Presidente sul-coreana pede resposta firme a teste nuclear do Norte

Seul, 13 Jan 2016 (AFP) - A presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, pediu nesta quarta-feira à China e à comunidade internacional que endureçam as sanções contra a Coreia do Norte, num contexto de tensão após o novo teste nuclear de Pyongyang.

Também nesta quarta-feira a Coreia do Sul anunciou a derrubada de um drone supostamente norte-coreano que cruzou a fronteira entre os dois países. Segundo o ministério da Defesa, a aeronave fez uma breve incursão, mas recuou quando as tropas sul-coreanas lançaram disparos de advertência.

O incidente é mais um na escalada de tensão na fronteira estritamente vigiada, onde a Coreia do Sul divulga mensagens de propaganda através de megafones como resposta ao teste nuclear anunciado na semana passada pelo regime comunista.

A presidente Park reiterou nesta quarta-feira em sua coletiva de imprensa anual que o teste é um "desafio inaceitável" para a segurança do mundo e pediu uma frente comum.

"As medidas de resposta da comunidade internacional (...) têm que ser diferentes do que aconteceu até agora", disse Park, e pediu às Nações Unidas que adotem uma resolução mais dura contra a Coreia do Norte. Também anunciou que seu país falará com os Estados Unidos e seus aliados para tomar sanções punitivas.

Park destacou o papel da China, principal aliada da Coreia do Norte e seu principal apoio econômico, para pressionar Pyongyang. "Acredito que a China é consciente de que se a forte determinação (de enfrentar a Coreia do Norte) não se traduzir em medidas tangíveis e necessárias, não poderemos evitar um quinto ou um sexto teste nuclear", disse Park.

Nuvens de guerraAs palavras da presidente sul-coreana estão em sintonia com as do secretário de Estado americano, John Kerry, que na semana passada pediu à China que aplique uma política mais dura com a Coreia do Norte.

O regime de Kim Jong-Un afirmou na quarta-feira passada ter detonado com sucesso uma bomba de hidrogênio em miniatura, um anúncio que deixou os especialistas céticos.

Seja qual for sua potência real, trata-se do quarto teste nuclear desde 2006 e um sinal de que Pyongyang tem a intenção de seguir desenvolvendo armas nucleares, apesar da condenação internacional.

"Podem ocorrer novas provocações da Coreia do Norte a qualquer momento", disse Park, afirmando que seu país está negociando com Washington a transferência à península coreana de ativos estratégicos americanos.

No domingo um bombardeiro americano B-52 sobrevoou a península coreana e os especialistas aguardam a chegada iminente à região do porta-aviões USS Ronald Reagan, de bombardeiros B-2 e de caças F-22.

Em uma reunião com seus especialistas nucleares na terça-feira em Pyongyang, Kim Jong-Un afirmou que o anúncio de sanções e movimentos militares "trazem nuvens negras de guerra" à península coreana.

O líder comunista pediu que seus especialistas construam uma força nuclear "capaz de realizar ataques nucleares a qualquer momento contra os imperialistas dirigidos pelos Estados Unidos", segundo a agência oficial KCNA.

Estes anúncios costumam ser recebidos com ceticismo pelos especialistas em armamento, como quando a Coreia do Norte afirmou em dezembro ter testado com êxito um míssil balístico lançado a partir de um submarino (SLBM).

O James Martin Center for Nonproliferation Studies, com sede na Califórnia, revelou nesta quarta-feira que o vídeo publicado por Pyongyang nesta ocasião na realidade foi manipulado para esconder um fracasso catastrófico.

"Manipularam as imagens para tentar ocultar o resultado, mas em um vídeo (...) o foguete parece explodir", disse Catherine Dill, pesquisadora do centro.

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