Civis sírios retornam para Homs e encontram cidade destruída
HOMS, Síria, 10 Mai 2014 (AFP) - Milhares de sírios retornaram neste sábado para a Cidade Velha de Homs, ex-reduto rebelde que o exército retomou na sexta-feira, e muitos encontraram suas casas destruídas pelos bombardeios e combates.
Na sexta-feira, o exército sírio entrou pela primeira vez em dois anos na área antiga da cidade, após a retirada dos rebeldes por um acordo assinado pelos beligerantes.
"Meu marido encontrou ontem (sexta-feira) nossa casa destruída. Viemos recuperar nossos pertences", afirmou à AFP Rima Batah, de 37 anos.
"A destruição é terrível", completou, com cinco grandes sacolas nas mãos.
Alguns habitantes se recusaram a fazer declarações.
"Me deixe em paz", disse um homem, tentando conter as lágrimas, enquanto empurrava um carro com peças de seu automóvel.
Nawal al-Masri, de 51 anos, com véu e bata pretos, perdeu o ateliê de costura.
"Está tudo destruído, todas as máquinas de costura foram roubadas, a geladeira e o gerador de eletricidade", relatou à AFP.
"Só encontrei minhas tesouras dentro de uma cesta".
Após a retirada de quase 2.000 pessoas, em sua grande maioria rebeldes, graças a um acordo inédito entre os beligerantes, o exército entrou na sexta-feira, pela primeira vez em dois anos, na parte antiga da cidade, depois de um cerco e de intensos bombardeios que devastaram os insurgentes.
O centro da terceira maior cidade da Síria agora está "seguro e totalmente livre de armas e de homens armados", afirmou o governador de Homs, Talal al-Barazi, segundo a agência oficial Sana.
A câmara de comércio de Homs criou um fundo de ajuda de quase 600.000 dólares para reconstruir o centro da cidade e pede a contribuição de doadores.
"Com boas intenções, a cidade velha de Homs será reconstruída em um ano", afirmou o comerciante Abu Rami Abaibo.
"Como no Vietnã, Japão ou Europa, vamos reconstruir depois da guerra. É como se tivesse acontecido um terremoto, que agora acabou", disse.
Homs, considerada a "capital da revolução", foi o cenário do início da revolta contra o regime de Bashar al-Assad, que virou uma guerra civil que em três anos provocou mais de 150.000 mortes e deixou 2,6 milhões de refugiados, segundo a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Com a saída dos insurgentes do centro histórico da terceira maior cidade da síria, esgotados após dois anos de cerco, intensos bombardeios e fome, o regime reforça sua posição na guerra.
Homs é a cidade na qual os insurgentes foram submetidos ao cerco mais prolongado, acompanhado por intensos ataques aéreos, uma tática utilizada pelo governo de Damasco para quebrar sua resistência. De acordo com o OSDH, quase 2.000 pessoas morreram no local em dois anos.
A retomada da cidade é crucial. Homs liga a capital Damasco ao litoral oeste, assim como o norte com o sul do país, o que facilita o transporte de reforços.
Na sexta-feira, o exército sírio entrou pela primeira vez em dois anos na área antiga da cidade, após a retirada dos rebeldes por um acordo assinado pelos beligerantes.
"Meu marido encontrou ontem (sexta-feira) nossa casa destruída. Viemos recuperar nossos pertences", afirmou à AFP Rima Batah, de 37 anos.
"A destruição é terrível", completou, com cinco grandes sacolas nas mãos.
Alguns habitantes se recusaram a fazer declarações.
"Me deixe em paz", disse um homem, tentando conter as lágrimas, enquanto empurrava um carro com peças de seu automóvel.
Nawal al-Masri, de 51 anos, com véu e bata pretos, perdeu o ateliê de costura.
"Está tudo destruído, todas as máquinas de costura foram roubadas, a geladeira e o gerador de eletricidade", relatou à AFP.
"Só encontrei minhas tesouras dentro de uma cesta".
Após a retirada de quase 2.000 pessoas, em sua grande maioria rebeldes, graças a um acordo inédito entre os beligerantes, o exército entrou na sexta-feira, pela primeira vez em dois anos, na parte antiga da cidade, depois de um cerco e de intensos bombardeios que devastaram os insurgentes.
O centro da terceira maior cidade da Síria agora está "seguro e totalmente livre de armas e de homens armados", afirmou o governador de Homs, Talal al-Barazi, segundo a agência oficial Sana.
A câmara de comércio de Homs criou um fundo de ajuda de quase 600.000 dólares para reconstruir o centro da cidade e pede a contribuição de doadores.
"Com boas intenções, a cidade velha de Homs será reconstruída em um ano", afirmou o comerciante Abu Rami Abaibo.
"Como no Vietnã, Japão ou Europa, vamos reconstruir depois da guerra. É como se tivesse acontecido um terremoto, que agora acabou", disse.
Homs, considerada a "capital da revolução", foi o cenário do início da revolta contra o regime de Bashar al-Assad, que virou uma guerra civil que em três anos provocou mais de 150.000 mortes e deixou 2,6 milhões de refugiados, segundo a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Com a saída dos insurgentes do centro histórico da terceira maior cidade da síria, esgotados após dois anos de cerco, intensos bombardeios e fome, o regime reforça sua posição na guerra.
Homs é a cidade na qual os insurgentes foram submetidos ao cerco mais prolongado, acompanhado por intensos ataques aéreos, uma tática utilizada pelo governo de Damasco para quebrar sua resistência. De acordo com o OSDH, quase 2.000 pessoas morreram no local em dois anos.
A retomada da cidade é crucial. Homs liga a capital Damasco ao litoral oeste, assim como o norte com o sul do país, o que facilita o transporte de reforços.