Fundadores do movimento pró-democracia de Hong Kong se entregam à polícia

HONG KONG, 03 dez 2014 (AFP) - Os fundadores do movimento pró-democracia de Hong Kong se entregaram à polícia nesta quarta-feira, uma rendição simbólica após o apelo a favor do fim das manifestações e por uma participação no debate sobre as reformas políticas.

Após a decisão, os Estados Unidos pediram às autoridades de Pequim e Hong Kong para que trabalhem juntas "para garantir um processo eleitoral para designar o chefe do Executivo", segundo a maior autoridade diplomática americana para a Ásia, Daniel Russel.?

Passados mais de dois meses de ocupação de vários bairros da ex-colônia britânica, o movimento não conseguiu nenhum resultado concreto e ficou dividido entre os que defendem uma radicalização e os que pregam a mudança na forma de luta.

Benny Tai, Chan Kin-man e Chu Yiu-ming, fundadores do Occupy Central, movimento de desobediência civil criado no início de 2013 e o primeiro a ocupar as ruas, propõem agora uma mudança estratégica orientada para uma ação mais política.

Escoltados por dezenas de militantes que usavam guarda-chuvas amarelos, o símbolo do movimento pró-democracia de Hong Kong, os três dirigentes entraram em uma delegacia do centro da cidade e pediram para ser detidos por "participação em uma reunião não autorizada".

Os três saíram da delegacia rapidamente, já que não existem nenhuma ordem de prisão contra eles, apesar das autoridades locais e do governo chinês afirmarem que o movimento de protesto é ilegal.

"Não fomos detidos, então nos permitem sair sem restrição a nossa liberdade", declarou Benny Tai.

"Mas não acredito que isto resolva o assunto. Podemos ser detidos mais tarde ou processados por crimes mais graves. Temos que esperar e ver", completou.

Ao lado dos três dirigentes também compareceu à delegacia o cardeal Joseph Zen, de 82 anos, ex-líder da igreja católica de Hong Kong, firme opositor do Partido Comunista da China.

Atrás do cardeal, dezenas de ativistas formaram uma fila para seguir o exemplo.

Os confrontos de domingo passado, os mais graves desde o início dos protestos em 28 de setembro, levaram o movimento pró-democracia a uma mudança de estratégia, segundo os analistas.

Ao mesmo tempo, no entanto, Joshua Wong, um dos líderes estudantis do movimento, prosseguia com uma greve de fome iniciada na segunda-feira.

Wong e duas mulheres do movimento, Lo Yin-wai e Wong Tsz-yuet, explicaram que desejam pressionar o governo de Hong Kong a responder suas reivindicações de eleições totalmente livres no território em 2017.

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