Morre ex-presidente salvadorenho Francisco Flores
San Salvador, 31 Jan 2016 (AFP) - O ex-presidente salvadorenho Francisco Flores, de 56 anos, acusado de crimes de corrupção, morreu no sábado à noite após permanecer quase uma semana em coma, informaram fontes de seu partido político.
"Lamentamos a morte do (ex)presidente Francisco Flores, solidarizamo-nos com sua família neste momento", indicou em sua conta no Twitter o partido de direita Aliança Republicana Nacionalista (ARENA), ao qual pertencia Flores, que governou El Salvador entre 1999 e 2004.
A esposa do ex-presidente, Lourdes Flores, depois de confirmar a morte, declarou que ele decidiu enfrentar o julgamento no qual era acusado de crimes de corrupção "convencido de sua inocência", mas observou que toda a situação não passou de um "ataque político" que causou uma deterioração da sua saúde.
"Ele sofreu uma crise, provocada por um ataque político injusto que atingiu os seus direitos fundamentais", afirmou a esposa do ex-presidente em uma breve declaração à imprensa nas primeiras horas deste domingo em frente ao hospital onde Flores faleceu.
A esposa informou que o funeral do ex-presidente será realizado de "forma humilde" por decisão da família.
Enquanto isso, o presidente da Guatemala, Jimmy Morales, disse que lamenta "profundamente a morte" de Flores.
O corpo do ex-presidente foi transportado neste domingo, sob forte esquema de segurança, a uma casa funerária em uma área residencial na periferia sudoeste da capital. Na segunda-feira será realizada uma missa de corpo presente na Basílica La Ceiba de Guadalupe em San Salvador.
O ex-presidente estava internado em um hospital particular desde o último 24 de janeiro, quando sofreu um acidente vascular cerebral e entrou em coma.
O legado da dolarizaçãoO Quinto Tribunal de Sentenças, responsável pelo seu caso, havia solicitado uma equipe de especialistas para constatar o estado de saúde de Flores, que na quinta-feira determinou que o político tinha sofrido um "dano neurológico irreversível" causado por um coágulo que produziu "um edema cerebral severo da artéria cerebral média esquerda".
O ex-presidente enfrentava na justiça uma acusação pelo desvio de 15 milhões de dólares doados por Taiwan durante o seu mandato para programas sociais, mas que não foram repassados ao Tesouro do Estado.
Flores, quase dois anos depois de tomar posse como presidente, impulsionou várias reformas para a economia salvadorenha, mas a mais ousada e pela qual recebeu o apoio do setor empresarial, mas também críticas da oposição política de esquerda, foi a dolarização da economia em janeiro 2001.
Desde então, o dólar passou a substituir o Colon salvadorenho, que gradualmente desapareceu, tornando-se um mero artigo de colecionador.
Mas logo após a entrada em vigor do dólar como moeda legal na economia, o país sofreu dois terremotos, o primeiro em 13 de janeiro de 2001 e o segundo em 13 de fevereiro, o que representou um enorme desafio para o governo Flores, que recebeu enorme apoio da comunidade internacional para responder às necessidades da população.
Para o presidente do partido ARENA, Jorge Velado, com a morte de Flores "o valente povo de El Salvador perdeu um dos seus melhores líderes".
No sábado, o presidente salvadorenho, Salvador Sanchez Ceren, também expressou suas condolências à família do ex-presidente "por seu falecimento".
'Paco' Flores, como era conhecido pelos mais próximos, é lembrado pelos políticos por ter enfrentado em 2000 o ex-presidente cubano Fidel Castro na X Cúpula Ibero-Americana, realizada em novembro daquele ano no Panamá.
Nessa cúpula, Castro recriminou o governo de Flores e o acusou de proteger no território do país o anticastrista Luis Posada Carriles.
Flores se defendeu das acusações e diante dos olhares dos demais líderes presentes na cúpula declarou a Castro: "Você me acusar neste fórum de ter responsabilidade no caso de Luis Posada Carriles, depois que você teve uma cruel e inaceitável responsabilidade na guerra de El Salvador, é absolutamente intolerável.".
