Egito volta a dizer que não há provas de atentado em queda de avião russo

Cairo, 14 dez 2015 (AFP) - O Egito reafirmou nesta segunda-feira que ainda não há provas de que o avião russo que caiu no Sinai em 31 de outubro, matando seus 224 ocupantes a bordo, foi alvo de um ataque a bomba, ao contrário do que afirma Moscou.

O braço egípcio do grupo Estado Islâmico (EI) assegurou ter colocado uma pequena bomba no interior da aeronave, enquanto os investigadores russos concluíram em novembro que o incidente foi um ataque.

Os especialistas consultados validam a tese, com base na ruptura repentina e sem aviso prévio de todos os dados das duas caixas-pretas e a extrema dispersão dos destroços.

"A comissão técnica de inquérito não recebeu nada que possa indicar que se tratou de um ato ilegal ou terrorista", afirmou nesta segunda-feira o ministério da Aviação Civil egípcio em um comunicado, acrescentando que a comissão prosseguirá com o seu trabalho.

Em 31 de outubro, um Airbus A-321 da companhia russa Metrojet, partiu-se repentinamente a cerca de 10.000 metros de altitude, 23 minutos depois de decolar do balneário de Sharm el-Sheikh, no sul da península Sinai.

Os destroços da aeronave caíram ao longo de vários quilômetros no deserto do Sinai do Norte, reduto do EI no Egito.

Reagindo ao comunicado do Cairo, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, declarou nesta segunda que "eu só posso recordar as conclusões dos nossos especialistas e dos nossos serviços especiais, que indicam que o incidente foi um ato terrorista".

Em 17 de novembro, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que os investigadores russos haviam encontrado evidências de que uma bomba foi colocada na aeronave, e prometeu "punir" os responsáveis.

No mesmo dia, o chefe dos serviços secretos russos anunciaram que "um artefato explosivo de potência equivalente a 1 kg de TNT"havia explodido a bordo. As análises dos escombros "revelaram vestígios de um explosivo de fabricação estrangeira", acrescentou.

Desde o incidente, o Egito se esforça para negar a tese de ataque terrorista, provavelmente por medo de que o turismo, um dos pilares da sua economia extremamente frágil, entre em colapso. Cairo também refuta qualquer laxismo nos controles das bagagens e dos passageiros em seus aeroportos.

Depois da tragédia, o Reino Unido cancelou seus voos para Sharm el-Sheikh e começou a repatriar seus cidadãos, como medida de precaução. Logo depois, a Rússia proibiu todos os voos para o Egito, repatriando igualmente seus cidadãos.

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