Chile: vítimas da ditadura relembram golpe 41 anos depois

SANTIAGO, 07 Set 2014 (AFP) - Milhares de pessoas foram às ruas de Santiago neste domingo para exigir do governo de Michelle Bachelet um maior compromisso com os direitos humanos.

A passeata faz parte dos atos em memória do golpe de Estado de 11 de setembro de 1973, que pôs fim ao governo de Salvador Allende e instaurou no país o regime militar de Augusto Pinochet.

Segundo a polícia, cerca de três mil pessoas compareceram à manifestação convocada pela Assembleia Nacional pelos Direitos Humanos. Participaram familiares de vítimas da ditadura, representantes de organizações civis, parlamentares e outros políticos.

A marcha transcorreu de forma pacífica pelas principais ruas de Santiago, que amanheceram sob forte proteção policial. Incidentes violentos isolados foram registrados no fim do protesto.

Homens encapuzados instalaram barricadas no Cemitério Geral, lugar do Memorial do Preso Desaparecido e Executado Político, onde aconteceu um ato em homenagem às vítimas da ditadura. A polícia usou gás lacrimogêneo e jatos d'água para dispersar o grupo.

Centenas de pessoas carregaram fotos de desaparecidos durante o regime militar de Pinochet (1973-1990) e cartazes com reivindicações de verdade, justiça e fim da impunidade.

Os organizadores criticaram o governo pela falta de compromisso em matéria de direitos humanos e pelas condições especiais de detenção concedidas aos torturadores.

De acordo com números oficiais, a ditadura de Pinochet deixou 3.200 mortos e mais de 38 mil detidos e torturados.

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