Maduro lança diálogo de paz na Venezuela
CARACAS, 27 Fev 2014 (AFP) - O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, instalou nesta quarta-feira um diálogo nacional de paz para responder à onda de protestos que sacode o país, que já deixou 14 mortos e centenas de feridos e detidos nas últimas três semanas.
"Na Venezuela tem ocorrido um conjunto de eventos violentos que impactaram a sociedade (...). Não podemos esperar que tais eventos saiam do controle para, em circunstâncias de grande comoção nacional, convocar o diálogo", disse Maduro ao inaugurar a conferência nacional de paz.
No Palácio Presidencial de Miraflores, Maduro recebeu representantes religiosos, empresários, intelectuais, jornalistas, deputados e governadores, principalmente do governista Partido Socialista Unido da Venezuela.
Os representantes dos partidos reunidos na opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), entre eles o governador de Miranda, Henrique Capriles, decidiram boicotar o encontro, que qualificaram de manobra de distração.
"Vamos levar isto a sério e continuar chamando os que não vieram hoje para que possamos completar um círculo virtuoso de construção de uma etapa de paz", disse Maduro.
Após a instalação da mesa de diálogo, representantes de distintos setores tomaram a palavra, entre eles Jorge Roig, ex-deputado e presidente da Fedecámaras, que reúne empresários críticos ao governo.
"Nosso país não está bem, presidente. Os venezuelanos estão se matando e isto é grave. O senhor tem a responsabilidade, como chefe de Estado, de acalmar os ânimos. Na Fedecámaras, acreditamos no diálogo (...). Cometemos erros e reconhecemos isto, mas vamos virar a página, a Fedecámaras não quer substituir qualquer governo", afirmou Roig.
Maduro acusou em diversas ocasiões a Fedecámaras por seu apoio aberto à tentativa de golpe de Estado de abril de 2002 contra o então presidente, Hugo Chávez.
Durante a instalação do diálogo nacional, Maduro citou a vontade de melhorar as relações com os Estados Unidos e recordou a designação de um embaixador para Washington e sua proposta para formar uma comissão visando uma aproximação recíproca.
Venezuela e Estados Unidos não têm embaixadores em Washington e Caracas desde 2010.
"Saúdo aqui a resposta do secretário de Estado John Kerry. Hoje ele disse que os Estados Unidos estão preparados para melhorar os laços com a Venezuela", disse Maduro.
No Vaticano, em sua audiência geral desta quarta-feira, o Papa Francisco se referiu ao caso da Venezuela com um apelo ao "perdão recíproco e ao diálogo sincero" entre todos os setores políticos e sociais.
O dirigente opositor venezuelano Leopoldo López, detido desde 18 de fevereiro sob a acusação de incitar à violência no país, enviou uma carta ao Papa pedindo sua intervenção na crise.
"Estamos vivendo momentos de profunda desolação e desesperança na Venezuela. Uma palavra, uma oração, uma mensagem do senhor terá o poder de impactar de maneira muito significativa o encontro do nosso povo com a paz, a liberdade e a democracia", assinalou López em sua carta a Francisco.
"Na Venezuela tem ocorrido um conjunto de eventos violentos que impactaram a sociedade (...). Não podemos esperar que tais eventos saiam do controle para, em circunstâncias de grande comoção nacional, convocar o diálogo", disse Maduro ao inaugurar a conferência nacional de paz.
No Palácio Presidencial de Miraflores, Maduro recebeu representantes religiosos, empresários, intelectuais, jornalistas, deputados e governadores, principalmente do governista Partido Socialista Unido da Venezuela.
Os representantes dos partidos reunidos na opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), entre eles o governador de Miranda, Henrique Capriles, decidiram boicotar o encontro, que qualificaram de manobra de distração.
"Vamos levar isto a sério e continuar chamando os que não vieram hoje para que possamos completar um círculo virtuoso de construção de uma etapa de paz", disse Maduro.
Após a instalação da mesa de diálogo, representantes de distintos setores tomaram a palavra, entre eles Jorge Roig, ex-deputado e presidente da Fedecámaras, que reúne empresários críticos ao governo.
"Nosso país não está bem, presidente. Os venezuelanos estão se matando e isto é grave. O senhor tem a responsabilidade, como chefe de Estado, de acalmar os ânimos. Na Fedecámaras, acreditamos no diálogo (...). Cometemos erros e reconhecemos isto, mas vamos virar a página, a Fedecámaras não quer substituir qualquer governo", afirmou Roig.
Maduro acusou em diversas ocasiões a Fedecámaras por seu apoio aberto à tentativa de golpe de Estado de abril de 2002 contra o então presidente, Hugo Chávez.
Durante a instalação do diálogo nacional, Maduro citou a vontade de melhorar as relações com os Estados Unidos e recordou a designação de um embaixador para Washington e sua proposta para formar uma comissão visando uma aproximação recíproca.
Venezuela e Estados Unidos não têm embaixadores em Washington e Caracas desde 2010.
"Saúdo aqui a resposta do secretário de Estado John Kerry. Hoje ele disse que os Estados Unidos estão preparados para melhorar os laços com a Venezuela", disse Maduro.
No Vaticano, em sua audiência geral desta quarta-feira, o Papa Francisco se referiu ao caso da Venezuela com um apelo ao "perdão recíproco e ao diálogo sincero" entre todos os setores políticos e sociais.
O dirigente opositor venezuelano Leopoldo López, detido desde 18 de fevereiro sob a acusação de incitar à violência no país, enviou uma carta ao Papa pedindo sua intervenção na crise.
"Estamos vivendo momentos de profunda desolação e desesperança na Venezuela. Uma palavra, uma oração, uma mensagem do senhor terá o poder de impactar de maneira muito significativa o encontro do nosso povo com a paz, a liberdade e a democracia", assinalou López em sua carta a Francisco.