Policiais e manifestantes se enfrentam em Hong Kong

Em Hong Kong

  • Philippe Lopez/AFP

    Vestido com uma camisa do Corinthians, Ken Tsang, membro do Partido Cívico, é levado por policiais de Hong Kong após confronto

    Vestido com uma camisa do Corinthians, Ken Tsang, membro do Partido Cívico, é levado por policiais de Hong Kong após confronto

Os manifestantes pró-democracia enfrentaram a polícia na manhã desta quarta-feira em Hong Kong, quando as forças de segurança tentaram remover barricadas recém-instaladas em uma importante avenida próxima à sede do governo.

A polícia de choque reprimiu com golpes de cassetete e gás de pimenta manifestantes que se mobilizaram para proteger as barricadas.

Após o confronto, as autoridades anunciaram a detenção de 37 homens e de oito mulheres, e a liberação da Lung Wo Road, avenida próxima à sede do executivo de Hong Kong, dirigido por Leung Chun-ying.

O confronto deixou feridos nos dois lados, constatou a AFP no local.

Jovens militantes disseram à AFP que decidiram ocupar esta estratégica avenida após a polícia remover outro bloqueio pró-democracia na cidade.

"Decidimos tomar esta avenida em represália", declarou Jeff Wong, 30 anos. "O governo se recusa a falar com a gente, então, vamos continuar ocupando as ruas até que tenhamos um verdadeiro diálogo".

Os manifestantes colocaram barreiras metálicas, bloqueando o tráfego de veículos na avenida que margeia vários prédios públicos, até a intervenção da polícia de choque.

De acordo com o jornal "South China Morning Post", alguns manifestantes foram agredidos.

Jornalistas também foram alvo da força policial. Um deles, Daniel Cheng, repórter de um portal digital, foi liberado com cortes e contusões, após comprovar sua identidade.


Os manifestantes desafiam a tutela chinesa e exigem liberdade para escolher livremente o próximo chefe do Executivo de Hong Kong nas eleições de 2017. Pequim se opõe à reivindicação, temendo um efeito dominó em outros territórios conflituosos.

Moradores revoltados com os protestos O bloqueio de ruas e avenidas importantes transformou em caos a rotina neste território semiautônomo, no extremo-sul da China.

No início, a agora chamada "Revolução dos Guarda-chuvas, deflagrada em 28 de setembro, contava com a simpatia da população. Com os contínuos engarrafamentos e com o fechamento de lojas e escolas, o movimento começou a perder apoio.

Nos últimos dias, multiplicaram-se os confrontos entre manifestantes e indivíduos que seriam da máfia chinesa. Estes estariam agindo com o incentivo das autoridades do governo central de Pequim. Diante disso, os atos estão perdendo intensidade.

Na segunda-feira, a polícia começou a desmontar as principais barreiras no bairro de Admiralty. Embora os manifestantes tenham tentado reerguê-las nesta terça, os carros já haviam tomado o lugar dos guarda-chuvas na avenida Queensway.

Os manifestantes não apresentaram resistência à polícia.

"Vamos embora, porque não temos meios para resistir. Mas não abandonaremos nossa luta", prometeu uma jovem, aos prantos.

Uma pesquisa publicada na terça-feira pela Universidade de Hong Kong mostrou que o índice de popularidade do chefe do Executivo local, Leung Chun-ying, caiu 2,6% desde o final de setembro, chegando a 40,6%. Esse é o segundo percentual mais baixo de aprovação desde que chegou ao poder, em 2012.

"O movimento Occupy não se renderá, enquanto Leung não nos oferecer uma solução", garantiu Alex Chow, um dos líderes do protesto que também reivindica a renúncia de Chun-ying.

 

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