. "Nós os amávamos", disse Carol, ao descrever a alegria que sentiu ao ver o casal Kennedy passar.
"Espero que as pessoas se deem conta de que não somos responsáveis (pelo assassinato)", afirmou, enquanto esperava pelo início da cerimônia religiosa.
"Queria poder voltar no tempo e mudar isso", desabafou.
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