"Lamentamos a morte do (ex)presidente Francisco Flores, solidarizamo-nos com sua família neste momento", indicou em sua conta no Twitter o partido de direita Aliança Republicana Nacionalista (ARENA), ao qual pertencia Flores, que governou El Salvador entre 1999 e 2004.
A esposa do ex-presidente, Lourdes Flores, depois de confirmar a morte, declarou que ele decidiu enfrentar o julgamento no qual era acusado de crimes de corrupção "convencido de sua inocência", mas observou que toda a situação não passou de um "ataque político" que causou uma deterioração da sua saúde.
"Ele sofreu uma crise, provocada por um ataque político injusto que atingiu os seus direitos fundamentais", afirmou a esposa do ex-presidente em uma breve declaração à imprensa nas primeiras horas deste domingo em frente ao hospital onde Flores faleceu.
A esposa informou que o funeral do ex-presidente será realizado de "forma humilde" por decisão da família.
Enquanto isso, o presidente da Guatemala, Jimmy Morales, disse que lamenta "profundamente a morte" de Flores.
O corpo do ex-presidente foi transportado neste domingo, sob forte esquema de segurança, a uma casa funerária em uma área residencial na periferia sudoeste da capital. Na segunda-feira será realizada uma missa de corpo presente na Basílica La Ceiba de Guadalupe em San Salvador.
O ex-presidente estava internado em um hospital particular desde o último 24 de janeiro, quando sofreu um acidente vascular cerebral e entrou em coma.
O legado da dolarizaçãoO Quinto Tribunal de Sentenças, responsável pelo seu caso, havia solicitado uma equipe de especialistas para constatar o estado de saúde de Flores, que na quinta-feira determinou que o político tinha sofrido um "dano neurológico irreversível" causado por um coágulo que produziu "um edema cerebral severo da artéria cerebral média esquerda".
O ex-presidente enfrentava na justiça uma acusação pelo desvio de 15 milhões de dólares doados por Taiwan durante o seu mandato para programas sociais, mas que não foram repassados ao Tesouro do Estado.
Flores, quase dois anos depois de tomar posse como presidente, impulsionou várias reformas para a economia salvadorenha, mas a mais ousada e pela qual recebeu o apoio do setor empresarial, mas também críticas da oposição política de esquerda, foi a dolarização da economia em janeiro 2001.
Desde então, o dólar passou a substituir o Colon salvadorenho, que gradualmente desapareceu, tornando-se um mero artigo de colecionador.
Mas logo após a entrada em vigor do dólar como moeda legal na economia, o país sofreu dois terremotos, o primeiro em 13 de janeiro de 2001 e o segundo em 13 de fevereiro, o que representou um enorme desafio para o governo Flores, que recebeu enorme apoio da comunidade internacional para responder às necessidades da população.
Para o presidente do partido ARENA, Jorge Velado, com a morte de Flores "o valente povo de El Salvador perdeu um dos seus melhores líderes".
No sábado, o presidente salvadorenho, Salvador Sanchez Ceren, também expressou suas condolências à família do ex-presidente "por seu falecimento".
'Paco' Flores, como era conhecido pelos mais próximos, é lembrado pelos políticos por ter enfrentado em 2000 o ex-presidente cubano Fidel Castro na X Cúpula Ibero-Americana, realizada em novembro daquele ano no Panamá.
Nessa cúpula, Castro recriminou o governo de Flores e o acusou de proteger no território do país o anticastrista Luis Posada Carriles.
Flores se defendeu das acusações e diante dos olhares dos demais líderes presentes na cúpula declarou a Castro: "Você me acusar neste fórum de ter responsabilidade no caso de Luis Posada Carriles, depois que você teve uma cruel e inaceitável responsabilidade na guerra de El Salvador, é absolutamente intolerável.".
