Opositora venezuelana é acusada de conspirar para assassinar Maduro

CARACAS, 03 dez 2014 (AFP) - A destituída deputada opositora María Corina Machado foi acusada formalmente nesta quarta-feira pelo Ministério Público venezuelano de conspirar para assassinar o presidente Nicolás Maduro, comprovou uma jornalista da AFP.

A Ministério Público acusou Machado pelo "delito de conspiração por supostamente ter vínculos com o plano magnicida contra o presidente".

Machado se retirou do tribunal logo depois das acusações serem lidas.

Segundo o código penal venezuelano, se for considerada culpada, Machado será punida com com uma pena de oito a 16 anos de prisão, de acordo com o comunicado oficial, que não detalha quando começará o julgamento.

"Hoje me indiciaram pelo delito conspiração. Todas as acusações e supostas provas são totalmente falsas e eu as rejeito", declarou Machado ao sair do tribunal, acrescentando que as acusações contra ela são uma infâmia.

O líder opositor Henrique Capriles qualificou a decisão de "circo montado por Nicolás" Maduro para desviar a atenção da opinião pública. "Sempre inventam algo para ocultar a verdade e não enfrentar os reais problemas do país. Querem nos fazer acreditar que aqui em nosso país não acontece nada".

A ex-deputada, que está impedida por lei de sair da Venezuela, se apresentou para depor em audiência judicial que durou cerca de três horas no Ministério Público, no centro de Caracas.

Este suposto plano para atentar contra Maduro, um dos vários denunciados no último año, é investigado desde março passado depois de uma denúncia de deputados governistas, que acusam também outros opositores e o embaixador americano na Colômbia, Kevin Whitaker.

Machado foi acompanhada do líder da opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), Jesús Torrealba, o prefeito metropolitano, Antonio Ledezma, deputados opositores e dezebas de simpatizantes.

"Maria coragem", afirmavam alguns cartazes exibidos pelas pessoas sob o olhar de dezenas de membros das forças de segurança que protegiam o lugar.

A opositora é, junto com Leopoldo López, dirigente político preso por acusações de promover violências nos protestos antigovernamentais que, de fevereiro a maio deixaram 43 mortos, uma das promotoras da campanha "A Saída", que buscava a renúncia de Maduro com manifestações de rua.

Em várias ocasiões, a oposição questionou a independência dos Poderes Públicos na Venezuela e denunciou que se utiliza a justiça para perseguir a dissidência.

Com 47 anos, Machado foi destituída em março passado como deputada da Assembleia Nacional depois de participar no Conselho Permanente da OEA ocupando o assento do Panamá, o que criou uma divergência diplomática e a ruptura por parte da Venezuela das relações bilaterais, que foram retomadas em 1o. de julho.



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