Ofensiva de Israel deixa mais de 200 mortos na Faixa de Gaza
GAZA, Territórios palestinos, 16 Jul 2014 (AFP) - Israel retomou nesta terça-feira os bombardeios contra a Faixa de Gaza, depois de uma breve trégua, intensificando seus ataques após o registro da primeira vítima israelense neste conflito que já matou 202 palestinos.
Ataques aéreos mataram mais cinco palestinos na madrugada desta quarta, segundo fontes médicas, elevando o número de óbitos no território a 202.
O bombardeio de uma casa na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, liquidou dois homens, e outro ataque aéreo vitimou um jovem na mesma região, disse à AFP o porta-voz dos serviços de emergência, Ashraf Al Qudra.
Em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, a aviação israelense matou um homem e um jovem de 19 anos nesta madrugada, acrescentou Al-Quadra.
Horas antes, aviões israelenses bombardearam a casa de um alto dirigente do Hamas, Mahmoud al-Zahar, na cidade de Gaza, mas não havia ninguém na residência.
Ao menos dois mísseis atingiram a casa de quatro andares de Al-Zahar, destruindo o prédio e causando danos a uma mesquita e a residências vizinhas, segundo testemunhas.
Os ataques israelenses também atingiram na cidade de Gaza a casa de Bassem Naim, outro alto dirigente do Hamas, e as residências em Jabalia (norte) do ex-ministro da Saúde Fathi Hammad e do deputado Ismail Al Ashqar.
A rejeição por parte do Hamas da iniciativa egípcia de cessar-fogo obrigou Israel a "expandir e intensificar" suas operações militares em Gaza, declarou na terça o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
"Uma solução diplomática teria sido melhor, é o que tentávamos fazer quando aceitamos a proposta de trégua hoje, mas o Hamas não nos deixa outra opção a não ser expandir e intensificar nossa campanha", afirmou.
A declaração coincidiu com o anúncio da morte de um civil israelense atingido por um foguete perto da passagem de Erez, na fronteira com Gaza, a primeira vítima israelense em oito dias de hostilidades.
Um porta-voz dos serviços de emergência israelense declarou à AFP que o homem de 38 anos estava entregando comida a soldados que atuam na região.
Na Faixa de Gaza, além dos 200 mortos os bombardeios israelenses já deixaram 1.500 feridos.
Seis horas depois de ter aceitado uma trégua a partir das 06h00 GMT (03h00 de Brasília), Israel retomou seus ataques contra Gaza em resposta às dezenas de disparos de foguetes, justificou o porta-voz do Exército, Peter Lerner.
Mais de trinta foguetes foram disparados desde as 06h00 GMT (03h00 de Brasília) a partir do enclave palestino, segundo o Exército.
Tensões no governo O Exército israelense se mantém mobilizado perto de Gaza, com 40.000 reservistas preparados para uma eventual invasão, que pode custar vidas humanas.
A forma como as operações estão sendo realizadas vem causando tensões no governo de Israel, e levaram Netanyahu a destituir o vice-ministro da Defesa, Danny Danon, da ala mais à direita de seu partido, o Likud, que havia taxado a intervenção militar de "fracasso".
Um outro importante nome conservador, o ministro das Relações Exteriores Avigdor Lieberman, pediu que "a operação só acabe quando o Exército estiver no controle de toda a Faixa de Gaza", de onde se retirou unilateralmente em 2005.
Netanyahu respondeu, considerando que as decisões devem ser "tomadas com paciência, sem precipitação".
Já o Hamas, que diz ter tomado conhecimento do plano do Egito através da imprensa, rejeitou qualquer trégua que não inclua um acordo completo sobre o conflito.
O movimento islamita exige o fim dos bombardeios e do bloqueio a Gaza, a abertura do posto fronteiriço de Rafah com o Egito e a libertação de presos que voltaram a ser detidos depois de sua libertação em virtude de um acordo de troca por um soldado israelense em 2011.
"Descartamos uma trégua sem alcançar um acordo. Em tempos de guerra não se faz uma trégua para depois negociar", declarou à AFP Fawzi Barhum, um porta-voz do Hamas.
O braço armado do Hamas também rejeitou a proposta egípcia, taxada de rendição, e ameaçou intensificar sua luta contra Israel.
No entanto, a direção política do movimento islamita parecia dividida. O número dois do movimento, Mua Abu Marzuk, que vive no Cairo, afirmou em sua página no Facebook que as consultas prosseguiam.
Diante da piora da situação em Gaza, as movimentações diplomáticas se intensificavam nesta terça-feira.
O secretário americano de Estado, John Kerry, pediu que o Hamas aceite a proposta egípcia de cessar-fogo com Israel na Faixa de Gaza.
"A proposta egípcia de cessar-fogo e as negociações dão a oportunidade de acabar com a violência e restabelecer a calma", declarou Kerry.
Abbas no Cairo O presidente palestino, Mahmud Abbas, convocou as duas partes a um cessar-fogo. Está previsto que o presidente viaje à Turquia, um aliado do Hamas, e depois ao Egito para abordar a situação de Gaza, segundo fontes palestinas.
O primeiro-ministro islâmico conservador turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou Israel de ter cometido um ato de terrorismo de Estado e ter massacrado a população civil.
O chefe da diplomacia alemã, Frank-Walter Steinmeier, iniciou nesta terça uma breve visita a Israel e à Cisjordânia, onde se reunirá com Abbas. A ministra italiana das Relações Exteriores, Federica Mogherini, também chegou a Israel.
A Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA) lamentou a destruição de casas na Faixa de Gaza.
bur-agr/meb/ma/mr/dm/lr
Ataques aéreos mataram mais cinco palestinos na madrugada desta quarta, segundo fontes médicas, elevando o número de óbitos no território a 202.
O bombardeio de uma casa na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, liquidou dois homens, e outro ataque aéreo vitimou um jovem na mesma região, disse à AFP o porta-voz dos serviços de emergência, Ashraf Al Qudra.
Em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, a aviação israelense matou um homem e um jovem de 19 anos nesta madrugada, acrescentou Al-Quadra.
Horas antes, aviões israelenses bombardearam a casa de um alto dirigente do Hamas, Mahmoud al-Zahar, na cidade de Gaza, mas não havia ninguém na residência.
Ao menos dois mísseis atingiram a casa de quatro andares de Al-Zahar, destruindo o prédio e causando danos a uma mesquita e a residências vizinhas, segundo testemunhas.
Os ataques israelenses também atingiram na cidade de Gaza a casa de Bassem Naim, outro alto dirigente do Hamas, e as residências em Jabalia (norte) do ex-ministro da Saúde Fathi Hammad e do deputado Ismail Al Ashqar.
A rejeição por parte do Hamas da iniciativa egípcia de cessar-fogo obrigou Israel a "expandir e intensificar" suas operações militares em Gaza, declarou na terça o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
"Uma solução diplomática teria sido melhor, é o que tentávamos fazer quando aceitamos a proposta de trégua hoje, mas o Hamas não nos deixa outra opção a não ser expandir e intensificar nossa campanha", afirmou.
A declaração coincidiu com o anúncio da morte de um civil israelense atingido por um foguete perto da passagem de Erez, na fronteira com Gaza, a primeira vítima israelense em oito dias de hostilidades.
Um porta-voz dos serviços de emergência israelense declarou à AFP que o homem de 38 anos estava entregando comida a soldados que atuam na região.
Na Faixa de Gaza, além dos 200 mortos os bombardeios israelenses já deixaram 1.500 feridos.
Seis horas depois de ter aceitado uma trégua a partir das 06h00 GMT (03h00 de Brasília), Israel retomou seus ataques contra Gaza em resposta às dezenas de disparos de foguetes, justificou o porta-voz do Exército, Peter Lerner.
Mais de trinta foguetes foram disparados desde as 06h00 GMT (03h00 de Brasília) a partir do enclave palestino, segundo o Exército.
Tensões no governo O Exército israelense se mantém mobilizado perto de Gaza, com 40.000 reservistas preparados para uma eventual invasão, que pode custar vidas humanas.
A forma como as operações estão sendo realizadas vem causando tensões no governo de Israel, e levaram Netanyahu a destituir o vice-ministro da Defesa, Danny Danon, da ala mais à direita de seu partido, o Likud, que havia taxado a intervenção militar de "fracasso".
Um outro importante nome conservador, o ministro das Relações Exteriores Avigdor Lieberman, pediu que "a operação só acabe quando o Exército estiver no controle de toda a Faixa de Gaza", de onde se retirou unilateralmente em 2005.
Netanyahu respondeu, considerando que as decisões devem ser "tomadas com paciência, sem precipitação".
Já o Hamas, que diz ter tomado conhecimento do plano do Egito através da imprensa, rejeitou qualquer trégua que não inclua um acordo completo sobre o conflito.
O movimento islamita exige o fim dos bombardeios e do bloqueio a Gaza, a abertura do posto fronteiriço de Rafah com o Egito e a libertação de presos que voltaram a ser detidos depois de sua libertação em virtude de um acordo de troca por um soldado israelense em 2011.
"Descartamos uma trégua sem alcançar um acordo. Em tempos de guerra não se faz uma trégua para depois negociar", declarou à AFP Fawzi Barhum, um porta-voz do Hamas.
O braço armado do Hamas também rejeitou a proposta egípcia, taxada de rendição, e ameaçou intensificar sua luta contra Israel.
No entanto, a direção política do movimento islamita parecia dividida. O número dois do movimento, Mua Abu Marzuk, que vive no Cairo, afirmou em sua página no Facebook que as consultas prosseguiam.
Diante da piora da situação em Gaza, as movimentações diplomáticas se intensificavam nesta terça-feira.
O secretário americano de Estado, John Kerry, pediu que o Hamas aceite a proposta egípcia de cessar-fogo com Israel na Faixa de Gaza.
"A proposta egípcia de cessar-fogo e as negociações dão a oportunidade de acabar com a violência e restabelecer a calma", declarou Kerry.
Abbas no Cairo O presidente palestino, Mahmud Abbas, convocou as duas partes a um cessar-fogo. Está previsto que o presidente viaje à Turquia, um aliado do Hamas, e depois ao Egito para abordar a situação de Gaza, segundo fontes palestinas.
O primeiro-ministro islâmico conservador turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou Israel de ter cometido um ato de terrorismo de Estado e ter massacrado a população civil.
O chefe da diplomacia alemã, Frank-Walter Steinmeier, iniciou nesta terça uma breve visita a Israel e à Cisjordânia, onde se reunirá com Abbas. A ministra italiana das Relações Exteriores, Federica Mogherini, também chegou a Israel.
A Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA) lamentou a destruição de casas na Faixa de Gaza.
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